Capítulo 9

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Nos dias seguintes, Enzo não deu um sinal de vida. Ele não mandou mensagem, ligou ou qualquer coisa assim. Ele deve estar passando por alguma coisa e o pior é que eu queria ajuda - lo. Na sexta eu tomo um susto quando Marian aparece no meu quarto.
- Amigaaaaaaaa!
Eu abro os olhos e pego meu óculos no criado mudo rapidamente. Marian se joga na cama e me abraça.
- Marian? O que você está fazendo aqui?
- Eu vim te fazer uma surpresa estou morrendo de saudades de você cara. Não dá para sobreviver naquela escola sem você.
- Eu também sinto saudades.
- O que foi? Você não parece estar feliz comigo aqui.
- Não. Não é com você. Eu estou feliz sim, não sabe como é bom ter você aqui.
- Hum, quem é o cara?
- Que cara?
- É por algum cara que você está com essa carinha triste.
Quando eu abro a boca para falar ela me interrompe.
- Quero saber tudinho mas antes vai escovar seus dentes, está com muito bafo.
Ela se levanta e sai do meu quarto. Ela é muito abusada. Se sente em casa.
- Tia Júlia? Você bem que podia fazer aquele bolo de fubá que só a senhora sabe fazer ne?
Ouço Marian gritando nas escadas para minha mãe.
E ainda é uma morta de fome.

X

Conto sobre a festa e sobre Hugo. Ela escuta tudo com atenção e não me interrompe nenhuma vez. Eu falei o nome de Enzo uma vez como se ela já o conhecesse.
- Ah é, você não conhece... Enzo é meu primo, ele mora ali no final da rua.
- Ele te defendeu na festa?
- É.
- Você não parece muito contente falando sobre ele. O que houve?
- Estamos meio que afastados. Ele brigou com o amigo dele e quando eu tentei ajudar ele disse que não era da minha conta. Não vejo ele desde terça e sei la. Só acho que ele não precisava me afastar.
- Você gosta dele.
- Claro que gosto.
Ela arregala os olhos.
- Ele é meu primo. Como não gostar?
- Não estou dizendo dessa forma, da outra forma.
- Claro que não. Sem chances.
- Escuta o que eu estou dizendo, vocês ainda vão ficar juntos.
- Você é uma vidente bem ruim então.
- Se Pedro deixar ne...
- O que tem ele? - pergunto não entendendo o motivo dela ter falado dele.
- Ele disse para mim que gosta de você. Tipo do jeito de querer passar o resto da vida com você. Ele disse que no momento certo ia te falar isso e te pedir em namoro.
Fico em silêncio tentando absorver as informações.
- Ah, e ele está aqui. A avó dele mora nessa área então ele passou la antes e vai vir de noite. Vamos sair, já que é sexta.
- Você me joga uma bomba e depois continua o papo normal? Como eu vou olhar pro garoto agora? Eu não sinto esse tipo de sentimento por ele.
- Ah dá seu jeito.
Estávamos na varanda, Marian estava comendo o ultimo pedaço do bolo que ela devorou em menos de 20 minutos e eu tomando café, já que eu acabara de acordar.
Alguém apareceu na rua vindo em direção a casa. Quando percebi quem era quase derramei café na minha roupa toda. Marian sem perceber continuou falando.
- Provavelmente minha mãe vai me dar um cartão de crédito no fim do mês, não é o máximo? Laura?...
Ela levantou o olhar e viu Enzo subindo as escadas.
Olhei para ele e vi suas olheiras, ele não se importou de Marian estar aqui ele só caminhou até mim.
- Preciso falar com você.
Marian se levantou devagar.
- Vou lá dentro... Assitir tv.
Ela disse e entrou.
Ele estava ainda com os olhos colados em mim.
- O que foi Enzo? Agora você quer que eu saiba o que está acontecendo? Agora é da minha conta?
- Desculpa, é que as coisas não estão indo bem...
- Eu queria muito entrar e deixar voce aí sozinho. Mas eu não sou assim.
- Eu...
Ele estava procurando alguma coisa para falar. Ele estava mal. E eu sabia que não era só por causa do Gabriel nem por essa menina. Aconteceu alguma coisa séria. Séria demais para não ser da minha conta.
- Olha, não precisa me contar.
Eu levanto e ele me acompanha com o olhar eu chego perto dele e o abraço. Nunca cheguei tão perto dele antes, mas naquele momento eu senti que era o certo a fazer. Eu sempre agi da melhor maneira com meus amigos. E era dessa forma que eu iria trata-lo. Ele ficou um tempo imóvel mas depois retribuiu o abraço. Meu coração começou a bater mais forte e a sensação que querer ficar ainda mais próxima dele surgiu. Eu tinha que sair dos braços dele mas... Oh Deus que lugar bom. Ele estava me abraçando como se eu fosse um bem precioso que precisasse de proteção. Eu afroxei os braços em torno dele e sussurei para ele
- Vai ficar tudo bem.
Ele concordou com a cabeça e sem dizer nada foi embora. Eu cruzei os braços quando senti uma pontade de frio, senti falta do abraço e da quentura dos braços dele. Eu tentei fugir desses pensamentos mas eu só conseguia pensar em uma forma que faze-lo ficar feliz novamente. Era uma facada no coração ve-lo desse jeito. Mesmo sem saber o motivo eu já queria que o que quer que fosse se resolvesse. Sentei nos degraus da escada e observei a rua, que estava deserta.

X

De noite, Marian me obrigou a sair. Disse que Pedro ia vir nos buscar para uma festa. Eu queria distância de festas. A última me traumatizou.
- Vai com esse vestido aqui.
Ela jogou um vestido frente única pretoo de paitê.
- Eu não vou usar isso.
- Então eu uso.
Ela o pegou e entrou dentro do banheiro para vestir.
- Eu não quero sair...
- Mas vai. Eu vim aqui te ajudar a melhorar esse teu humor e você diz não para mim? Você sabe que eu não aceito um não como resposta.
Bufo e mostro a língua para ela. Pego a primeira roupa que encontro pela frente e visto. Passo uma simples maquiagem (pó, base, rímel e gloss) e calço um par de saltos.
Marian demora mais 1 hora.
Alguém toca a campanhia.
- Pedro chegou. Vamos?

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Consegui postar mais um capítulo! Vai ser assim até quando der. Espero que gostem. A continuação irá sair até domingo. ;)

Anjo, meuOnde histórias criam vida. Descubra agora