Capítulo 7

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Foi uma noite de quarta-feira surpreendentemente divertida.

Alejandro fez tacos, me obrigando a picar tomates e outros ingredientes enquanto preparava a massa, jogando-a para cima na frigideira, se achando um chef enquanto cantava uma música latina e até dançava, me tirando muitas risadas.

Era extremamente difícil, senão impossível, agir como se ele fosse apenas um hospede indesejado quando ele agia dessa forma.

Embora fosse mais fácil lidar com a versão menino Alex que eu conhecia, aos poucos, Alejandro parecia disposto a me mostrar que não era mais aquela criança, mas que também não éramos desconhecidos.

O dia de quinta-feira passou de forma leve e descontraída, embora o céu estivesse contrário ao nosso bom humor.

Trey estava animado após sua noite badalada e até deixou de alfinetar Lila.

Alex e eu estavamos em nosso estilo normal, ele me cutucava, eu o ameaçava com meu garfo, então riamos, ele reclamava da minha salada, mas estava começando a parecer interessado nela, roubando meus tomate cereja quando achava que eu não estava olhando.

Nathaly continuou na troca de olhares com ele, talvez numa tentativa ridícula de se passar por um desafio. E enquanto ela e Alex trocavam flertes sem palavras, Trevor ressurgiu e atirava dardos com os olhos na direção do meu hospede-cozinheiro-mexicano sempre que podia.

Embora não me considerasse uma pessoa em todo curiosa, queria saber que bicho estava mordendo Trevor Queen.

Depois das aulas Trey foi em casa, me ajudar a estudar. Tão logo quanto nos sentamos na sala, Alex surgiu, de óculos e com seus livros, para se juntar a nós. E até que saiu algo produtivo, bem, depois de todo o papo furado, é claro.

Trey resolveu que iria domir em casa novamente e, como as quintas-feiras, além de ser o dia em que ele me ajudava a estudar, era também seu dia de cozinhar, Alex se juntou a ele enquanto eu me esticava em meu/seu sofá. Enquanto respondia da sala suas perguntas, acabei pegando no sono. Meu amigo até tentou me acordar quando estava tudo pronto, mas meu corpo estava estranhamente exausto. Quando ele me pegou no colo como um bebê para colocar-me em minha cama, adormeci no meio do caminho.

A manhã de sexta-feira chegou e quem me acordou foi Alex.

Eu até teria brigado com ele por invadir meu quarto tão cedo, mas a verdade era que eu não ouvira o depertador e já estava atrasada.

E depois de cochilar na aula e meu nariz entupir, fiquei de mau-humor ao perceber que estava ficando lindamente gripada.

É obvio que depois de não correr pela manhã eu teria que correr depois da aula o dobro do percurso... E até o fiz.

Enquanto corria, a chuva voltou, me ensopando em questão de segundos.

Cheguei em casa morrendo, me apoiando nos joelhos para respirar quando subi na varanda, parecendo um pato afogado.

Alex me chamou de burra e praticamente me chutou para o banheiro para que eu tomasse um banho quente.

Quando voltei a cozinha, ele tinha um copo com suco de laranja, dois analgésicos, uma caneca grande com chocolate quente e um pratinho com biscoitos. Tudo pra mim.

- Quer me engordar ou me deixar diabetica?- torço o nariz.

Mal agradecida!

- Te deixar saudável, que tal? O que você tem na cabeça para sair na chuva e doente?!

Ele não podia estar realmente brigando comigo!

- Não estava chovendo. E não estou doente, é só o comecinho de uma gripe- fungo e ele me estende uma caixa de lenços de papel, embora pareça querer jogá-la na minha cabeça.

O Irmão Da Minha Melhor AmigaOnde histórias criam vida. Descubra agora