Sábado 20 de fevereiro

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  Hoje o Bleide vem para minha casa, vamos fazer o trabalho super chato. E eu espero que ele se comporte, não estou com paciência para garotos chatos.
Eu não paro de pensar no que aconteceu ontem na escola foi.... estranho. Eu acho que não posso mais confiar nas minhas amigas, meu irmão tá com aquela menina idiota, tem esse garoto o Bleide, está tudo de cabeça para baixo, como minha vida pôde mudar em tão pouco tempo? Nada vai acontecer, pelo menos eu espero que não.
Era umas, uma e meia quando ele chegou eu tinha acabado de tomar banho, tinha me vestido, estava me arrumando na minha penteadeira, quando a campainha toca eu escuto minha mãe falando com ele, e ele subindo, provavelmente minha mãe não disse onde é o elevador, como poderia, ela já está atrasada para a gravação. De repente a porta se abre, abre não, a porta e escancara e ele fica olhando para mim.
-Estava se arrumando para se encontrar comigo?- ele diz.
-Para encontrar você? Está achando que é quem? Eu estou apenas penteando o cabelo e passando um hidratante labial, não diria que é o que eu faço para encontros.- eu digo.
  Ele apenas ri.
-Que eu saiba, eu não virei palhaça. E você veio para fazer o trabalho ou para me irritar?- eu pergunto.
  Ele olha para o chão, depois olha para mim com um sorriso e diz:
-Os dois.
  Isso só me irrita mais.
-Vamos fazer esse trabalho, e acabar logo com essa tortura- eu digo.
-Tortura? Agora que está ficando legal- ele diz, eu olho para ele com um olhar queimando de raiva, levanto e vou até a minha escrivaninha, ligo o computador, e ele puxa uma cadeira para o meu lado. Eu começo a pesquisar e escrever no computador, pelo menos minha parte eu fiz e ficou boa, depois emprimimos fotos e colamos em um cartaz e escrevemos o necessário, terminamos era umas três e meia.
  Ele parou e ficou olhando para mim.
-O que foi?- eu digo irritada.
-Nada- ele diz.
-Quem nada é peixe.- eu digo.
-Quer ir tomar um sorvete comigo? Eu pago.- ele pergunta
-Ai depende.- eu digo.
-Ahh, qual é? Você acha que a única coisa que eu sei fazer é zoar com a sua cara? Apesar de ser engraçado.- ele diz, e eu me levanto e dou vários tapas nele.
-Se acha engraçado? Vá para um circo. E isso não tem a menor graça.- eu digo.
-Ta- ele diz revirando os olhos- Você vem ou não?
-Ta, eu vou.- eu digo. A minha roupa estava boa.

  Eu peguei apenas uma bolsa, com meu celular e dinheiro, a sorveteria é bem perto então vamos andando- Estou pronta

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  Eu peguei apenas uma bolsa, com meu celular e dinheiro, a sorveteria é bem perto então vamos andando
- Estou pronta.- eu digo.
-Ta, vamos- ele diz.
-Por aqui- eu digo, indo em direção ao elevador.
-Aqui tem elevador? Porque não me disseram? Eu tive que subir aquela escada toda!- ele diz.
-Ai não teria graça.- eu digo sorrindo.
-Hahaha.- ele diz irritado.
-Parece que o jogo virou, não é mesmo?- eu digo, e ele só fica olhando para mim.
  Nós entramos no elevador e eu clico no botão do térreo, o elevador fecha as portas mas não se mexe, eu clico no botão de novo mas ele continua sem se mexer, ai eu começo a ficar desesperada porque eu acho que  o elevador travou, Sei lá, e não estou nem um pouco afim de ficar presa com um garoto irritante. O que vai ser de mim? Eu pego meu celular e tento ligar para minha mãe mas ela não atende nem meu pai, depois tento ligar para meu irmão mas ele deve estar no treino de futebol, ele saiu agora a pouco então talvez não chegue nem tão cedo, e hoje é sábado então a Marta, a empregada não está trabalhando hoje. Eu liguei para o homem que instalou o elevador ele disse que só poderia vir cinco, seis horas da tarde.
-Não tem mas ninguém?- Bleide pergunta.
-Não, é o fim do mundo.- eu digo.
-Então vamos nos manter ocupados, para você não enlouquecer mais ainda.- ele diz.
-Pois é, porque se eu enlouquecer você será o primeiro que eu vou matar!- eu digo.
-Isso foi uma ameaça?- ele pergunta.
-Não, foi um aviso- eu digo.
-Ta.- ele diz.
-Ta!!- eu digo.
-Que tal jogarmos, conheça sua amiga? Ou a louca que está presa no elevador com você.- ele diz rindo.
-Acho melhor conheça o cara mais retardado e idiota que está preso no elevador com você.- eu digo.
-Ta qualquer nome serve, eu começo. O que você gosta de fazer?- ele pergunta.
-Escutar música, ler muito, celular, fazer muitas compras, escrever, assistir séries e filmes, sorvete também, lasanha, e você?- eu digo, mas acho que ele entendeu outra coisa.
-Hã!??- ele pergunta.
-Você gosta de que?- eu pergunto revirando os olhos.
-Eu gosto de jogar no time da escola, música, ler, dormir, você...- ele diz e eu franzo a testa.
-Quando você vai crescer?- eu pergunto.
-Eu já cresci, sou maior que você, se não reparou.- ele diz.
-Hahaha, eu quis dizer mentalmente.- eu digo.
-Ahh, quando eu não quiser mais te irritar.- ele diz.- E aquelas suas amigas, já pensou em parar de andar com elas?
-Já- eu digo sem pensar, mas comigo não tem mentira eu digo na cara.- Me diga alguma de suas qualidades, se você tiver alguma.
-Eu sou paciente para aguentar você, decidido e determinado, se eu quero algo eu vou até o final- ele diz olhando para mim.
-Eu também sou determinada, original, nem um pouco paciente.- eu digo.
-Você é sempre assim? Ou tem outro lado educado e legal?- ele diz.
-Se você mostrasse esse lado eu mostraria o meu.- eu digo.
-Ta já entendi que você não tem um lado educado- ele diz vindo sentar ao meu lado- Pelo menos você é bonita.
-Eu sei, mas cara você deve ser cego porque só percebeu isso agora!- eu digo.
-Não eu percebi isso desde que te vi pela primeira vez, mas não tive a chance de te dizer já que você estava sempre me dando foras, ou estava com medo de estar gostando de mim.- ele diz.
  Quando eu ia dar mais um fora nele, ele me beijou e eu não tentei empurra-lo como eu esperava que ia fazer, mas eu o beijei de volta. Ai o meu celular tocou, nós nos afastamos e eu atendi era minha mãe, dizendo que estavam ai fora para nos tirar daqui, sério? Nós ficamos esse tempo todo aqui quando as coisas estavam melhorando eles chegam.
-Estão ai fora, pra nos tirar daqui.- eu digo.
-Sério?- ele diz com cara de tédio- Ainda vamos a sorveteria?
-Sim.- eu digo.
  Nesse momento as portas se abrem, eu vejo a equipe que instala elevadores e minha mãe. Eu e o Bleide nos levantamos e a equipe sai da frente, quando saimos do elevador eles entram e começam a checar o circuito, minha mãe me abraça e pergunta:
-Você está bem?
-Estou, não aconteceu nada só ficamos presos lá.- eu digo.
-Tem certeza? Porque eu vou ter que voltar para a gravação, só fizemos uma pausa- ela diz.
-Claro, pode ficar tranquila- eu digo, ela me abraça de novo e vai embora.
  Bom nós fomos a sorveteria e o Bleide depois voltou para casa. Nada mais. Mas é bom que ele resolva logo o que quer.

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