Capítulo 2- Seja Bem-Vindo, Estranho

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Os olhos negros dele percorrem a sala lentamente, desde o tapete no fim do hall aos sofás de couro branco e a cozinha, separada da sala por uma bancada de mármore escuro onde uma cesta de vime com frutas descansava no centro.

- Tem um videogame na primeira porta da estante- digo, apontando para onde a televisão esta, a estante de madeira branca toma conta da parede inteira, com livro nas prateleiras superiores, filmes de ambos os lado da tela e jogos e outras coisas embaixo, atrás das portas de vidro- Pode usar, mas guarde depois.

Alejandro, parado ao meu lado na entrada da sala, arqueia a sobrancelha quando coloco a mão a sua frente, o impedindo de avançar.

- Sapatos no hall- explico e só então ele nota que eu já havia tirado os meus, ficando apenas com as meias brancas.

Noto quando ele cerra o maxilar, na tentativa de esconder um sorriso. Mas seus olhos brilhantes o traem.

Que ótimo. Ele me acha divertida.

- A lavanderia fica ali- indico o pequeno corredor ao lado da entrada da cozinha, da onde estávamos não era possível ver a porta- E você dormira no sofá.

- É mesmo?

- Não tenho quarto de hospedes.

- E não dividimos a cama por quê?

- Não costumo dividir minha cama com estranhos- dou de ombros.

- Mas não somos estranhos- pontua como se fosse óbvio.

Balanço a cabeça enquanto me dirijo às escadas, ele me seguindo de perto:

- Não nos vemos há treze anos, não somos assim tão próximos.

- Bliss falava tanto de você enquanto eu estava no México que é quase como se não tivesse se passado treze anos.

- Nem vem, essa não colou- abro a porta do banheiro, permitindo que Alex tenha uma ampla visão do cômodo limpo e bem organizado- Creio que saiba todas as regras sobre o banheiro quando o divide com uma garota.

Ele acena obedientemente, o sorriso divertido nunca deixando seu rosto de traços firmes.

- Aqui é o meu quarto- abro a porta em frente a que acabo de fechar- Uma área restrita quando não precisar pegar suas coisas. Minha cama é um limite, não se aproxime.

Ele ri, talvez se lembrando de suas travessuras em meu quarto quando éramos crianças.

O cômodo era bem vazio, não tinha nada mais do que um guarda roupa que tomava a parede em frente à ampla cama de casal, e um criado mudo. Tudo branco. A cor me dava uma sensação de limpeza que me agradava. Embora parecesse muito estéril e com ar de hospital, segundo o Trey.

- Ali- aponto para a porta no fim do corredor- É a despensa, pode ir lá quando quiser. Qualquer produto de limpeza está na lavanderia, também pode ir lá quando quiser.

Alex acena novamente e franzo o cenho:

- O que você acha tão engraçado?

Assim que fecho a porta do quarto, ele responde.

- Você.

- Eu sou engraçada?

- Mandona.

- Eu sei- lhe ofereço um sorriso doce antes de continuar- Deixei uma parte do guarda-roupa vazio pra você, pode usar se quiser. Também tem duas prateleiras vazias no banheiro. Alguma objeção?

O Irmão Da Minha Melhor AmigaOnde histórias criam vida. Descubra agora