Capítulo 2

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  (...)

  Após lutar com todos os doze integrantes e ganhar de oito, Ares finalmente me liberou, conversei com Atena e expliquei que precisava ver meu tio ao invés de estudar.
  E foi o que fiz, fui até o submundo e procurei por Hades.

–Tio?–Grito.

  Não obtenho resposta e vou até o jardim, provavelmente Perséfone saberia onde ele está.

–Perse?–Digo.

–Olá.–Diz, ela sai do meio das flores e vem até mim sorrindo.

–Sabe onde o tio está?–Pergunto.

–Ele está no escritório.–Diz voltando sua atenção para as flores.

   Caminho a passos lentos, escutando os sons do submundo, hoje está tão quieto, geralmente há gritos ecoando por todo o castelo de Hades.

–Tio?–Questiono, batendo na porta do escritório.

–Entre.–O escuto dizer. Hades estava sentado, seu semblante era preocupado e ele estava com alguns papéis a sua frente.

–Está tudo bem?–Pergunto.

–Só alguns problemas, mas não são importantes agora.–Ele junta os papéis e direciona seu olhar pra mim.–Como você está?

–Um pouquinho triste, não quero ir pro acampamento, eu já tô acostumada vivendo aqui, com a rotina daqui, mesmo sendo insuportável e parecendo que eu faço parte de um museu, eu ainda gosto daqui.–Digo.

–Eu sei, mas tente pensar pelo lado do seu pai também, ele nunca tinha pegado um bebê na vida, você foi a primeira criança que ele criou, você tinha menos de dois anos quando ele pegou você da sua mãe, ele ama você como nunca amou outra coisa e sua mãe também te ama, houve motivos pra ela ter deixado seu pai ficar com você e eu espero que não guarde rancor dela. Se seu pai está te mandando pra lá, um motivo bom há.

–É óbvio que eu guardo, tio, eu nunca sentei e conversei com a minha mãe, nunca fizemos coisas juntas, eu já não sou normal, sou uma deusa menor e quando eu via as pessoas vivendo suas vidas, me questionava o motivo de ter nascido diferente.

–Você é uma deusa, Vitória, é imortal, sua imunidade é ótima, é inteligente e uma ótima guerreira, você tem a oportunidade de estudar com a deusa da sabedoria, há tantos humanos que almejam isso, mesmo não tendo crescido com a sua mãe, você é privilegiada. Mas eu não estou dizendo que você não pode se sentir triste, apenas que você tem sorte.–Diz Hades. Ele está completando certo.

–Você está certo.–Digo. Hades vem até mim e me dá um beijo rápido na testa. Demonstrações rápidas de afeto era comum com ele.

–Você está muito pra baixo, quer ir até lá em cima e se divertir como mortais?–Pergunta. Sorrio, tio Hades é o melhor na face da terra.

  Após algumas horas já estávamos prontos, os cabelos de Hades estavam bagunçados e sua pele contrastava com a camisa vinho e a calça preta. Ele tinha uma aparência muito conservada. Eu estava arrumada com um vestido preto e coturnos vinhos, estávamos combinando, pois iríamos pra uma festa. Hades me levava quando eu queria me sentir uma garota normal, ele era incrível.
 

(...)

    Cinco horas mais tarde eu apareço no Olimpo, pra um Deus ficar bêbado, ele precisa beber muito, mas muito mesmo e como sempre que saia com Hades isso acontecia, eu cheguei quase desmaiada no Olimpo, Hades teve que me levar em viagens das sombras.
     Antigamente Hades nunca saia do submundo, nunca mesmo, entretanto isso mudou, ele disse que estava cansado de viver apenas ali, então quando está bem de noite ele sai.
   Não preciso dizer que Ares quase me jogou do Monte Olimpo, preciso? Pois bem, ele ficou furioso, por sorte ele nunca havia me visto assim antes e infelizmente, o castigo aumentou seis meses.
   Quando acordar, vou pro acampamento, de ressaca.

(...)
   
   Sinceramente não estava aguentando ouvir nem um barulho se quer, a luz me cegava e minha cabeça latejava.
   Ares como sempre, fez questão de tornar algo desagradável em insuportável, entrou no quarto abrindo as cortinas e falando alto, dizendo o quão irresponsável Hades era e o quão indignado ele estava com a situação.
  Tomei banho com as luzes apagadas e com tampões no ouvido, me troquei sentindo meu corpo ser atraído pela cama, sendo literalmente arrastada de lá por Ares que quase jogou minha coisas escadas a baixo, Atena apenas olhava com reprovação.
  De óculos escuros e fones impermeáveis ao barulho, com várias malas e sendo escoltada pelos integrantes de luta Greco-Romana, pois segundo meu pai eu poderia fugir, foi dessa maneira que eu cheguei no acampamento, atraindo olhares onde passávamos, obviamente estranharam o fato de uma deusa menor, outra deusa menor, estar no acampamento acompanhada por "soldados"
   Eles me deixaram na porta do
chalé, apenas deixaram minhas malas e sumiram. Encontrei uma cama vazia e me joguei, tirei os sapatos e me preparei pra dormir novamente.

(...)

Semideusa : A Filha de Morrigan e AresOnde histórias criam vida. Descubra agora