O Filho Do Meu Padrasto [CONCLUÍDO]

16 - Caio

Primeiramente: Não gostei dessa amizade de Valentina com o Léo. Segundamente: Primeiramente.

Minha noite ficou mais entediada quando Luane chegou, ela deu chiliques e não acreditou que o Léo era o meu famoso amigo de Londres, passaram a noite gargalhando.

Enquanto eu era jogado pra escanteio, aproveitei e mandei ajeitar o quarto de hóspedes para Léo - o mais longe do quarto de Valentina, é claro.

A noite está chegando quase no final, Luane se despede e vai pra casa, Léo sobe para tomar um banho e eu e Valentina ficamos na sala com o silêncio reinando.

Confesso que depois de Alana eu nunca tinha sentido isso por outro alguém, depois que cheguei aqui no Brasil não consegui ficar com ninguém e nem ter desejo sexual por outra pessoa, só Valentina que despertava em mim algo fora do comum. Não era paixão, nem amor, é só um sentimento bom, uma paz...

- Em quem você está pensando? - ela pergunta sem tirar os olhos da TV

- Em ninguém - respondo nervoso

- Por quê você nunca me contou de Alana?

Gelo, como assim ela sabia de Alana?

- Quem te contou? - Pergunto olhando pra ela

- Não importa! Desculpa pelos mals tratos, é que depois daquele primeiro dia, eu nunca mais te vi como a mesma pessoa.

- Eu sei! Eu fui um babaca, mas você me pegou em um momento de raiva. Sabe Valentina, Alana foi a garota que eu mais amei na vida, a gente ia casar, tínhamos vários planos na verdade - ela me observa atentamente - Mas ela acabou com isso em um dia, jogou todos nossos planos e sonho no lixo, eu realmente perdi a esperança em amar alguém de novo.

- Eu sei Caio! - Valentina coloca sua mão esquerda em meu ombro - tudo vai se ajeitar e você vai encontrar alguém melhor que ela.

Seu olhar transmite doçura, nunca tinha visto esse lado de Valentina, seus bom dias carregado de esporros escondiam essa criatura linda -
Droga! Eu não posso me apaixonar por ela - penso comigo.

- Vamos ser amigos? Ou tentar pelo menos? - diz dando um sorrisinho

- Valentina pedindo trégua? Nunca que eu pensei!

- Ah, para! Eu sou um amor.

- Quem não conhece que compre! Mas e você? Já namorou?

O clima fica tenso, e Valentina se mexe rapidamente no sofá tentando se levantar, ela vira seu rosto, seus olhos já não transmitem doçura e sim dor! Uma dor que ela carrega, rapidamente seguro seu braço.

- Valentina? Perguntei algo demais? Você ta bem?

A bombardeio de perguntas, meu Deus, o por quê dela ter reagido assim?

- Eu só preciso deitar! - sua voz embargada entrega uma Valentina magoada - me ajuda a subir?

- Claro! - passo a mão em sua cintura e subimos a escada em passos curtos - Desculpa, ta?! Não era minha intensão magoa-la.

- Não se preocupe, não foi nada demais.

Chegamos na porta do seu quarto e ela evita olhar para mim.

- Pode ir, consigo me virar sozinha.

- Tem certeza? Não quer ajuda?

- Tenho sim, obrigada Caio!

- Tá certo então, boa noite!

Me viro e vou em direção ao meu quarto, do jeito que estou, apenas deito e me pergunto o porquê dela agir daquela forma... assim adormeço.