Os meus olhos arregalaram-se quando olhei para o sitio que ele segurava com a mão.
- Que raio te aconteceu?! - gritei alto o suficiente para ele ouvir, mas a minha mãe não
- Nada - ele encolheu os ombros como se não fosse nada, idiota.
- Achas que eu sou estupida é?! - pus a mão na cintura
- Queres que eu responda a isso é? - ele sorriu
- És um burro - revirei os olhos
Ele riu, mas agarrou o sitio que lhe doía ainda mais
- Agora a sério Jason, que aconteceu? - fui ao lado dele e pressionei delicadamente o sitio que lhe doía
- Nada - ele voltou a repetir
Desta vez, pressionei o sitio com mais força
- Porra Kelsey, isso doi! - ele estremeceu e cerrou os dentes
- Eu sei! - bufei - Agora diz-me o que aconteceu senão vou pressionar outra vez!
- Não eras capaz - ele murmurou
Eu olhei para ele de uma maneira "ai não?" enquanto pressionava mais. Ele empurrou a minha mão e afastou-se
- Fodasse Kels - ele sussurrou
- Eu disse que o fazia! E não vou hesitar em fazer outra vez! - inclinei me para ele e ele afastou-se rápido.
- Pronto pronto!- ele gemeu - Eu digo-te, mas vais-te calar!
- Okay - cruzei os braços - Fala
Ele estava encostado a parede ainda a agarrar no sitio que lhe doía.
- Lembras-te daquele cabrão com quem nós chocámos no restaurante?
Pensei, lembrando-me do homem de cabelos castanhos e olhos verdes. Balancei a cabeça para responder à pergunta dele.
- Bem, depois de eu te deixar aqui voltei para o meu sitio e os gajos estavam lá, ficámos lá até eles começarem a dizer que eu estive no território dele...
Franzi as sobrancelhas.
- Há lugares que pertencem a cada gangue e todos eles são separados, é onde os negócios acontecem
Balancei a cabeça outra vez.
- Eu andei perto do territorio dele e o Luke, o gajo do restaurante estava lá e claro ele acha que pode começar uma discussão e fugir depois - ele rosnou de raiva - Ele começou a falar merda e a socar-me no rosto e eu desviava-me, até que eu consegui acertar-lhe no estômago, mas ele para se defender tirou uma faca e esfaqueou-me de lado
Abri a boca em choque.
- Os homens dele foram buscá-lo e disseram que ele tinha de resolver umas coisas - ele abriu os olhos
- E então ele deixou-te lá? - estava aterrorizada com o que ele tinha acabado de me contar
- Eu teria fudido aquele cabrão se os outros não o tivessem ido buscar! - ele ignorou-me - Eu vou encontrar aquele filho da puta de uma maneira ou de outra
- Não! - balancei a cabeça - A violência nunca é solução!
Ele olhou para mim admirado.
- Mas quem és tu?! Um padre? Fodasse, eu quero lá saber, assim que o apanhar acabo com ele! - ele apertou os lábios - Se ele acha que pode puxar de uma faca e fugir, não!
- Calma - suspirei
- Mas porque é que estás tão importada?!- ele cuspiu as palavras
Aqui vamos outra vez, problemas bipolares.