Prólogo

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Ariel Scolfield

Alguns anos atrás

       Eu estava no meu quarto estudando quando ouvi o barulho de carros se aproximando. Logo após, um conjunto de vozes começaram a ser entoadas no que parecia ser a rua de casa. Fui na direção da janela a fim de ver o que estava acontecendo, e quando abri a cortina salmão do meu quarto com os dedos, me espantei com a quantidade de pessoas do lado de fora. Câmeras estavam sendo ligadas e vãs que liberavam frequências já haviam sido estacionadas na calçada. "Repórteres" pensei. Engoli em seco e desci as escadas , porém antes que chegasse na sala de estar, ouvi meu pai falando ao telefone e a conversa não parecia nada formidável.

— Não quero a imprensa aqui Harry. Resolva isso imediatamente.

       Harry era um dos homens que trabalhavam com meu pai. Creio que ele deu como resposta "estou a caminho", já que Logan disse que o esperaria e logo após desligou o telefone.

— Droga!— Logan gritou batendo na parede.

— Pai?— ele me encarou trêmulo— O que houve?

— Ariel.

Ele olhou para mim, apertou os olhos deixando as lagrimas caírem. Percebi que se conteve antes de pronunciar as próximas palavras e então, me entregou um jornal.

— Eu sinto muito.

       Na primeira página havia a foto de uma mulher morta deitada sobre o chão. Não deu para ver muita coisa já que a imagem estava em preto e branco e fora aparentemente tirada a noite. Senti um frio percorrer a espinha e respirei fundo antes de ler a reportagem. As lágrimas queimaram meu rosto quando li o nome da minha mãe abaixo da manchete e minhas esperanças se foram junto com minha lucidez.


A Vítima PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora