CAPÍTULO 7: O INÚTIL E A EXPERIENTE

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19/04/1980

No dia seguinte, eu e Eliza fomos para casa de Mary para ver o que podíamos fazer para ajudá-la.

Após alguns instantes na casa, ouvimos gritos de dentro do quarto de Mary.
Ela gritava e amaldiçoava o nome de Eliza por causa de uma suposta traição.

   "Eliza sua vagabunda, puta de merda! Eu vou comer suas tripas sua putinha!" vociferava ela do andar de cima. "Sua desgraçada! Você roubou o que era meu. Roubou o que era meu! Devolva! Me devolva!"

Eliza apenas olhava para o teto.

Indaguei ela sobre essa tal traição, mas tudo o que eu ganhei foi o silêncio dela.

Rapidamente, ela subiu em direção ao quarto. Eu apenas a segui.

Assim que chegamos no quarto, uma escuridão consumia toda a luz.
A temperatura havia caído de uma forma sobrenatural.

Localizada em um canto do quarto, vi Mary de pé rindo.

Seus olhos pareciam brasa. De sua boca, uma gosma negra escorria. Seus pulsos estavam feridos.

Mary gargalhava insamente enquanto batia com a cabeça na parede. Após alguns segundos, ela apenas parou e fitou Eliza.

Como uma fera selvagem, ela pulou na direção da Eliza e a derrubou no chão. Mary começou a arranha-lha e a gritar numa voz quase gutural, palavras sem sentido (se é que aquilo era alguma palavra).

Levantei o crucifixo e o coloquei na cabeça de Mary, que urrou de dor e direcionou seus ataques a mim.

Eliza levantou-se rapidamente e, pegando a minha maleta com meus instrumentos, acertou a cabeça de Mary.

   "Não a machuque!" gritei.
   "Não é ela, mas sim um espirito que domina esta carcaça! Mary já se foi faz tempo!"

Eu não quis acreditar. Eu me recusava. Ela ainda estava lá dentro, eu podia sentir.

Peguei entao meu fraco de água benta e iniciei o ritual para tentar descobrir o nome da criatura.

Mary se contorcia de dor toda vez que a água tocava sua pele.

   "Diga seu nome!" ordenou Eliza. Sem resposta. "Seu nome!" urrou ela pegando os frascos da maleta e arremessando em Mary.

Entre urros e gemidos, um nome saiu. Uma nome que mais parecia um sussurro.

   "Onag! Demônio das serpentes, possuidor de virgens, profanador do sagrado. A primeira cobra, aquela que corrempeu Eva!"

Eliza continuava a arremessar a água benta na criatura quese contorcia no canto do quarto.

Eu, com meu crucifixo em mãos, executava uma oração em latim na tentativa de exorcizar a criatura.

Mary, ou o que restou de físico dela, começou a me fitar em meio a um sorriso diabólico. Parecia que minhas orações não estavam funcionando.

Foi então que eu vi algo surreal.

De repente Eliza começou a levitar em pleno ar junto com Mary. Ambas giravam em uma velocidade absurda. O vento gerado arrebentou as janelas e a porta do quarto. A cama, reduzida a pedaços. Ambas começaram a citar palavras quase inaudíveis aquela velocidade. E mesmo se não estivessem em alta velocidade, creio eu que não daria para compreender.

Só me lembro de uma desgarga elétrica atingir um guarda-roupa e o pulverizá-lo.

Quando acordei eu estava em casa, deitado no sofá com Eliza sentada na poltrona.

Diário de um Exorcista (revisão REMAKE)Onde histórias criam vida. Descubra agora