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- Vamo Goiâna acorda, já é.. EXATAMENTE OITO E SETE! –A voz de Teddy ecoou em minha cabeça do nada, me fazendo levantar rapidamente com o tamanho do susto que levei.
- Eu vou matar esse gordo filha da puta –Luba se levanta ao meu lado, já deixando escapar um longo bocejo por seus lábios.
- Vou junto.
Eu e Luba saímos da barraca, se deparando com as meninas e o Teddy acordado, sentados nos troncos que ficavam em volta da fogueira apagada.
- Eu vou pegar um graveto e enfiar ele no meio da tua raba até chegar nos teu pulmão –Alan disse enquanto saia da barraca.
- Que isso falsidade, cadê a intro do seu canal? Amigos tranquilos? -Teddy ria freneticamente.
- Você estão muito de mal humor, vão cheirar maracujá –Gabs disse enquanto se espreguiçava.
- Cheirar? –Perguntei.
- É, esse negócio de beber suco de maracujá pra ficar calma é clichê, vamos cheirar logo pra ser mais louco.
- Gabs e suas tendências –Felps ri com o comentário de sua namorada.
Depois daquela pequena conversa, desarmamos as barracas e arrumamos nossas mochilas pois, infelizmente, teríamos que ir embora ainda hoje, o que me fez lembrar de casa, de minha família, da confusão que tinha acontecido lá e principalmente.. Rafael indo embora. Amanhã será o ultimo dia do Rafa na cidade o que já fazia uma angústia enorme me rondear e me perturbar o tempo todo, o que é engraçado, pois na madrugada mesmo eu estava com uma felicidade que não cabia e mim, e com isso percebo que minha felicidade não dura nem sequer um dia, parece que toda vez que eu estou feliz todas as coisas ruins gritam em minha mente, fazendo lembrar de todas as angustias que eu tenho.
Fomos até ao restaurante que tinha no bosque, já juntando duas mesas pois tinha gente demais presente ali.
- Eu quero.. Aquele pão quentinho, hmm .. –Felps zoava o garçom que ria descontroladamente enquanto fazia o nosso pedido.
- A bomba então nem se fala –Rafael completou o "meme".
- Eu já quero o cacetinho mesmo –Teddy disse em um tom malicioso.
- Ok gente, vamos fazer o pedido logo antes que o garçom chama a praça é nossa pra nos contratar –Maethe disse observando o mesmo garçom que estava parado em frente a mesa, ainda gargalhando.
O garçom finalmente saiu com nossos pedidos. Com certeza ele pensava que acabou de atender uns trabalhadores de circo.
- Rafa.. O que você fez, cara? –Luba disse voltando para mesa, já que ele tinha saído para pegar uma garrafa de água.
Ele passava a mão na nuca de Rafa com uma expressão confusa no rosto.
- O que tem aí? –Rafa perguntou passando a mão no lugar onde Luba indicou.
- Bom, ia dizer um.. Mas tem vários arranhões no seu pescoço, só que alguns passam despercebidos.
PUTA QUE PARIU.
Eu sentia minhas bochechas pegando fogo, minhas mãos formigavam e a vergonha me dominava naquele momento, era capaz de não só minhas bochechas, assim como todo meu corpo estar em um puro vermelho. Lembrei da noite passada, lembrei do nosso beijo, lembrei que .. EU ARRANHAVA SUA NUCA ENQUANTO EU Ô- BEIJAVA, EU ESTAVA MUITO FERRADA!
- Sério? Que estranho –Virei bruscamente para Rafa, com os olhos arregalados em sua direção tentando fazer o mesmo perceber o quão lerdo está sendo agora.
Poderia colocar uma placa " Cuidado com a burra " em sua testa agora.
- Ele deve ter passado por alguns galhos –Limpei a garganta tentando mudar de assunto.
- Ah, deve ser né –Luba desistiu do assunto e voltou para seu lugar, fazendo uma sensação de alívio cair em minha cabeça.
Eu nunca estive tão envergonhada na minha vida, esse momento já pode estar na lista "top 10 dos piores micos de Katherine Scott". É SÉRIO.
Outro garçom voltou com nossos pedidos já prontos e por algum motivo, o mesmo não parava de me olhar, me fitava de um jeito muito desconfortante.
- Hey, qual seu nome? –O garçom me perguntou, sim, o GARÇOM.
- É.. Katherine –Respondi um pouco confusa. Ele me conhecia?
- Que nome bonito, pode vir aqui comigo rapidinho? –Ele me chamou, o que fez todos ficarem boquiabertos com a atitude do tal.
- Não, não pode, ela já tem companhia, e pelo que eu saiba você veio aqui pra atender nossos pedidos e não pra paquerar .. A namorada dos outros –Rafael falou com determinação e colocou seu braço em volta de minha nuca, aconchegando meu corpo ao seu.
Todos presentes naquela mesa soltaram risadas estridentes, acompanhado com um " Toma essa " ou " Turn down for what " o que fez garçom sair de lá calado, como se tivesse cometido um crime.
- O que acabou de acontecer aqui? –Perguntei enquanto ria descontroladamente
- Mano, a cara dele, eu tô tendo um derrame –Rafael falava entre sua risada incrivelmente fina e chamativa.
- Sabia que o otp era real Brasil! –Luba falou com um sorriso esboçado em seu rosto.
- Tenha brigadeiro na festa de casamento de vocês se não nem me convide, recado dado –Teddy disse tentando fazer uma expressão séria.
- Depois reclama que é gordo, baleia –Luba deu um tapa de leve em seu ombro.
- Só foi pra espantar o garçom gente, parem de ser paranoicos –Dei um ponto final no assunto.
- Ah é? –Rafael perguntou.
- É –Cruzei os braços, apoiando os mesmos na mesa.
- Retira o que disse agora ou eu chamo o garçom e deixo ele te estuprar.
- Hmm, se eu fosse você retirava, Kate –Gabs provocava.
- Então é assim? Garçom! –Ameacei chamar-lô, levantando meu braço.
Rafael puxou meu braço levantado rapidamente, prendendo os mesmo contra mim.
- Mano, ele não para de encarar –Felps disse se referindo ao garçom que estava em um canto, fitando nossa mesa.
- Ele vai parar agora. –Rafael determinou.
Mal pude ver seus movimentos, mal pude ver seu rosto se aproximando ao meu, mas pude sentir seus lábios contra os meus.

sorry ; rl Onde histórias criam vida. Descubra agora