反乱 復讐

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Eu estava distraído demais para prestar atenção no que Noemi dizia. Nunca imaginaria que o simples ato de me sentar debaixo de uma árvore em um campo aberto proporcionaria tanto estimulo aos meus sentidos.
Debaixo da sombra de uma cerejeira, eu podia sentir a energia vital dela, em cada galho, folha e flor. Era uma sensação sutil, mas forte. Era esplêndido contemplar aquele ser e senti-lo vivo. Não, aquela árvore não era algo estático. A atividade dentro dela era enorme. Eu podia sentir que dentro de seu tronco haviam vários insetos, podia sentir a energia deles também. Era incrível. Quando eu focava em sentir eles, a sensação ficava mais forte. A grama aos meus pés me saudavam, por onde eu ou Naomi passava, elas pareciam se curvar em nossa direção, em uma delicada reverência. Era lindo. Eu sentia abaixo do solo onde pisava os milhares de ramos que elas formavam com suas raízes, uma cadeia de vida bem abaixo de meus pés.
Eu ouvia cada pequeno ser que estava por perto. Desde as patas das pequenas formigas no chão até o bater de asas da águia que pairava alto no céu.
A cada brisa, por mais leve que fosse, eu podia sentir inúmeros cheiros, flores de árvores frutíferas ao redor, de comida das casas próximas (situadas à alguns vários quilômetros de onde estávamos), o cheiro das várias cerejeiras por perto, dos animais, o de Naomi... Aquele cheiro me tirava do sério ao mesmo tempo em que me acalmava, era uma coisa de outro mundo...

- Shuu, está me ouvindo?

Olhei para ela. À luz do sol ela era ainda mais linda. Seus cabelos balançavam com o vento e seu sorriso era calmo.

- Ah, desculpe-me, Akemi-sama, eu estava prestando atenção nessa árvore e na grama, nas coisas ao redor...

- Entendo. Como você ainda está experimentando estas sensações ampliadas pela primeira vez, darei um desconto. Sua mente agora vai ficar cada vez mais agitada e curiosa, explore o mundo o quanto quiser, mas me ouça quando eu estiver explicando coisas que você irá precisar saber daqui em diante.

- Entendido, Akemi-sama.

- Então, sobre o que eu estava falando?

- Bem... Desculpe, não me lembro.

Ela se aproximou de mim lentamente, com uma expressão delicada no rosto. Me olhou serenamente e deu um sorriso, enquanto fechava o olho. Eu nunca a tinha visto tão a vontade, tão calma e...

Tap

Com a mão aberta, ela bateu com a lateral desta em minha testa. Não foi forte, mas firme, então não era para machucar, era pra chamar minha atenção.

- Baka*, você não pode ficar fora do ar enquanto te explico como tudo começou.

Me senti um pouco envergonhado com ela me chamando a atenção. Fechei os olhos e abaixei a cabeça, demonstrando que estava arrependido.

- Me desculpe, isso não vai acontecer novamente.

- Está tudo bem, Shuu. Apenas preste atenção na hora em que eu estiver falando.

Ela acariciou minha cabeça levemente e eu aproveitei cada momento enquanto sua mão subia e descia em minha cabeça

- Akemi-sama...

- Fale, Shuu.

- Você disse que o nome de um anjo, assim como os do demônio, revelam muito dele, mas principalmente sobre seu destino e o caminho que irá tomar...

Ela parou de acariciar minha cabeça e se afastou, incomodada.

- Está falando isso por conta de seu nome, não é?

- Sim, eu... Bem, achei ele meio... Pesado e abstrato.

- Bem, nunca saberemos muito bem o que nosso nome significa até que chega o dia de cumprirmos nosso destino e saibamos a verdade por detrás dele. Vários já chegaram a esse momento e entendem o que ele quis dizer, outros, ainda aguardam por esta dádiva.

O Doce Lado do MalOnde histórias criam vida. Descubra agora