Capítulo 6

2K 135 37
                                    

(...)

–Okay, admito essa foi boa.–Digo analisando a flecha no alvo.–Mas pra ser tão bom quando eu você precisa de muito treinamento.–Digo atirando uma flecha no exato local que ele tinha acertado, fazendo minha flecha quebrar a dele ao meio.

–Interressante ele lance meio Valente.–Ele diz rindo e gesticulando com as mãos.–O único jeito de superar seria...–Ele para de falar e sua flecha também quebra a minha ao meio, arregalo os olhos.–Fazendo isso.–Ele diz sorrindo.

–Estou bastante impressionada.–Digo rindo. E de fato estava, eu nunca tinha visto coisa semelhante acontecer.

–Eu ganhei?–Ele questiona, franzo a sobrancelha.

–Claro que não. Precisaríamos de um alvo em movimento pra termos certeza de quem é o melhor, deixando claro que não estou me referindo a animais.–Digo. Ele faz uma cara pensativa.

–Isso seria facilmente resolvido com magia.–Ele diz.

– Se minha magia não fosse diferente, poderia resolver isso.–Digo, ele me olha curiosa.

–Não sabia que filhos de Ares tinham magia.–Diz.

–Eu não sou só filha se Ares, sou de Morrigan também.–Explico.

–Esse nome me é familiar, mas não sei que deusa ela é.–Ele diz passando as mãos nos seus cabelos levemente ondulados.

–Ela é a deusa da guerra, da vingança, da fertilidade, das premonições, da destruição, da morte em batalha e da magia, mas cada dominação tem sua peculiaridade. Por ser filha dela e de Ares, acabo sendo muito estressada e vingativa, quando fico brava demais, tenho tendência a destruição. A pior parte de ser filha de Morrigan são as premonições, eu nunca tenho visões de coisas boas, são sempre coisas ruins e elas sempre acontecem.–Digo, ele me olha.

–É um grande fardo pra carregar, Vitória. Eu sinto muito.–Ele diz com gentileza. Fofo.

–Tá tudo bem, estou acostumada.–Digo.

–Estar acostumada não torna mais fácil.–Ele diz. Ele tem um bom ponto.

–É... Mas enfim, preciso de um banho.–Digo e vou andando.

–Eu ganhei!–Escuto ele gritar, dou risada e continuo andando.

  (...)
  
     Depois do banho, me arrumo com as roupas que usualmente usava na forja e ando devagar até a mesma, no caminho vejo a Maia, ele andava apressadamente e o homem do refeitório, Nico, a seguia.

–O que isso tem haver?–Escuto Maia dizer para ele.

–Você mentir pra mim e esconder em outro lugar coloca sua honestidade em prova.–Ele diz calmamente, como se estivesse cansado.

   Resolvo não ficar por perto pra não invadir a privacidade dela e continuo andando calmamente até a forja.

–Léo?–Questiono. A forja estava fazia, o que era meio estranho...

  Me sento em um banco e fico observando em volta, esperando ele voltar.
   Depois de alguns minutos ele aparece, mas não estava sozinho, estava acompanhado de um homem alto, branco, com cabelos negros e olhos verdes, ele vestia um terno preto e andava como se o mundo fosse inferior a ele.

–Eu voltarei ele breve.–O homem diz e sai da forja. Olho curiosa pro Léo.

–Negócios.–Ele diz dando os ombros.

(...)

    Se passado algumas horas martelando e derretendo metais, comecei a ficar com uma certa dor de cabeça por tanto barulho constante.

–Está tudo bem?–Léo questiona.

–Sim... Eu só preciso de um minuto.–Digo fechando os olhos, estava sentindo uma tontura estranha, minha visão estava turva.

–Você não parece estar bem, Vitória...–Ele diz vindo até mim.–Está pálida.

–Eu sou pálida...–Digo meio devagar, não estava conseguindo ouvir o som da minha voz direito, era como se eu não estivesse falando.

–Está pálida como um cadáver.–Ele diz sério.

–Isso não me parece legal...–Digo e tento levantar, mas minhas pernas não funcionam, cairia no chão se não fosse por Léo.–Não sei o que está acontecendo...

  Sinto meus corpo pesar e meus olhos se fecharem, não perco a consciência, mas não consigo falar, escuto Léo chamar meu nome algumas vezes e depois suas mãos me  segurarem, sinto que estou sendo carregada, quero gritar, mas não consigo, apenas enxergo o grande vazio.
   Tudo está escuro, sinto que estou de olhos abertos, mas não enxergo nada, apenas uma grande imensidão de vazio, bem no fundo vejo uma luz, ando até ela e isso me deixa confusa, eu estava a pouco sendo carregada por Léo, por que estou andando?
  Ao chegar na luz, vejo uma mulher sentada em uma cadeira com um bebê no colo.

–Eu peço perdão, minha criança.–A mulher fiz enquanto segurava a pequena mão do bebê; Que aparentava tem alguns meses de vida.–Se houvesse algum benefício pra você estar ao meu lado, não hesitaria em te deixar aqui, mas é perigoso, tenho inimigos e quanto mais longe de você eles ficarem, mais segura você estará.

   A criança da risada, pobre criaturinha inocente, mal sabe do que está acontecendo. Ela arruma a criança com roupas escuras e movimenta seus dedos, uma marca aparece em seu pé, um pequeno corvo.

–Eu amo você, Seier.–Ela diz beijando o topo da cabeça da criança.

   Seier... Vejo um homem caminhando de longe, mas a imagem começa a ficar embasada, eu queria ver mas estava despertando...

–Vitória?–Escuto alguém dizer meu nome, pisco algumas vezes e vejo que quem me chama é Léo.

–Oi?–Digo meio confusa.

–Como você está? Seu rosto estava pálido e seus olhos ficaram vermelhos, foi assustador.–Ele diz, faço uma expressão confusa.

–Isso aconteceu?–Questiono confuso.

–Sim, você estava estática e parecia sem vida, mal respirava, quase achei que você estava morta, porém estava balbuciando algo.–Ele diz, ele estava visivelmente assustado.

–Isso nunca aconteceu. Por acaso sabe o que significa Seier?–Pergunto ele me olha confuso.

–Não, mas descubro pra você.–Ele diz. Sorrio meio atordoada.

(...)

Semideusa : A Filha de Morrigan e AresOnde histórias criam vida. Descubra agora