Capítulo 7

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  Ayslin e Cam Cayer, filhos gêmeos de Apolo

(...)

  "Seier" essa palavra não sai da minha cabeça, era como se ela me dissesse algo muito importante, mas eu não fazia ideia do que. Eu odeio ficar nessa incerteza, nessa curiosidade e nessa angústia, odeio ter que esperar pra saber.
  Levanto de supetão, procuro meus sapatos e saio silenciosamente do chalé, vou andando rapidamente até o chalé de Atena, se eu precisava de uma informação, era lá que iria conseguir, bato na porta algumas vezes, até começar a bater de forma mais impaciente, a porte se abre violentamente e uma garota com cabelos presos em tranças e com óculos me olha mortalmente, fofa.

–O que foi? Sabe que horas são?–Ela diz de forma ríspida.

–Não faço ideia. Sabe o que significa a palavra Seier?–Questiono, ela franze as sobrancelhas, aparentemente confusa.

–Eu acho que vitória. Só espere um segundo, pois irei confirmar.–A garota diz. Passo as mãos pelos braços notando o frio que estava fazendo, olho pro lado enquanto tentava fazer o tempo passar, vejo uma garota sentada na frente de um chalé, ela olhava pro céu.

–É isso mesmo, Seier significa vitória em norueguês.–Ela me responde. A olho confusa.

–Obrigada.–Digo, ela bate a porta. Que grosseria.

   Com esse significado na cabeça, as coisas parecem fazer mais sentido, acho que eu era aquele bebê e aquela mulher, era a minha mãe, o homem que vi se aproximar deveria ser meu pai. Mas por que isso agora?

   Por que essas visões diferentes, antes tudo acontecia em sonhos e não era nada relacionado ao passado, era sempre ao futuro.

    Passando em frente ao chalé que a garota estava sentada, escuto um soluço, creio que ela esteja chorando; Volto alguns passos e me sento ao seu lado, ela me olha confusa, seus olhos estavam avermelhados assim como seu rosto.
   
–Tá tudo bem?–Questiono. Ela limpa o rosto rapidamente e sorri falsamente pra mim.

–Está sim.–Sua voz estava chorosa.

–Não parece estar tudo bem, o que melhor do que desabafar com uma completa estranha?–Questiono, ela franze as sobrancelhas e vira a cabeça confusa pro lado. Sorrio.

–Bom, eu não sei...–Ela diz calmamente, fecha os olhos e depois olha pro céu.–Sabe, é difícil ficar longe de casa, longe dos seus amigos, da sua família, da pessoa que você gosta, mas é pior ainda saber, que só o fato da sua presença pode colocar eles em risco. Foi só por conta disso que aceitei ficar aqui.–Ela diz devagar enquanto abraçava os joelhos.

–Está chorando por saudades?–Questiono o óbvio.

–Também, aqui eu me sinto presa, eu queria simplesmente sumir e ir viver minha vida longe de tudo isso, essa baboseira de filhos de deuses e monstros mitológicos.–Ela diz aparentemente cansada.

–Não consigo te entender exatamente, nunca tive uma vida normal pra sentir falta dela. Mas eu posso entender o que sente, se é o que quer, o que te impede?–Pergunto.

–Meu irmão; Eu tenho um irmão gêmeo, ele é a minha base desde sempre, somos muito unidos e ele me apoia em tudo, menos nisso, ele acha que somos filhos de um Deus por um propósito, o único propósito que vejo é a tristeza e solidão absoluta.–Ela diz. Começo a olhar suas características físicas e vejo Cameron em minha mente, como eles são diferentes.

Semideusa : A Filha de Morrigan e AresOnde histórias criam vida. Descubra agora