• I Love When You Lie •

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E lá estava a menina. Naquele pequeno lugar escuro. Apenas uma luz vermelha iluminava o local cheio de desenhos e CDs de bandas de Heavy Metal.

-Faça isso rápido Frank, tenho que ir para casa.

-Calma docinho. -Frank dizia pegando a agulha.

-Conte até três antes de começar. -Jane estava deitada segurando um pequeno pedaço de pano.

-Três. -Frank disse rápido e a pequena agulha penetrou a pele de Jane. Foi como uma pequena mordida, na hora não sentiu nada. Mas depois a orelha começou a ficar dolorida.

-Seu desgraçado. -Jane diz se levantando e tentando não rir. Frank pôs o piercing pelo buraco que tinha acabado de fazer.

-De nada, docinho.

Depois de sair do pequeno estúdio do amigo, Jane passou em outra loja para comprar o tal livro de economia. Que não foi muito barato.

Queria passar na casa da amiga, mas sabia que a mesma estava tendo uma briga com o namorado por causa das palavras ditas naquela manhã. Isso terminaria em uma coisa. Sexo. E Jane não queria interromper o tal ato.

Quando chegou na frente de sua casa deu uma olhada para a casa do outro lado da rua. O carro prata do vizinho estava na garagem. Mas isso não importava.

Abriu o portão pequeno e caminhou até a porta de sua casa. Pôs a chave e a girou. A teimosa porta não abriu. Empurrou, chutou e repetiu a mesma coisa várias e várias vezes. Nada da porta branca abrir.

"Agora porque diabos a porta não quer abrir?"

Jane trocaria aquela maldita porta assim que pudesse.

-PORTA IDIOTA -Gritou e chutou a porta pela vigésima vez.

-Quer ajuda vizinha? -A voz do professor do outro lado da rua preencheu seus ouvidos.

-Não pedi sua ajuda. Se quisesse eu abriria a boca. Do mesmo jeito que eu mandei você ir se danar hoje. -Jane gritou de volta sem se virar.

-Você não mandou eu ir me danar.

-ÓTIMO. EU MANDO AGORA. VAI SE DANAR!!

-Não precisa gritar, eu estou bem aqui. -Salatiel que antes estava do outro lado da rua, agora estava de pé em frente ao portão da menina.

Jane ainda tentava abrir a porta dando leves empurrões. A jovem não queria falar com o professor. Sem intimidade, sem amizade. Jane sabia o que acontecia nas histórias em que o professor se aproximava da aluna.

Antes de qualquer troca de palavras a porta teimosa abriu e Jane entrou bufando, batendo a porta na cara do professor.

Ele ficou parado ali, pensando em se vingar da aluna no próximo dia. Salatiel sempre gostava de jogos e não era nada pessoal. Desde criança um bom desafio sempre era bom.

Jane pensou em esquecer e logo foi fazer seu almoço, mesmo sendo duas da tarde. Seu comida para o gato gordo e regou as flores. Deu mais uma limpada na casa e foi ler o livro chato de economia.

(...)

O celular tocou e a menina despertou. Os belos pássaros estavam cantando e o dia anunciando. Jane se perguntava se isso acontecia com as outras pessoas. Quando você se veste primeira semana da escola e parece uma modelo de Hollywood, mas já outra semana e no resto do ano parece estar quase morrendo.

Jane botou uma skinny jeans e uma blusa qualquer, saindo pela porta no momento seguinte.

Chegou no velho Coffee Store e deu um "olá" para a atendente Holy Williams. O que era raro afinal, nunca dava "olá".

O sino da porta foi ouvido, mas Jane não deu bola e se sentou na mesa do lado da janela vendo as pessoas passarem felizes e outras tristes. Teria quinze minutos de bobeira e para aproveitar isso comprou uma torta de morango junto com seu café.

Uma figura foi vista ao seu lado e o professor deu bom dia.

-Posso sentar com você?

-Tanto faz. -A menina falou olhando para o lado oposto do homem.

O rapaz deu um sorriso e se juntou à menina. Sua jeans meio surrada, sua blusa do Charles Chaplin e uma botina preta fizeram Jane repensar sobre o professor. Ele tinha estilo, talvez ela gostasse de homens com uma botina, exceto se ele fosse seu professor.

-Existe um seriado muito interessante, recomendo você assistir. -Jane disse, dando uma abocanhada no pedaço de torta logo em seguida.

- Por quê? Pensava que você era diferente dessas meninas que assistem coisinha de menininhas. -O professor respondeu e tomou gole de seu café.

-Do fundo do coração, vou ignorar sua frase. Não quero ser presa por agredir um machista.

-Que menina educa...

-Quero ser presa por matar um. Mas como estou sem recursos, deixa pra próxima.

-Uau. -Salatiel tomou seu café assustado. -Mas e aí, o que têm esse seriado?

-Uma professora se envolve com um aluno sem intenção e ela se dá muito mal.

-Você está dizendo que... Oh não. Não vou me envolver com você.

-Foi o que ela disse antes de... -Jane disse dando a última garfada no bolo.

-De ser presa?

-Transar com ele em uma sala de figurinos da escola.

-Que droga. Srta. Smith, jamais uma coisa dessas passaria pela minha cabeça.

Isso era uma mentira.

-Ótimo. Não é uma coisa que eu gostaria que acontecesse. -Jane fala levantando-se.

Isso também era uma mentira.

Sweet CoffeeOnde histórias criam vida. Descubra agora