Chapter 5

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Durante a volta para casa Eve se sentiu extremamente satisfeita consigo mesma. Havia conseguido não só enfrentar o medo de encarar o Chefe-Todo-Mal-Humorado-Que-Faz-O-Diabo-Correr como até deu um corte nele quando o mesmo agia como se ela fosse idiota e não foi demitida e ele não berrou com ela uma vez sequer, bem ao contrário do que tinha imaginado em diversas cenas. Se enterrou tanto no trabalho que sequer viu o dia passar e o trabalho não era nada ruim. Estar sentada o dia todo na frente de um computador, no ar condicionado e dentro de um prédio que tinha segurança máxima e ainda ganhar aquele salário que receberia dali trinta dias, isso era perfeito. Daria para aguentar qualquer mau-humor do mundo.

Assim que chegou em casa, Eveline tomou banho e foi para a cama comendo torradas com geleia. Só depois do banho ela sentiu como estava cansada física e mentalmente. Eve desejou ter alguém para conversar sobre seu primeiro dia de trabalho, ela sempre se perguntou como seriam as coisas de tivesse pelo menos um irmão ou irmã, ela adoraria ter alguém com quem contar, alguém que adoraria ouvir como foi seu dia. Eveline costuma afastar esse tipo de pensamento com rapidez, mas se sentiu profundamente mal por atingir mais uma etapa de sua vida e não tem ninguém com quem dividir, porque para ela o ensino médio, formaturas e bailes não são nada perto de um primeiro emprego (de verdade), quando ela assinou aqueles papéis mais cedo na sala do Sr. Bieber praticamente assinou sua liberdade e seu atestado dea adolescência ficou para trás. Eve perdeu sua mãe no seu parto e seu pai fugiu no mundo seis anos depois disso. Pelo o quê Eveline se lembra, ele a odiava e sempre a culpou pela morte da esposa, apesar de sua tia dizer o contrário. Mas Eve sabia, ela podia sentir. Eveline nunca teve contato com a família do pai e a família de sua mãe não suportava olhá-la nem por fotos, apenas Leslie suportava a garota. Era muito ruim ser tão sozinha e Eveline nunca foi do tipo que socializa com facilidade, sempre foi tímida ou falava coisas erradas porque se atrapalhava. Chegou a ter alguns amigos mais presentes no ensino médio, mas logo mandou todos eles pastarem.

Eveline acordou na manhã seguinte com o barulho persistente da campainha. Ela se levantou, escovou os dentes e foi atender a porta. Era Cody.
-Te acordei? Sinto muito -ele de desculpou e coçou a nuca parecendo desconcertado.
-Tudo bem -Eve respondeu sorrindo levemente e fechou um pouco mais o cardigã, estava frio demais.
-Só queria saber como foi seu primeiro dia de trabalho -Cody disse dando os ombros -Eu te vi com a moça da recepção de manhã, mas acabei nem falando com você.
-Foi melhor do que eu esperava -ela confessou -Não foi nada ruim.
-O que acha de tomar um café e a gente conversa sobre seu primeiro dia com o Mr. Evil?
-Mr. Evil? -Eveline perguntou rindo e Cody sorriu dando os ombros.
-A redação toda chama ele assim, só não me dedure.
-Vou pensar no seu caso -Eve respondeu brincalhona.
-Café antes do trabalho?
-Parece bom -Cody sorriu ainda mais.
-Nos vemos em vinte minutos lá em baixo?
-Vinte minutos está ótimo.

Eve se abraçou ainda mais e se encolheu dentro do sobretudo enquanto caminha ao lado de Cody e ele falava sobre como havia ido parar naquela cidade. Os pais haviam se divorciado quando ela tinha dezessete anos e morou com o pai até os vinte e um. Trabalhou dos vinte e um até os vinte e três em uma editora da sua cidade natal e depois conseguiu atingir uma meta onde foi transferido para seu emprego atual e ele disse que apesar de a cidade ser um porre, a Editora é uma das melhores do país, é conhecida mundialmente e seu salário é bem melhor que o antigo.
-Estou falando demais?
-Não se preocupe, eu gosto de ouvir histórias -Cody assentiu sorrindo de canto e continuou falando como seu padrasto é insuportável e não entende como a mãe trocara seu pai por aquele brutamontes.
Quando chegaram na Starbucks, Eve sentiu vontade de chorar de emoção. O aquecedor estava ligado. Ela estava sentindo que ia perder a ponta do nariz à qualquer momento. Mais cedo ela havia pego sua roupa mais quente, sobretudo, meia calça fio oitenta e bota cano alto, mas mesmo assim ela estava morrendo de frio.
Tomar café com Cody foi agradável, ele falava muito e isso era ótimo pois Eve não precisava se preocupar em não deixar o assunto morrer e nem precisava falar muito. Mas foi muito bom ter alguém com quem falar sobre seu dia anterior e Cody pasmou quando ela disse que cortou a ironia do Sr. Bieber e depois ele riu, riu muito.

-Foi mal por fazer você andar tanto nesse frio -Cody se desculpou com expressão culpada enquanto caminhavam até a Editora que ficava à poucas quadras da Starbucks -Meu carro foi para o concerto e acho que vai demorar um pouco.
-Não se preocupe, agora que o café aqueceu me sinto bem melhor.
-Café serve para tudo.
-Tem razão -Eveline concordou sorrindo. Era uma fã incontrolável de cafeína.
-Já provou o café da Editora? Apesar de eu amar expresso, o café de lá é muito bom e eu não sei quem é que faz.
-Não, mas o cheiro é bom -Eve respondeu esfregando as mãos uma na outra quando as tirou do bolso do sobretudo, o aquecedor da recepção da Editora estava ligado também.
-Srta. Morgan -Eveline deu um sobressalto ao ouvir a voz exigente do outro lado do hall. Ela se virou e viu o Sr. Bieber com uma cara que indicava péssimo humor, não precisava o conhecer muito bem para identificar isso.
-Bom dia, Sr. Bieber -ela o cumprimentou sem jeito quando ele chegou até ela.
-Sr. Bieber -Cody o cumprimentou mas ele o ignorou e acenou a cabeça para Eveline acompanha-lo.
-O que tenho para hoje? -Sr. Bieber perguntou enquanto se dirigiam ao elevador. Ela nem se despediu de Cody.
-Como? -ele parou bruscamente quase fazendo com que Eve batesse contra seu peito pois ela praticamente corria com aqueles malditos saltos para alcançá-lo. Por que ele sempre andava rápido demais?
-Ontem eu te disse quais são suas responsabilidades, me diga quais são elas -Eve respirou fundo e deu um passo para trás.
-Atender telefonemas, agendar os compromissos do Sr. e lembrá-lo de seus.....-ela parou no meio da frase quando percebeu o que ele queria -Ah, sim. O Sr. tem uma videoconferência às dez; reunião presencial às onze e as quatro da tarde outra videoconferência, só vou precisar conferir com quem e onde pois.....
-Ótimo -ele voltou a andar e ela o seguiu até entrarem no elevador. Quando o elevador chegou no terceiro andar ele ficou parado esperando que ela saísse primeiro mas Eve continuou parada, o Sr. Bieber bufou e saiu apressado na frente dela.
-Café? -ela perguntou segurando a porta do elevador para que não fechasse, ele se virou para ela arqueando as sobrancelhas -O que foi? Vai me olhar com essa cara de quem viu assombração toda vez que eu te oferecer café?
-Café....café parece ótimo -respondeu secamente e caminhou rapidamente para sua sala.
Eveline encontrou Cody na copa e ele pareceu aliviado ao vê-la.
-Ele já arrancou seu coro? -ela riu enquanto despejava café em dois copos de isopor.
-Ele não é tão ruim assim -Eve respondeu dando os ombros -Ele só é....mandão.
-Mandão? Ele odeia todo mundo. Se não fosse preso como consequência aposto que ele tacava nesse prédio com todos nós aqui dentro.
-Eu acho que vocês exageram demais -ela respondeu concentrada nas gotinhas de adoçante que pingava no café do Todo-Poderoso.
-É sério, você tem que ver quando ele tem ataque e entra na reação gritando com todo mundo -Cody falou se apoiando no granito onde ficava a cafeteira na tentativa de olhar melhor o rosto de Eve.
-Não imagino ele fazendo isso, é tão educado.
-A nossa percepção de educação é bem diferente -Eve deu os ombros novamente e fechou os copinhos com a tampa.
-Ele não é tão Evil assim, vocês que se levam demais pela aparência carrancuda dele -ela respondeu sorrindo e saiu com os cafés em mãos.
-Mas você...-Cody começou e Eve lhe mandou beijinhos no ar. O Sr. Bieber não era tão ruim assim. Ele era bem controlador, isso é impossível negar, mas não é um homem ruim.
Eve chegou no terceiro andar e bateu na porta do chefe assim que colocou um dos copos em sua mesa.
-Pode entrar.
-Seu café, Sr. Bieber -ela levou até mesa dele e colocou ao lado do teclado dele.
-Obrigado, Srta. Morgan -respondeu concentrado no seu computador e quando foi pegar o café bateu a mão mas Eve foi rápida e segurou antes que encharcasse toda aquela papelada espalhada na mesa, o teclado e até mesmo a roupa do Sr. Bieber.
-Belo reflexo -ela sorriu levemente e assentiu agradecida enquanto entregava o café na mão dele.

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⏰ Última atualização: Apr 23, 2016 ⏰

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