Capítulo 4- O mundo íntimo de Stefani

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Stefani

"Meu mundo é normal, quase normal. Sou de Portland, é uma cidade que fica em Maine,

nos Estados Unidos da América, sendo a cidade das flores, dos ciclistas, dos pinheiros e dos

museus. Eu sou Stefani, e tenho 15 anos, estou no segundo ano do ensino médio, tenho uma

doença grave nos pulmões com a siga DPOC, que gera uma insuficiência respiratória, portanto

uso um "tubo de oxigênio" portátil, até conseguir, quem sabe, um transplante. Meu mundo é

pequeno, mas

encantado por minhas imaginações, pois sou fascinada por contos infantis. Acredito no

mundo de todos esses seres semidivinos e sobrenaturais disfarçados na natureza, pois para

mim não é porque eu nunca os tenha visto que eles não possam existir. Sei que a Irlanda é o

país onde a crença abrange quase toda a população e, por incrível que pareça, existe um curso

específico de um dia "sobre os elfos" para os curiosos turistas. Quando eu fizer dezoito anos,

será minha primeira fascinante viagem.

Para mim tudo é ainda um enigma, por isso busco estudar sobre eles e, por isso, realizei

em casa via online na internet por dezoito meses um curso de "latim". Muitos livros de nossa

biblioteca são escritos em latim (bom, se querem saber, meu avô era arqueólogo).

Li muitos livros sobre fadas e muitas vezes tentei entender porque as fadas apreciam

tanto as pedras preciosas se elas têm o poder da magia. Lendo e lendo mais, descobri que tudo

sempre é energia, e elas com certeza também foram criadas por algum tipo de energia. Muitas

vezes tentei suspender um cristal de quartzo na floresta e cantei uma música para as fadas:

"Vivem lá, venha aqui, quero ter o seu dom, flutuar, viajar, conhecer seu amor"

"Seu castelo de cristal nem um eco quebrará, quero estar no seu lugar e numa fada me

transformar, para um dia no mundo encantado eu morar"

Soltei a pedra em baixo de um gigantesco pinheiro e fiquei meditando por mais de uma

hora. Acho que a minha fada madrinha estava muito ocupada nesse dia, pois nunca apareceu.

Sou de poucos amigos, quase sem amigos, exceto Nicole, pois estudamos juntas desde a

primeira série. Nicole é de uma família rica, seu pai é médico e diretor do hospital de Portland.

Ela é muito linda, loira de olhos azuis, e também tem quinze anos. Seu trauma foi não realizar

seu sonho de participar no grupo de torcida da escola porque não tinha dom para danças e

isso a deixou complexada emocionalmente. Eu me realizo e encanto-me viajando pelo mundo

imaginário com os livros de histórias antigas místicas ou mitológicas que minha mãe possui.

Ela se chama Rute, uma escritora de livros infantis, meu pai é o Peter, bombeiro da nossa

cidade. Somos uma família pequena que fazemos um verdadeiro triângulo de amor. Os dias e

a noites para mim passam-se no mundo da fantasia da leitura e, ao reler esses livros, faço uma

viagem espetacular e acho que nunca vou me cansar disso.

STEFANI- E a casa dos jardineirosOnde histórias criam vida. Descubra agora