Capítulo 10- Correr ou Morrer

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Precisei tomar um banho na casa de Trey para me sentir melhor.

Havíamos deixado a faculdade e ele tentara me convencer a deixar tudo de lado. Uma atitude atípica a seu estado normal de Sherlock Holmes.

Lila me ligou, dizendo que Alex a dispensara assim que chegaram em casa.

Com um súbito mau-humor, peguei minhas coisas e fui embora, garantindo a meu melhor amigo que ligaria se precisasse de alguma coisa.

Assim que cheguei em casa, tirei a calça de moletom folgada que Trey havia me emprestado e vi Alex descendo a escada, recém tomado banho, de calça jeans, peito desnudo e um pano pressionado no rosto.

- Essa droga não para de sangrar- chia, de tão bom humor quanto eu.

Esquecendo que pretendia ir até meu quarto, vestir um shorts e tirar a camisa de Trey, larguei minhas coisas no hall e fui até a cozinha pisando duro, como se pudesse intimidar alguém numa calcinha da Pucca e uma camiseta masculina da fraternidade.

- Venha aqui- chamo, pegando uma compressa de gelo na geladeira e a maleta de primeiros-socorros debaixo da pia.

- Me viro sozinho- retruca da sala.

Respiro fundo.

Sim, estava irritada.

Toda aquela confusão no refeitório me parecia desnecessária.

Trevor provocara Alex, entendia isso, mas nada explicava tamanha agressão entre ambos.

- Não foi um pedido, Alejandro. Ou me escuta, ou terá de escutar Bliss.

Prendo meus cabelos, ainda molhados, num rabo de cavalo enquanto vejo um resignado Alejandro se levantar do sofá e caminhar até a cozinha, apoiando-se na bancada com uma careta.

Tiro o pano de sua mão e o deixo sobre a bancada, sujo de sangue.

Pousando as coisas ao lado de Alex, faço cara feia quando ele mantem o rosto erguido.

- Dá para se sentar?

- Não.

Empurro seu peito e vejo a sombra de um discreto sorriso cruzar seus lábios rapidamente.

- Está rindo de mim? - chio, semicerrando os olhos.

- A culpa agora é minha se você esqueceu-se de crescer?

- Sente!

Alex bufa, então segura minha cintura e me ergue, girando e me colocando sentada sobre a bancada fria.

Contrariando minha vontade de insultá-lo, minhas bochechas aquecem e preciso morder o lábio inferior para esconder o ridículo sorriso que tenta vir a superfície.

- Vai ficar me encarando?

Pisco algumas vezes, despertando-me:

- Fique quieto.

Pegando a compressa com gelo, coloco contra a lateral de seu corpo e o vejo estremecer.

- Segure- retruco, recusando-me a percorrer seu abdômen rígido com os olhos.

Com alguns pedaços de algodão umedecidos em álcool, seguro o queixo de Alex e viro seu rosto, finalmente na altura adequada para encarar diretamente seu machucado.

- Talvez devesse levar pontos- resmungo pra mim mesma e toco o algodão no ferimento, sendo retribuída com uma careta- Não ouse dar um pio.

Em silêncio faço o que preciso, limpando o local com delicadeza enquanto recebo caretas e resmungos em troca.

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⏰ Última atualização: Apr 21, 2017 ⏰

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