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Meu pai entrou no carro também, com a expressão séria no rosto, aquilo não me dava medo e sim raiva.

- Eu sei que você deve estar com raiva por eu ter feito isso na casa de seu amigo, mas isso é tudo culpa sua, poderia ter me avisado que ia .. –A voz dele já estava um pouco mais calma, mas eu ô-interrompi.

- Culpa minha? Você só foi notar que eu tinha sumido depois de 5 horas e acha que tem direito de me xingar? Você tá pouco ligando pra mim, quase nunca tá em casa e acha que pode me dar sermão por que eu estava na casa do meu amigo tempo demais? O único que deve ser xingado aqui é você! –Eu gritei imitando sua expressão séria, eu estava tão vulnerável que eu poderia xingar ele agora de tudo qualquer nome.

- Você não pode gritar assim comigo, eu sou seu pai! –Tentei falar algo mas ele me cortou logo em seguida –Está de castigo, e eu não quero ouvir mais nenhum piu até chegar em casa –Ele engrossou a voz e começou a dirigir.

Fiz o que ele pediu e fiquei em silêncio o tempo inteiro, foi bom pra mim pois eu não estava com a mínima vontade de falar com esse imbecil. Depois de tudo o que aconteceu, depois de ele dar seu showzinho na casa de Alan e na frente do Rafa eu não sabia o que ia dizer para os dois, com certeza o Rafa vai achar que eu tenho uma família de loucos! Eu sinto tanta falta da minha mãe, ela nunca faria algo desse jeito, ela era tão calma, paciente, não sei como ela suportou namorar meu pai por tanto tempo, mas agora entendo o porque dela ter se separado dele.

Quando vi minha casa através do retrovisor do carro abri a porta rapidamente e quase corri pra dentro de casa.

- Katherine, ainda bem, você não sabe o quanto seu pai estava preocupado com você –Cristina disse se levantando do sofá, deixando de lado um balde de pipoca. Eu apenas ignorei toda aquela falsidade e subi para o meu quarto para que assim eu possa ficar o resto da vida lá.

Assim que eu abri a porta do quarto dei de cara com Mel que estava deitada em sua cama mexendo no seu celular, ou melhor, no seu "iPhone", acho que deveria contar que meu sonho sempre foi ter um iPhone mas nunca ganhei pois meu pai não tinha condições, mas quando a filha querida faz 15 anos ela ganha um da última geração.

- Ah, mas já apareceu? Que pena, por que não ficou sumida por mais tempo? Seria tão bom. –Ela gargalhava o que me dava nos nervos. Por que sempre tinha quer ser assim? Por que sempre é eu que tenho que estar nestas situações?.

Eu ignorei e fui para o banheiro, fechei a porta e me encostei na mesma, minhas costas deslizou sobre a madeira até eu sentir contato com o chão gélido. Encostei a cabeça nos meus joelhos tendo visão do meu shorts, que por sinal estava gelado por conta que estava encharcado algum tempo atrás. As vezes fico pensando o por que tudo isso só acontecer comigo, por que tinha que ser eu? Mel sempre se sai bem em tudo, sempre a certa da situação, sempre a que ganha presentes, carinhos, abraços, eu queria isso também, é pedir demais?

Aproveitei que estava ali e me despi para tomar um banho quente e esquecer de tudo isso. Girei a torneira e já senti as gotas baterem contra minha pele enquanto pegava a esponja junto com o sabonete. Demorei um certo tempo mas não me importei, quando abri a porta vi toda aquele vapor sair do local onde estava. Me sentei na cama e vi meu celular, a luz de notificação piscava e ao mesmo tempo o mesmo vibrava a cada segundo. É agora.

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Desculpe a demora, houve muitos imprevistos ;-;

sorry ; rl Onde histórias criam vida. Descubra agora