PROBLEMAS

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Após uma semana...

*Kathy*

A polícia andava ao rubro atrás de nós, pelo menos era o que eu via na TV. Não me estava a sentir bem ali, achava que estava a dar muito trabalho para a mãe e para o próprio Victor.
Caminhei em passos curtos e lentos, até Victor, ele estava na sala a ver uma série qualquer. Sentei me ao lado dele, encostei a minha cabeça no seu ombro esquerdo e agarrei na sua mão.

—Kathy? Que se passa?— Perguntou sussurrando em meu ouvido, fazendo me estremecer.

—Nada, não se passa nada, é que... Posso parecer idiota mas... Pronto, eu acho que estou a dar muito trabalho para vocês, podias me levar a casa?— Disse muito hesitante.

—Se é isso que queres, eu próprio levo te.— Disse triste.

—Não te importas?

—Claro que não, eu por ti faço tudo.

Ele pegou no comando e desligou a televisão, fomos até à cozinha, ele pegou as chaves do seu Citröen C2 e fomos até à porta. Ele rodou a maçaneta dourada da porta castanha e abriu a fazendo um ruído muito agudo, percebi que a porta precisava de óleo.

—Onde vocês vão?— Perguntou Jane aparecendo, de repente, atrás de nós.

—Vou levar Kathy a casa.— Disse Victor agarrando na minha mão.

—Anh! Tá bom.

—Adeus! Obrigado pela estadia, desculpe se gastei muito do seu tempo.— Agradeci.

—Foi um prazer ter você aqui, espero poder vê-la mais vezes. Adeus.

Eu e Victor passamos pela porta e fomos até o carro. O automóvel era branco, com detalhes a preto, era um carro muito lindo.
Victor abriu a porta do automóvel e eu entrei.

—Cuidado com a cabeça!— Avisou.

Mandei-lhe um sorriso com o canto da boca e ele fez o mesmo para mim. Fixei os seus olhos enquanto fechava a porta do meu lado e aí percebi o quanto ele mudou desde de que o conheci, ele já não era gótico, agora vestia roupas mais coloridas e andava sempre contente. Sentia-me feliz por ter mudado a vida de uma pessoa que eu gostava imenso.
Após ele entrar no carro começou a chover, mas o sol parecia que não se queria esconder atrás das nuvens então continuou a brilhar no céu. Os raios passavam através das gotas de água formando um arco íris lindíssimo no vidro do carro.
Victor ligou o automóvel fazendo o dar um solavanco.
A viagem foi longa, com a chuva não se podia conduzir rápido. Estava a ficar escuro, vi no relógio do carro que eram 19:25, no rádio estava a passar uma música linda.

"Give your all of me and i give my all of you" "I Love your perfections and imperfections"

Após mais ou menos 30 minutos chegamos à porta do meu prédio.

—Adeus Kathy. Depois manda mensagem.— Disse Victor dando me um beijo longo.

—Adeus...— Disse saindo do carro.

Corri até o meu prédio à procura de abrigo e entrei.
A porta do prédio era de vidro por isso consegui ver Victor a partir. Depois de já não o conseguir ver fui até ao elevador e entrei. Apertei no botão que tinha o número 23, pois era nesse andar que eu morava. Nunca gostei de andar de elevador, sinto-me tão apertada lá dentro e tenho tanto medo que ele fique preso...
As paredes do elevador eram metálicas e estavam revestidas de carpete até ao meio delas, na parede de trás tem um espelho e nele eu encaro-me fixamente.
De repente a luz vai abaixo, o elevador dá um pequeno salto e pára entre o 13° e o 14° andar. Começo a entrar em pânico, aquilo que o médico me falou era mentira, contar até dez não me acalmava. Tentei ligar à minha mãe mas não tinha rede. Ótimo, está tudo a correr mal. Como sou pessimista comecei a fazer um filme na minha cabeça. Pressionei o botão da campainha loucamente com o objetivo de alguém ouvir. No elevador estava escuro não havia uma única fonte de luz, apenas o meu telemóvel que estava prestes a ficar sem bateria. Sentei-me no chão a chorar e logo depois consegui ouvir uma voz que reconheci como sendo a do meu pai.

-Quem está aí dentro? Por favor acalme-se!- Gritou o meu pai.

-Sou eu, a Katherine.- Disse limpando as lágrimas.- Tira-me daqui.

Sem hesitar o meu pai foi até ao painel de controlo do predio, pois ele trabalha lá, e ligou o botão do elevador.
Senti-me tão aliviada não conseguiria ficar ali mais tempo nenhum.
Quando cheguei ao meu apartamento fui interceptada com as perguntas da minha mãe e logo depois as do meu pai. A minha mãe chama-se Marie, ela tem o cabelo aos caracóis loiros e tem os olhos verdes, ela é alta e magra. O nome do meu pai é Ryan ele é ruivo e tem olhos cinzentos, ele é também alto e magro.
Depois de responder a todas as perguntas fui para o meu quarto. As paredes são púrpura e tem uma clarabóia no teto, pois moramos no último andar. Deitei-me na minha cama redonda e abraçei os meus peluches. Naquele momento eu não sabia o que fazer, houve alguém que desligou o elevador, essa pessoa quer mal de mim.
O dia estava obscuro lá fora, a chuva caía intensamente. Fui até à janela e havia um tráfego enorme de carros, já estava habituada. Na cama, o meu telemóvel vibrou. Era uma mensagem do Joe o que aquele idiota queria?

"Vais voltar para mim, a bem ou a mal, quer queiras, quer não."

"Senão o quê?"

"Senão eu vou fazer tudo aquilo que não queres, irei assassinar todos os que a ti são próximos. Se fizeres queixa eu rapto-te. Vem ter comigo amanhã às 03:00p.m. No bar Alvin's. Senão já sabes."

Engoli em seco, deitei-me na cama e logo percebi que talvez tenha sido ele a desligar o elevador. Depois de um bocado, adormeci.

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Desculpem por ter demorado, a postar este capítulo, fiquei um pouco desanimado e não escrevi mais. Não volta a acontecer. Espero eu...

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