cap.15- qual jogo?

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- Ow ow ow! - o Jason virou-se para mim pela terceira vez naquela noite - Não podes ser mais cuidadosa?! Estás a pressionar com tanta força!

Revire os olhos.

- Bem, se não fosses tão impaciente, teimoso e chato, porque pareces uma criança, eu já tinha acabado! 

- Precisas de relaxar, baby - ele falou num tom arrogante e com um sorriso nos lábios

- Não sou a tua baby! - arqueei a sobrancelha e murmurei - Agora senta-te e não te mexas - voltei a pôr o álcool numa toalha e passei na pela rasgada.

Ele quase não se mexeu, finalmente tinha me ouvido pela primeira vez e manteve o corpo dele quieto. Uma coisa é ser impaciente, outra coisa é ser grosseiro, especialmente quando era uma provocação.

Isto tudo tinha-me dado uma dor de cabeça, e eu estava prestes a perder a cabeça.

Tudo começou quando ele se deitou na minha cama, como se fosse dono disto tudo, colocando as mãos atrás da cabeça, enquanto olhava para a tv.

Cruzei os braços contra o peito e franzi os lábios, enquanto olha para a parte lateral da cara dele.

- Tira uma foto que dura mais tempo, baby - ele sorriu, ainda com os olhos postos na tv

Eu não achei nada divertido e nem um sorriso lhe dei.

- És retardado?

- O quê? - ele tirou os olhos da tv

- Perguntei se eras retardado?

Ele torceu os lábios numa forma de confusão.

- Isso é alguma piada com rasteira? - ele inclinou a cabeça

Arg, porque é que ele era tão idiota?

- Vou levar isso como um sim - revirei os olhos e peguei no comando para desligar a tv.

- Hey! Eu estava a ver! - apontou para a tv

- Minha casa, meu quarto, minha tv - levantei o comando no ar - Meu comando

- Então? Eu estou ferido! Tens de me dar um desconto!

- Eu não tenho culpa que tenhas decidido ser esfaqueado! Também não minha culpa que sejas o "Perigo" e tenhas um monte de inimigos!

- Eu prefiro os inimigos a longo prazo - ele respondeu amargamente

Lutei contra a vontade de revirar os olhos novamente.

- O que é que isso importa? - olhei para ele

Ele passou os dedos no cabelo e olhou para mim.

- Sabes que és frustante?

Ri-me, ele não tinha acabado de dizer isto.

- Eu? Eu sou frustante? - apontei para mim mesma - Eu?! - dei enfâse ao eu

Os meus olhos arregalaram-se quando ele assentiu.

- Acho que és a unica rapariga para quem eu estou a olhar - ele enfiou as mãos nos bolsos das calças dele

- Se alguém aqui é frustante és tu! - eu apontei o dedo para ele - Tu nem percebes as coisas que fazes!

- O que é que eu faço? - ele lançou-me aquele olhar - Vá diz-me

- Bem, para começar és bipolar

- Como é que eu sou bipolar?! - ele rosnou

- Assim mesmo! Ficas com raiva do nada! - suspirei

- Como é que eu não posso ficar com raiva se me estás a acusar de merdas que não são verdade!

- Negação - olhei para ele - Primeiro sinal de ser bipolar

- Isso é para toxicodependentes, génio - ele fechou os lábios

- Como se não usasses drogas.. - revirei os olhos - Bem, como queiras, babe - eu usei as palavras dele e revirei os olhos

- O que é que eu disse sobre essa merda?! 

- Ham? Sobre o quê? - falei irritada

- Isso, de rolares os olhos como uma vadia - ele aproximou-se de mim

- Não és meu pai, não me dizes o que fazer - revirei os olhos propositadamente

Ele olhou para mim e respirava rapidamente, o peito dele descia e subia. Antes mesmo de perceber o que se passava, ele agarrou os meus pulsos e prendeu-me contra a parede do meu quarto em poucos segundos e aproximou o rosto dele do meu.

- Que estás a fazer? - sussurrei, chocada pela maneira violenta dele

- Ensinar-te uma lição 

Eu mantive a minha boca fechada, imaginando o que ele me poderia fazer, ele não me ia magoar.. ou ia? Olhei para baixo e vi de novo a mancha vermelha que me chamou à atenção.

- Estás a sangrar outra vez!

Ele afastou-se um pouco de mim e olhou para baixo.

- Merda

- Deixa-me ir buscar o kit, senta-te na cama - afastei-me dele e fui buscar uma toalha à casa de banho, voltei e vi o Jason sentado na cama.

- Uau, finalmente fizeste uma coisa que te pedi - ri-me enquanto me ajoelhava ao lado dele na cama

- Não comeces - ele murmurou

Peguei na toalha e limpei o sangue.

- Podes me fazer uma sandes? 

- Desculpa? - levantei as sobrancelhas e abri a boca

- É melhor fechares a boca baby, não quero que fique seca, lembra-te que tem de ficar húmida.. sabes, para futuros acontecimentos - ele piscou-me o olho e virei a minha cara em forma de nojo

- O que é que acha que eu sou?! Uma cabra? - ele estava a testar a minha paciência - És nojento.

- Só te estou a dar umas dicas - ele encolheu os ombros, como se tivesse acabado de dizer uma coisa normal.

- És inacreditável - murmurei com raiva

- Já me disseram.. - ele olhou para mim com aquele olhar que me faz vomitar.

Não literalmente...mas pronto.

Eu bufei, ignorando-o. Alguns minutos passaram-se até que o Jason falou outra vez.

- Já está?

- Uhm - balancei a cabeça sem prestar atenção nenhuma

- Baby?

- O quê? - olhei para ele

- Estás a ouvir o que estou a dizer?

- Sim - balancei a cabeça

- Então o que eu disse? - ele cerrou os olhos

- Sei lá - suspirei, com ele não podia haver rodeios

- Eu acho que tu me disseste que me estavas a ouvir!

- Bem, eu acho que tu estás errado - fingi um sorriso

- Sabes que és uma vadia não sabes? - ele falou com raiva e fechou os lábios, o que queria dizer uma coisa, ele estava mesmo irritado.

- E tu és um idiota! - cuspi as palavras, eu tambem podia entrar no jogo.

- Que tipo de jogo estás a tentar fazer comigo? - ele olhou para mim

- Eu não estou a tentar fazer nada! A única coisa que eu estou a tentar fazer é limpar-te, mas és muito lento para perceber o que isso significa

- Eu não consigo ficar quieto muito tempo! Talvez se fosses mais rapida já tinhas acabado

- Ah, só se te calasses! - levantei a minha voz

- Como é que eu me posso calar se tu estás sempre a agir como uma puta?! - ele falou alto e tinha a cara vermelha de raiva

Congelei e arregalei os olhos.

- O que é me acabaste de chamar? - sussurrei

- Tu ouviste muito bem - ele riu-se - Chamei-te de puta

Mordi o interior da minha bochecha, e olhei para longe. Se as palavras matassem eu já estava morta. A tensão entre nós cresceu. Tentei quebrar o gelo com algumas palavras sauves, mas nada funcionou. Ninguém o tirava do pensamento dele. Acabei de enfaixar o sitio ferido dele e guardei tudo dentro do kit.

- Já está!

- Obrigado - ele falou seco

- Na boa - suspirei, e tentei nao falar tão seca como ele. Deitei o lixo numa lata que tinha no quarto. Quando estava prestes a virar-me senti a minha respiração parar, quando senti os braços dele a envolverem a minha cintura.

- Desculpa - ele murmurou no meu ouvido

Eu simplesmente balancei a cabeça, sem dizer nada.

Danger- em português :)Onde histórias criam vida. Descubra agora