Lembranças

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Estou a poucos metros da cidade, caminhar nesse sol é um inferno literalmente, já fui escoteira mas eles nunca nos ensinaram a sobreviver a um Apocalypse, naquela época não iria fazer sentido eles nos ensinarem isso mas agora faz, e bem que seria útil, um grupo de escoteiras atirando em criaturas e silenciadores até a morte. Por que não?
Cheguei a cidade e a primeira coisa que fiz foi ir a uma loja de carros, não aguentava dar mais um paço. Sempre de olho nos arredores para ver se avistava algum silenciador, procurei um carro que não chamasse muita atenção e não fizesse muito barulho, não quero encontrar nenhum silenciador no caminho pedindo carona para mim.
Então vi um jeep renegade, ele éra perfeito, não fazia muito barulho e se eu fosse atacado por criaturas eu acho que ele aguenta um pouco.
Mas ele estava sem gasolina então tive que ir até o posto que ficava ah uns dois quarteirões dali, andar mais nesse sol escaldante, ninguém merece.
Meus pés estavam fervendo dentro dos sapatos então resolvi tira-los. Péssima idéia o chão estava muito mais quente que meus sapatos, sentei no chão para não queimar mais os pés e coloquei os sapatos de volta.
Cheguei ao posto de gasolina e peguei duas garrafas de refrigerante na loja de conveniência e aproveitei para comer algumas coisas que não estavam estragadas e nem mordidas por ratos.
Enquanto comia rapidamente, ouvi um tiro lá fora e rapidamente deitei do chão e aprontei minha M16, olhei pelo vidro da loja mas não vi nada, resolvi sair devagar, uma voz na minha cabeça dizia
-não Cassie não vá, você vai morrer, você não tem chance contra esses silenciadores.

-Muito obrigado pelo apoio moral, estava precisando. Disse em voz baixa.
Quando sai eu vi um homem, um pouco gordo com uma camiseta xadrez deitado no meio do posto com um tiro bem na nuca.
Eu tinha quase certeza que tinha sido um silenciador, mas também poderia ser um colega de escola que não gostava dele e agora resolveu se vingar.
O único modo de sobreviver sozinha nessa cidade é o sarcasmo, sem ele você enlouquece, ah e uma arma também ajuda a sobreviver um pouco.
Não ouvi mais nenhum barulho, e eu estava ali de pé no meio do posto de gasolina, acho que se fosse um silenciador já teria me silenciado.
Então eu resolvi encher as duas garrafas de gasolina, mas quando eu ia encher vi dois galões ao lado da bomba, então resolvi usar eles ao invés das garrafas,
Enchia os dois galões e pensava como iria carregar eles até o jeep, então olhei para o homem no chão e vi que ele estava de cinto, então peguei o cinto dele e amarrei na alça dos dois galões.
Olhei novamente para o homem e vi uma luger na cintura de sua calça, peguei ela e vi que estava toda carregada, bom, oque não te mata te faz mais forte né.
Coloquei a luger na cintura e arrastei os dois galões até o jeep nesse sol que parece rir da minha cara jogando quentes palavras de desaforo.
Cheguei ao jeep e enchi o tanque entrei e liguei o carro. Coloquei minhas coisas no banco de traz e fui com o jeep para o mercado mais próximo.
Peguei todo tipo de enlatado e alguns ovos que não estavam quebrados, coloquei tudo no banco de traz e alguns enlatados na frente.
Agora é hora de procurar abrigo, longe da cidade, pois não quero estar aqui quando anoitecer. Sai da cidade e ainda se podia sentir o cheiro da cidade a quilômetros de distancia.
Quanto mais me distanciava mais eu via campos verdes e outros marrons.
Comecei a me lembrar do meu passado, tudo que passei com John, minha familia, pessoas que eu nunca mais vou ver.
As vezes eu penso que sou a ultima pessoa na terra, a ultima pessoa a ter esperança de um amanhã, a ultima garota a olhar as estrelas e ver faróis, que guiam nosso caminho até o amanhã.
Eu estava dirigindo a algumas horas e então vi uma casa, bem isolada de tudo, uma casa na fazenda, então fui em sua direção.

Esperança A Ultima EstrelaOnde histórias criam vida. Descubra agora