Capítulo 8

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(...)

   O resto da noite foi extremamente agradável, continuamos bebendo e conversando sobre a vida, nunca me abri tanto com uma pessoa como me abri com ela; Ela era uma pessoa extremamente interessante, um pouco triste, mas muito interessante.
   O sol já tinha nascido e estavamos ambas rindo das desgraça da vida.

–Eu nunca ri tanto.–Ela diz com a mão na barriga, dou risada e ela sorri.–Obrigada.

–Pelo que?–Questiono confusa.

–Por essa noite, eu nunca tive uma noite tão agradável.–Ela diz e sorri, sorrio também.

–Eu que agradeço, estava precisando de diversão.–Digo, ela se levanta e bate a mão na calça.

–Eu preciso ir, Cameron vai ficar preocupado quando acordar e não me ver lá.–Ela diz e se despede.

–Até mais.–Digo repetindo suas palavras anterior.

  Assim que ela se afasta volto a pensar na visão que tive... Por que esse estilo de visão diferente? Antigamente eu só tinha sonhos, que mal me lembrava, só conseguia lembrar da essência, sempre envolvendo muitas mortes, mas essas visões é como se eu estivesse nela, só que eu só vejo as pessoas e alguns objetos, o resto é uma negra imensidão; Isso é tão estranho, eu não tenho respostas e eu quero elas.
   Passo as mãos no cabelo enquanto suspiro cansada, abraço meu joelho e coloco a cabeça no mesmo, por que tudo tem que ser tão estupidamente difícil?! Quero gritar, bater em alguma coisa! Quebrar algo...

–Ei.–Escuto uma voz e sinto uma mão no meu ombro, levanto o olhar e vejo uma garota de cabelos pretos e olhos azuis.–Nyxie, filha de Poseidon, lembra?–Ela questiona e eu afirmo positivamente; Não, eu não lembrava.–Tá tudo bem?

–Sim.–Digo. Não estava nada bem...

–Ao julgar pela sua expressão, não está nada bem, quer conversar?–Ela questiona. Eu já estava extremamente cansada de ter passado a noite acordada e bebendo com a Lin, mas o que me impedia de continuar ela?

–Não tenho muito o que dizer, só me sinto presa aqui.–Digo, ela me olha com um olhar compreensivo.

–Quando vim pra cá, me sentia confusa boa parte do tempo, sabe? Quando vi meu pai pela primeira vez, voltar pro acampamento foi meu refúgio, aqui eu tive uma família; E eu sei que você foi basicamente expulsa do Olimpo, mas você pode achar uma segunda família aqui.–Ela diz, consigo sentir a verdade de suas palavras.

–Eu agradeço, Nyxie.–Digo, ela sorri.

–E por que tanta raiva?–Ela pergunta, sorrio.–Eu sou bem observadora.–Ela diz.

–Habilidade invejável, tenho uma péssima memória e uma grande impaciência.–Digo, ela ri.–Tive uma visão.

–Igual coisa de filme?–Ela questiona. Faço uma expressão confusa, coisa de mortal...–Como foi?–Ela reformula a pergunta.

–Eu estava em um lugar todo escuro, era uma grande imensidão, no fundo, mas não tão fundo, tinha uma mulher sentada em uma poltrona segurando um bebê, ela chama o bebê de "Seier", procurei uma filha de Atena e ela me disse que significa vitória, meu nome é Vitória.–Digo, ela me olha e ergue uma sobrancelha.

–Você era a bebê?–Ela questiona.

–Eu acho que sim. Consegui ver um homem se aproximando, acho que era meu pai. Mas é algo que não faz sentido, porque Hades disse que eu fui pro Olimpo com dois anos e o bebê, aparentava ter meses.–Digo.

–Bom, os filhos da Maia e da Anne são novos mas parecem velhos.–Ela diz.

–Sim, mas não acho que a situação seja semelhante, eu cresço normalmente, como um Deus cresce.–Digo, ela dá os ombros.

–Já tentou falar com seu pai?–Pergunta. Dou risada.

–É impossível ter um diálogo com Ares, ele não sabe conversar, se eu o questionar, ele já começa a falar alto e querer brigar.–Digo, ela faz uma expressão engraçada.

–Então descobre sozinha.–Ela diz. Tá aí uma ótima ideia! Não havia pensado nisso.

–Você me deu uma boa ideia.–Digo, ela sorri. Vou encontrar minha mãe.

–Fico feliz de ter ajudado. Até embarcaria com você nessa jornada em busca do autoconhecimento, porém tenho que ficar de babá.–Ela diz, dou risada. Ela se levanta.

–Até mais.–Digo, ela acena e se afasta.

    Eu não faço ideia de como encontrar minha mãe, eu não sei quase nada sobre ela, só o que os livros de história dizem; Mas é preciso mais do que isso para encontrar uma deusa, eu não sei se ela fica em uma espécie de Olimpo celta ou se fica em algum determinado lugar, entretanto não irei desistir até a encontrar e finalmente entender quem eu sou.
 
  Me levanto rapidamente e vou até o meu chalé, arrumo minhas coisas silenciosamente, tento sair de lá sem fazer nenhum barulho para não acordar ninguém, felizmente consigo, ao sair do chalé dou de cara com Maia, ela me olha e sorri.

–Fugindo?–Ela questiona, dou os ombros.–Precisa tomar cuidado, vem.–Ela diz e me puxa pela mão, vamos até uma parte afastada com muitas árvores.–Por que fugir?

–Quero encontrar minha mãe.–Digo a verdade.

–Não se faz as coisas sem pensar, por onde vai começar? Com que dinheiro?–Ela questiona. É verdade, eu não tinha pensado nisso, não costumo pensar, eu só vou e faço.

–Bom, eu arrumaria...–Digo, ela me olha meio brava.

–Meu bem, você precisa pensar antes de fazer algo, eu entendo que querer saber quem é sua mãe e o porquê de você estar se sentindo estranha é algo muito importante pra você, mas você não pode fazer as coisas sem pensar.–Ela explica calmamente.

–Eu entendo.–Digo, ela sorri.

–Vai guardar essa mala, depois vai até o campos de morangos que eu te espero lá, vou ajudar você.–Ela diz.

–Por que vai me ajudar?–Questiono curiosa.

–Porque sei que vai fazer sozinha e vai fazer impulsivamente; Atena me contou precisamente como você é e eu vou cuidar de você, por respeito a ela.–Ela diz, sorrio, é bom saber que alguém de lá ainda se preocupa comigo.

–Obrigada.–Digo e ela sorri.

(...)

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⏰ Última atualização: Nov 22, 2021 ⏰

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