• Bread and Jelly •

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|| Ooi, tenham uma ótima leitura. ||

Era o segundo dia de aula e para Jane era como se um ano estivesse acabado de passar. Estava tudo tão chato e cansativo. Com 17 anos na cara e já cansava por qualquer coisa.

Acordou pela manhã antes de o sol nascer para regar as flores e dar comida para Pony, o magnífico. Seus tios mandaram uma mensagem de bom dia e a menina apenas visualizou. Não era obrigada a ser querida com todo mundo.

Ah, se ao menos eles soubessem fingir melhor em relação ao "amor" deles por ela, a garota pensaria em responder. Tirou seu pijama de porcos rosa e pôs uma calça jeans preta e uma blusa com estampa de cães. Esse era seu estilo, bem maduro como podem notar.

Antes de sair de casa recebeu outra mensagem, mas essa era de Frank. Seu amigo tatuado que era tatuador. Mas ele não estava pedindo para a jovem fazer uma tatuagem e sim, incomodando dia e noite para a garota pôr um piercing na orelha.

"E aí Jan, vai ser hoje?"
07:16

"Me deixa em paz Frank"
07:16

"Jan, eu te prometi fazer de graça e além do mais, é meu presente de aniversário pra você"
07:18

"Meu aniversário foi à sete meses"
07:19

"Ah Jan, por favorzinho"
07:19

"Tenho que ir para a escola"
07:21

Jane riu e guardou o celular na mochila. Não estava disposta a fazer essa loucura, na verdade, não estava disposta a nada.

No último período do dia anterior o professor Lewis pediu para que seus alunos lessem um breve livro sobre economia, fazendo com que a menina passasse no velho sebo do bairro. Não encontrou o tal livro.

Sete minutos atrasada. Ninguém morreria se demorasse mais três minutos. A jovem tinha que passar na Coffee Store.

O sino do lugar tocou anunciando a chegada de Jane. A menina pediu o café de sempre, mas a atendente não tinha troco. Jane teve que revirar sua mochila a procura das moedas que estavam soltas.

-A senhorita não está atrasada? -Uma voz grossa falou em tom sério.

-Por acaso isso é da sua conta? -A jovem nem olhou para o dono da voz. Queria apenas pagar o café e ir embora.

-Um Cappuccino, por favor. -A voz pediu para a atendente, ignorando o que a menina disse. -Quer uma ajudinha?

-Claro, por que não? Você poderia por favor, sair da droga desse lugar e nunca mais me dirigir uma palavra... -A garota achou as moedas e imediatamente olhou para os olhos de quem ousara falar com ela. Não se surpreendeu ao ver o professor metido.

O homem sorriu ao ver que a menina ficara muda e pegou seu café, pagando a atendente logo depois.

Jane pagou com suas moedas fugitivas e pegou o café de cima do balcão.

-Se me der licença tenho que ir para a escola. -A garota saiu rapidamente do local e começou a andar em passos largos.

Uma voz de longe gritou: "Quer carona?"

A garota o ignorou.

Quando virou na esquina escutou o motor de um carro se aproximando. Ele foi estacionando devagar conforme os passos da menina.

-Não quer uma carona?

-Não quer me deixar em paz? E eu escutei na primeira vez, idiota. -A menina respondeu sem parar de caminhar.

-Você vai se atrasar.

-Que se dane.

-Te vejo na escola, garota mau humorada.

A última coisa que Salatiel viu antes de virar para a próxima quadra foi o dedo do meio de Jane. Mas ele só reparou na unha bem feita e pintada de preto. Ela tinha estilo.

Conseguiu chegar um minuto antes de o sinal tocar, queria que o professor visse isso. Foi até sua sala e se preparou para a aula do Sr. Lewis. Mas como o esperado, a aula toda foi baseada no tal livro de economia que ela não conseguira comprar.

A hora do intervalo ou hora do lanchinho como Martina preferia chamar, foi horrível. Os quatro estavam sentados na mesa redonda no pátio.

-Jane conhece aquele professor novo? -Martina perguntou dando uma mordida grande no pão.

-Qual? Tem tantos. -A menina do cabelo ruivo fechava os olhos para aproveitar o sol.

-Aquele de barba... Sr. Jones o nome dele.

-O que tem ele? É um cara chato.

-O que? Não!! Como assim? Tenho períodos de Literatura com ele.

-Literatura? Ué, ele dá Física pra mim. Isso é falta de pegação. Dois mestrados em áreas diferentes. Que horror.

-Professor multiuso. -Martina fala e molha os lábios com a língua.

-Céus Marte, será que não percebeu que seu namorado está aqui e que ele não é surdo? -Gabriel disse irritado.

-Ai Gabe. Você sabe que eu só penso em você. E...

-Martina!! Não ouse terminar a frase. Eu e Josh não queremos saber disso. -Jane diz tomando um gole de um suco.

-Se eu não estivesse com essa perna quebrada eu sairia bravo.

-Depois a gente se entende. -Martina fala dando outra mordida no pão.

-Não senhora, vai se entender com o professor de barba.

Todos riram da cara de bravo do menino da perna quebrada.

Aquele pão com geléia que a escola dava a deixava com nojo. Mas o que podia fazer? Era o que tinha. Jane só pensava que mal conhecia aquele professor e já desejava a cabeça dele decepada.

Sweet CoffeeOnde histórias criam vida. Descubra agora