Casamento

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Fiquei sem chão, o que eu iria responder? Será que se eu disser não ele vai me matar?
Minha cabeça estava quase explodindo e eu sentia que iria enlouquecer. Olhei para mamãe e ela estava enxugando umas lágrimas que caíram de seus olhos, respirei fundo, quando minha mente estava prestes a me fazer gritar, e respondo:

- Sim, eu aceito casar com você. - Minha respiração ficou ofegante, mas consegui sorrir da maneira mais falsa, porém, discreta possível. Ele me beijou.

Já não aguentava mais ficar lá com aquele bando de esnobes, fui para a cozinha e fiquei pensando porque eu aceitei aquilo, porque estou aqui. Eu só queria entender o motivo de eu estar aceitando tudo isso. Meu coração estava acelerado e eu só queria tomar qualquer coisa para me fazer ficar mais calma.

Alguém aparece e segura meu braço com toda a força e me puxa para perto dele.

- Vamos, pelo menos finja que gosta de mim e gosta de ficar ao meu lado, sua imunda! - Eu só conseguia encara-lo e engolir em seco. Eu apenas concordei com a cabeça, segurando uma lágrima que queria fugir de meus olhos.
Quando ele me soltou, eu apenas respirei fundo, procurei um pouco de água e voltei para o salão.

Todos estavam comemorando, enquanto eu estava dando o máximo de mim para conseguir me controlar e ser uma boa atriz na frente dos convidados.

Naquela noite, quando todos foram embora, eu fui para meu quarto, tranquei a porta, retirei meus sapatos e aquele vestido, enquanto lágrimas escorriam de meus olhos até minhas bochechas, e depois meu queixo. Enchi a banheira com água quente e fiquei deitada, com a cabeça encostada na mesma, apenas deixando as lágrimas caírem.

Acordei com os olhos inchados, chorei muito na noite passada. Eu queria sumir, desaparecer da vida de todos, até que Marco me deixasse em paz.

- Filha? - Ouvi a voz de mamãe, ela bateu levemente na porta, eu abri, depois sentei novamente na cama, puxando um cobertor para mim.

- Eu não quero casar, mãe... Você sabe que ele não é a pessoa certa, por favor, não me obrigue a fazer isso. - Vejo ela respirar fundo e acariciar minha mão.

- E o que podemos fazer? O Marco... ele é imprevisível, você sabe o que ele fez com os Smith.

- E se nós arrumasse-mos um jeito de fugir. Eu... eu não sei. Posso distraí-lo, enquanto vocês vão, e logo em seguida eu vou e encontro vocês no fim da floresta. Podemos ir para a cidade, ele não vai nos encontrar.

- Katrina, e se der errado? Não podemos arriscar tudo assim.

- Nós só temos uma chance, mãe. Eu não poso me casar com ele, ou... eu vou perder a minha vida inteira. - Vejo seus olhos encherem de lágrimas, ela inspira.

- Eu faço isso por você, mas por favor, tome cuidado. Temos que ser cautelosos, ou...

- Claro. Eu prometo, mãe. - Eu a puxei para um abraço apertado. - Eu te amo, mãe.

- Eu também te amo, meu amor. - Logo depois, ela sai do quarto, eu deito na cama e consigo dormir melhor.

- Katrina! Katrina! - Acordei com minha mãe chamando.

- Já acordei. - Digo abrindo os olhos.

- Você tem que se preparar, está na hora. - Ela disse. Minha mãe tinha contratado uma equipe de especialistas na área da beleza, eu passei literalmente o dia todo me arrumando.

Quando terminaram, me olhei no grande espelho do meu quarto. Elas fizeram uma maquiagem escura e marcante, meus cabelos estavam soltos com uma tiara e cachos grossos, e meu vestido era preto e rodado, com vários tules e brilhos. Tudo era lindo, mas eu não deixava de estar de luto.

Mamãe foi até o quarto e ficou de boca aberta.

- Filha! Você está linda. - Ela me abraçou. - Eu conversei com seu pai, faremos tudo como você disse. Ele mandou um carro para o fim da floresta.

- Tudo bem. Só temos de ser discretos. - Dou um sorriso e a abraço.

Meu pai chegou no quarto e me viu, ele ficou maravilhado.

- Olhe só a minha pequena. - Eu o abracei forte.

- Eu te amo pai. - Olhei para mamãe, ela estava sorrindo alegremente. Apesar de não ser como eu queria e nem com quem eu queria, aquele momento com meus pais não deixava de ser bonito e emocionante.

Segurei firme a mão de meu pai e nós fomos caminhando até chegarmos ao altar, onde Marco estava, quando chegamos, meu pai beijou minha mão e a entregou para Marco, nos viramos ficando de frente ao padre.

Apesar daquela cerimônia não ser oficial, onde assinaríamos os papeis de casados, eu não queria ter que estar ali, fazendo tudo aquilo que deveria ser feito com uma única pessoa.

- Estamos todos aqui reunidos para celebrar a união de Marco Sansone Diaz e Katrina Acelda...

- Pode pular para os votos! - Disse Marco interrompendo o padre, que ficou sem jeito, mas fez o que ele pediu.

- Marco Sansone Diaz, você aceita Katrina Aceldama Brás como sua legítima esposa, promete ama-la e respeita-la por todos os dias da sua vida, até que a morte os separe?

- Sim, eu aceito. - Ele olhou para mim e sorriu.

- Katrina Aceldama Brás, você aceita Marco Sansone Diaz como seu legítimo esposo, promete ama-lo e respeita-lo em todos os dias de sua vida, até que a morte os separe?

- É... sim, né! - Dei de ombros, Marco olhou para mim furioso.

- Eu vos declaro marido e mulher! Pode beijar a noiva. - E ele me beijou. Nojo.

Depois da cerimônia, eu estava bebendo uma taça de champanhe, quando Marco chegou perto de mim.

- Porque você falou daquele jeito na hora dos votos? - Marco perguntou segurando meu braço com um pouco de força.

- Mas eu não era a imunda? - Sorri ironicamente, soltei meu braço de sua mão e me afastei dele. - Com licença, irei procurar meus pais.

Saí de lá e achei meus pais no local combinado, nós fomos para o fim da floresta.

Eu tirei aquele enorme vestido de noiva, guardei e vesti um vestido preto na altura dos joelhos, mamãe vestiu um colado do mesmo tamanho que o meu.

Nós entramos no carro e depois de muito procurar, encontramos um lugar com o nome: Pensão Theodora, mamãe logo se interessou pelo lugar que por fora era muito bonito.

- E que tal esse lugar? - Papai perguntou.

- É ótimo! - Eu e mamãe respondemos.

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A Vampira (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora