Cap.2- eu avisei-te

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Eu ia morrer. Era oficial.

Ou era isso ou eu ia ser evitada a partir de agora por toda a humanidade em conjunto. Sim, isso soava bem, pelo menos, assim que eu ia ficar sozinha, não morta.

Como a Carly começou a puxar-me em todas as direções durante a festa, encontrei-me a olhar para todas as direcções à procura do Perigo como o chamam. O próprio nome faz-me estremecer e a minha roupa à barriga.

Eu acho que os nervos tinham-me dominado e eu estava preocupada com minha vida mais do que eu deveria estar. Eu estava-me a preocupar demais com um gajo que não connhecia de lado nenhum, já parecia os meus pais! Eu estava a perder a minha cabeça e neste momento, eu só queria ficar longe de tudo. A minha cabeça estava apenas focada numa direção com medo de o ver.

Agarrei a mão da Carly e esperei que ela se virasse para mim minha mão de Carly

- Eu preciso respirar Carly - confessei - Eu não vim aqui apenas para passear. Eu vim aqui para me divertir e se tudo o que vamos fazer é fugir de um grupo social nesta festa, então eu vou para casa. - pus uma mecha de cabelo atrás da orelha, Carly soltou uma risada nervosa.

- Desculpa.. - corou - Não notei que estava a ser agressiva..

- Não diria agressiva... - comecei a falar - É só que, desde que o Perigo - fiz aspas no ar com os dedos - falou comigo, tu activaste o radar e eu não aguento mais!

- Lamento... - ela lambeu os lábios.

- É exatamente isso - eu respirei fundo antes de continuar - Deesde que ele me falou que estás a agir como se eu fosse morrer e eu não vou!

- Como é que sabes!? - Ela levantou a mão e apontou-me o dedo indicador - Ele é chamado de perigo por alguma razão, Kelsey!

- Está bem, mas ele falou comigo uma vez! Ele não me pediu para sair nem nada do género! - balancei a cabeça - Estás a exagerar e sabes disso! E como tu eu nem sequer o conheço!

- Eu sei o suficiente sobre ele para saber que ele é mau, muito mau! - ela tentou soar convincente.

- E tu acreditas no que os outros dizem?! - arqueei a sobrancelha e ela assentiu com a cabeça - Carly, nem tudo o que os outros dizem é verdade, as pessoas gostam de exagerar hoje em dia, a maior parte das pessoas só diz merda!

- Isso é diferente..- ela tentou argumentar.

- Como? - coloquei as minhas mãos nas minhas ancas - Vá diz lá, diferente como?! - bati com o meu pé no chão, enquanto aguardava a resposta dela

- É apenas, ok? - ela resmungou bastante - Todos sabem sobre ele Kelsey. Ele não espalhou a merda por conta própria. As pessoas já sabiam coisas sobre ele!

- É a merda que os outros disseram sobre ele. Não importa quem começou Carly, a verdade ainda permanece a mesma. Ninguém sabe de nada. A única pessoa que que sabe é ele próprio e as coisas só se tornam verdadeiras quando ele confirma!

Após alguns instantes de silêncio, ela finalmente aceitou

- Tudo bem, mas não digas que eu não te avisei! - ela apontou para mim com os lábios carnudos antes de me agarrar no braço arrastando-me para longe, para uma parte onde muitas pessoas dançavam alegremente.

Normalmente eu nunca fui o tipo de quebrar as regras, mas desta vez, eu acho que vou. Abri outra lata de cerveja, e comecei a bebê-la enquanto caminhava de volta para encontrar a Carly que tinha desaparecido. Ah, merda. Suspirei e comecei a procurá-la . Empurrei todas as pessoas que dançavam em cima das outras, pareciam que estavam a fazer sexo, outros drogavam-se à força toda e outros despejavam barris de cerveja pela garganta abaixo e eu ainda não tinha conseguido encontrar a Carly.

Alguns minutos passaram-se e os meus pés começavam a queixar-se por tudo o que eu tinha andado, tudo o que eu queria era uma cadeira.Tudo. Era como se estas pessoas não soubessem o significado de uma cadeira. Finalmente desisti e decidi mandar-lhe uma mensagem , peguei no meu telemóvel e mandei-lhe uma mensagem. : Onde é que estás? Eu tenho-te procurado por toda parte, responde-me rapidamente eu tenho que voltar para casa.

Coloquei o meu telemóvel de volta no bolso e avistei algo que me chamou à atenção: uma cadeira. Caminhei até lá e sentei-me, estiquei as pernas e comecei a sentir-me relaxada.

Isso não durou muito tempo, porque se passaram dez minutos e a Carly ainda não ma tinha respondido. Normalmente, ela respondia em segundos, dois minutos, quando estava bêbeda. Agora eu estava a ficar preocupada. Sabia que ela não estava perto da pista de dança por isso decidi ir até um conjunto de árvores enormes que ficavam por fora daquele sitio.

Enfiei as mãos nos meus bolsos, evitando quaisquer pensamentos loucos que poderiam vir à mente quando eu percebi o quão escuro que estava lá fora. Como poderia Carly simplesmente desaparecer assim? Ela estava realmente chateada, eu não achei grande coisa o tal de Perigo ter falado comigo, mas ela levou aquilo a sério.

Ou poderia ter sido outra coisa? Talvez alguém lhe pediu para ir a algum lugar com eles. . . Mas, novamente, ela teria me dito antes de sair. Suspirei em frustração comigo mesmo, e senti a minha cabeça a zumbir, fruto das três cervejas que tinha bedido, felizmente, eu notei um grupo de pessoas ao fim da estrada.

Não pensei muito nisso, só continuei a andar para sentir o vento, o ar frio através de mim, voltei a olhar para o grupo de pessoas com cuidado e notei que não era um grupo de pessoas normais, eles estavam a vestir preto e vermelho e foi sobre estes que a Carly me tinha falado, foi sobre estes que ela me tinha dito para ter cuidado.

Senti as batidas do meu coração a acelerar, aproximei-me mais das árvores, tentando esconder-me, mas continuei calma.

- Estás metido num monte de merda, Parker. - uma voz escura veio das sombras e eu senti o meu estômago às voltas e as palmas das mãos começaram a suar.

- Estou..Desculpa.. - quem era este rapaz que estava a falar? começou a gaguejar e a voz dele estremeceu nos meus ouvidos.

- Desculpa nada! Tiveste as tuas chances e ainda nao fizeste nada! Nós demos-te mais três semanas e tu ainda não conseguiste o tempo para conseguir o dinheiro?!

- Por favor, eu só preciso de um pouco mais de tempo ..

- Bem o teu tempo já passou amigo. - com isto eu senti o meu corpo dormente e olhei para eles para ver um unico tiro que serviu para deitar o corpo do homem ao chão, cobrindo-o com sangue.

Que se tinha passado ali....?

Danger- em português :)Onde histórias criam vida. Descubra agora