Capítulo 11

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O resto da semana choveu. Fiquei em casa com Marian assistindo filmes e comendo pizza todas as noites. Eu pensei que ela não tinha aula assim como eu, mas depois ela admitiu que queria dar um tempo para relaxar.
- Você é maluca sabia? Quero ver se perdeu várias matérias para prova. - falei jogando pipoca nela.
- Paguei a nerd para copiar tudo para mim.
- Com que dinheiro?
- A mesada que ganho do meu padrasto. Bom, eu pedi um aumento. Mas foi por boa causa.
- Só você mesmo amiga. - falo pegando o controle e colocando no próximo episódio da série.
A campainha tocou.
- Laura você pode atender já estou descendo! - minha mãe gritou.
Eu revirei os olhos e entreguei o balde de pipoca para Marian. Caminhei até a porta e abri. Arregalei os olhos por um segundo quando vi que era Enzo.
- Oi anjo. - ele disse com um sorriso no rosto.
- O que você quer? Não aguentou ficar esses dias sem me perturbar? - revireu os olhos e voltei para o sofá. Marian riu.
- Fala aí Enzo. - ela disse.
- Oi... Ér não sei seu nome. - ele disse entrando e fechando a porta.
- Marian. - ela disse sorrindo para mim.
Eu joguei pipoca nela.
- Por que você não vem assitir ao próximo episódio com a gente enquanto a Tia Júlia não desce? - ela falou rindo para mim.
- Por que ele não quer. - eu falei olhando para Marian que se mijava de rir.
- Que nada. Adoro séries. - Ele disse se sentando no sofá.
- O controle ta com você querida. - ela disse.
Eu bufo e aperto o play do controle.
Umas 5 vezes peguei Enzo olhando para mim. Não só eu percebi como Marian estava tentando controlar suas palavras.
- Eu vou deixar vocês a sós.- ela sussurrou para mim.
Ela levantou e quando estava saindo da sala taquei uma almofada na cabela dela. Ela riu e jogou de volta.
- Sua vaca. - falei rindo.
- Me respeita. Senão não te dou pipoca. - ela falou abrindo o armário pregando pipoca de microondas.
Voltei a atenção para a série, ou melhor para Enzo.
- Ér, fiquei sabendo que você e aquela vadi...vanessa terminaram... Po sinto muito. - falei.
- Não, você não sente. - ele fala levantando a sobrancelha.
- Tem razão. Aquela garota é um nojo.
- Isso tudo é ciúmes anjo?
- Eu? Ciúmes? De você? - começo a rir ironicamente. - tenho é dó dela de ter que te aturar.
- Tenha dó de você também. Por que sei o que está fazendo. - ele disse e logo em seguida me engasguei com a pipoca.
- Como assim? - eu falei.
- Você está se afastando de mim. Tentando me odiar, mas você não consegue não é? - ele disse.
- Ah mas você é muito convencido mesmo. Me erra garoto. - taquei uma almofada nele. Ele fez um escudo com os braços e riu. - eu não suporto você.
Ouço as risadas de Marian na cozinha.
- Nem ela acredita em você. - Enzo aponta para minha amiga que está rindo como se estivesse no circo.
- Ela é maluca. Não bate bem da cabeça.
Alguém desce as escadas.
- Oh, desculpa a demora Enzo. Estava procurando o vestido. Parece que alguém pegou ne Laura. - ela me olhou feio.
- O que foi? Tia Bel e eu temos o mesmo corpo, qual problema de pegar roupa emprestada?
- Ela emprestou para mim não para você.
- Sim, mas nem usei direito. Coloquei e tirei.
- Não é culpa minha você não ter usado, você que não quis sair comigo e com Pedro. - Marian fala andando com o balde de pipoca até a sala.
- Não tem problema. Aqui está Enzo. Agradeça ela por mim. - minha mãe entregou para ele.
- Tchau meninas. - ele falou saindo.
Suspiro de alívio e volto ao sofá da sala.

X

No dia seguinte quase perdi a hora. Todos os dias Enzo me acompanha até a escola e aquele dia... Bom, ele me acordou.
- Acooorda Laaaaura! - alguém grita.
Tomo um susto tão grande que caio da cama e bato a cabeça no criado mudo, meus olhos permanecem fechados. Quem foi o desgraçado que gritou?
- Deixa eu te ajudar. - Ouço a voz de Enzo. É claro! Tinha que ser ele.
- Não, sai daqui! - eu falo rejeitando sua ajuda. Levanto e pego o edredom que caiu junto comigo.
- Você não colocou o despertador para tocar não? - ele falou rindo.
- Precisava gritar no meu ouvido e me fazer cair? - falo indo até o guarda roupa e escolhendo um jeans e um moletom. Era isso mesmo que eu ia vestir. Quando olhei para trás, vi que Enzo continuava no quarto e me observando.
- Que foi? Perdeu o olho aqui? Sai do meu quarto. - eu disse voltando a atenção ao guarda roupa.
- Doce como mel. - ele fala com um tom se sarcasmo. - Estou te esperando lá em baixo anjo.
Ouço a porta se fechar.
5 minutos depois, corro apressadamente as escadas tentando colocar a mochila nas costas. Minha cara já estava dizendo o meu humor. Estava péssimo. No último degrau eu me desequibro e quse caio, Enzo me segura a tempo.
- Opa! Vai com calma. - ele disse me suspendendo.
Me soltei dele.
- Tudo culpa sua! Que droga.
Vou até o corredor e vejo minha mãe com roupão bocejando.
- Olha tem que dar um jeito nessas escadas. Eu quase cai agora mesmo. 2 vez! Ah, e desde quando Enzo tem a nossa chave? Entra a hora que quer. É melhor trocar a fechadura.
Sem espera, caminho apressadamente para porta, mas antes olho para meu primo que esta com segurando a risada. Que raiva!
Acelero meus passos para ficar mais a frente dele, mas ele corre para me acompanhar.
- Que mal humor. Eu ainda faço um favor de te acordar para não faltar a escola.
- Preferia faltar do que ouvir você gritando no meu ouvido e cair, duas vezes ainda por cima! - falo com a voz transbordando ódio.
- TPM anjo? - ele fala com um tom de humor. - Pode deixar que sei lidar com mulheres agressivas e grossas como você. Lido com minha mãe todo dia.
- Tenho pena da Tia Bel. Ter que te aturar toda hora deve ser um inferno. - falo olhando para o lado oposto de Enzo.
- Ah você fala isso mas no fundo você me acha boa pessoa.
- Não te acho má pessoa, só te acho extremamente irritante, insuportável, chato, mimado e convencido.
- Preferia ser má pessoa.
Um cara de bicicleta passa voando pela gente e NOVAMENTE meu primo heróico me puxa para trás, salvando minha pele.
- Por pouco.
- Você tem que parar de ficar fazendo isso. - eu falo com mais raiva do que antes.
- Te salvar? Não era para você estar me agradecendo? - ele diz levantando as sobrancelhas.
- O dia em que eu te agradecer de alguma coisa pode me internar ou me colocar em uma cadeira elétrica.
- Essa doeu. - ele fala fazendo cara de feia.
Chegamos na escola e logo acelerei meu passo para chegar até Paola que estava conversando com Lucia.
(continua...)

Anjo, meuOnde histórias criam vida. Descubra agora