Allowing Yourself To Love [HIATUS]

Opiniões Expostas

Na última aula - Educação Física - sr. Avon, treinador, obrigou todos a fazerem um aquecimento correndo em volta do ginásio.

Nina contou que as aulas eram intercaladas entre ginásio e campo, e, para nossa sorte, a aula de hoje acontecia no ginásio que era menor em extensão.

Elaine importunava-me sobre o quesito dos grupos, mesmo já dado minha resposta.
Tínhamos três opções de grupos de atividades esportivas para participar duas vezes na semana durante a Educação Física: líderes de torcida, futebol e o clube de tênis.
Sr. Avon recomendou que eu ficasse sentada na arquibancada assistindo, observando e descobrindo qual era "minha praia". Uma recomendação inútil já que não escolherei nada.
 
Me sento na quarta fileira, onde não ganharia tanta atenção.
A visão era exata para Amber, Sarah, Evelyn e as outras que ainda não decorei os nomes.
Não pude evitar de notar o comportamento de Evelyn que sempre está com as cinco, no entanto, é a mais descente. São o tipo de garotas que eu julgaria do Comitê de Boas-Vindas, mas pelo menos há uma seleção para isto como Mabel disse ontem.

Por fim, acabei fazendo anotações mentais sobre os alunos dos quais foram me apresentados.
 
Elaine e Nina passam a maior parte do tempo com Kristen, uma garota magra e das unhas pintadas de um azul próximo do tom que uso as vezes. São as únicas que mantém um relacionamento sério na turma, além de serem líderes de torcidas.

- Estou exausta. -Elaine desperdiçava o pouco do fôlego que ainda tinha com palavras.

- Você está vermelha, querida. Quer um pouco d'água? - Douglas mostra-se o namorado perfeito.

- Quero, por favor.

- Ele tem razão Elaine, você está vermelha. -Elaine me olha de forma nada amigável; não havia chamado-a de Ellie.

- Você também ficaria no meu estado se estivesse correndo.

Na verdade, Elaine poderia estar mais cansada se os passos de dança fossem complicados.
Pequenas gotinhas de suor acumulavam-se nos fios de cabelo dela, cheirando perfume de bebê.

Avistei O grupinho vindo em nossa direção. De começo achei que passariam reto, mas logo Niall e Harry que estavam à frente pararam. Niall se sentou ao meu lado no banco e eu nem percebi, observava Harry encarando friamente Elaine que desviava o olhar para tudo o que podia.

 - Espera - Harry murmurou para Elaine enquanto segurava a base de seu braço impedindo-a de sair. - Quero te dizer uma coisa.

- Você pode dizer pra mim. -Douglas usou um tom mais grave que o normal.

E num instante, a confusão estava armada.

Cheguei a conclusão de que Douglas não era ciumento, todavia, existia um tipo de richa entre ele e Harry, até o mais lesado perceberia.

Não imaginava presenciar uma briga no meu segundo dia de aula.

O contato de uma pele contra a minha é agressivo. No instante em eu que ia até Harry e Douglas, com objetivo de separa-los, sou afastada vários metros de distância.

- O que você está fazendo? -Rosno para o rosto que mantenho certa antipatia.

- O que eu estou fazendo? - Zayn dá ênfase em "eu" - O que você pretendia fazer? Entrar numa briga de homens?

- Doug, não vale a pena! -Ouço de relance Elaine gritar.

Abro a boca para responder o bonitinho à minha frente, que acha tem algum direito de intrometer-se na minha vida, mas Sr. Avon berra primeiro:

- Mas que diabos está acontecendo aqui?

Andamos todos em silêncio acompanhados do Sr. Avon de volta a sala de aula -como um castigo, desperdiçando uma hora inteira em que eu poderia estar desenhando, por exemplo - e uma psicóloga.
Douglas e Harry foram para enfermaria e todos nós que estávamos na arquibancada fomos obrigados a ter um diálogo com Lowrey, a orientadora arrogante do colégio.

Deixei de frequentar psicólogas uns quatros anos atrás.
Me irrita saber que irei passar por isso de novo, como se tivesse algum tipo de trauma que precise ser tratado.
Psicólogas não irão ajudar, as pessoas deveriam entender isso.

- Para evitar conflitos, vocês precisam interagir entre si de uma forma saudável - A psicóloga fala distribuindo uma folha de papel.

Uma folha é colocada sobre minha carteira e vejo que se trata de um jogo.
Já fiz isso antes.

Uma tabela com frases aleatórias e um espaço ao lado, onde ficará o nome de quem escolheu a mesma.

A primeira diz Sua fruta favorita é maçã.
Depois Prefere tomar banho com água gelada, Não gosta de dividir; Alérgico/alérgica á nozes; Acha primavera a melhor estação.

A que mais chama minha atenção é Odeia ser encarado/a.

Me dirigi até o fim da sala, onde Zayn perguntava para a garota que passava ao seu lado em qual frase ela se encaixava. Ele parecia tão sem paciência quanto eu, querendo terminar o jogo e sair daquele ambiente.
Zayn anotou rapidamente o que o garoto seguinte disse, esperando que mais alguém pare ao seu lado. E foi o que eu fiz.

Virava uma necessidade deixar claro para Zayn que eu odiava sentir seu olhar em mim ou minha nuca, como ele fez na maior parte do dia.

- Pode colocar meu nome aqui.

Ele segue primeiro meu dedo indicador passando pela frase Odeia ser encarada. Seus olhos se encontram com os meus depois que Zayn avalia a frase e ri.

Me viro para voltar mas seus dedos puxam meu pulso, como no fim da aula de Educação Física.

- Você não quer saber em que frase eu me encaixo?

- Não -Respondo no mesmo instante em que a psicóloga exige que o nome de todos estejam na tabela de cada um.

Então volto para meu lugar e ignoro o que a mulher acabou de dizer. Dane-se esse jogo bobo que não evitará conflito nenhum.

+ + + +

Jeanine, a senhora que conheci na terça-feira, tomava conta de Théo quando Marcus e eu chegamos.
Jeanine me lembrava Judith, a governanta que trabalha em Nova York até hoje e que conheço desde que nasci.

Marcus disse que quando estava dormindo, Judith tinha telefonado e perguntado se eu estava bem.
Talvez eu telefone para ela.

Assim que Jeanine vai embora, Théo se senta ao meu lado no sofá da sala.

- Já escolheu um nome para sua cobra? - Ele pergunta, e lembro que tenho que alimenta-la.

- Jade.

- Por que Jade?

- Por que você acha quem tem um significado? -Retribuo outra pergunta.

- A maioria das coisas tem um significado.

- Cite um exemplo.

- Papai me disse que seu segundo nome é Christine, porque o segundo nome da tia Gen é Christina. - A forma como Théo apelida Genevieve de Gen é familiar. Eu também chamava de Genevieve de Gen. - Isso significa alguma coisa, não?

- Significa que quem escolheu meu nome não tem criatividade.

Ouvimos os passos de Marcus descendo as escadas.
Esperávamos por ele para irmos ao supermercado.
Detesto qualquer atividade ligada a sair de casa para comprar algo, porém, se eu for agora não precisarei ir no meio da semana comprar minhas coisas separadamente já que Marcus segue uma dieta estranha e saudável.

Saudável.
Foi o que a psicóloga nos disse antes de começarmos aquele jogo. "Interagir entre si de forma saudável."

Mas Zayn entendeu o recado, pois quando passo em frente sua casa, finge que não me vê.