15/04/1980
"É mais fácil não sentir dor quando não se ama!"
Sabias palavras estás.
E pensar que sairiam da boca de um homem do campo, que nunca leu poesia ou Shakespeare.
Como sinto sua falta pai!
Queria tê-lo aqui para me dizer o que fazer.
É difícil amigo diário. É difícil!
Queria eu poder trocar de lugar com Mary só para não vê-la mais naquele estado.
Hoje fui em sua casa e, como de praxe, quase vomitei na calçada. Talvez fosse o lanche daquela chinesa do fim da rua, ou o cheiro putrido que ainda impregnava aquela casa.
Quando entrei, conversei alguns minutos com os pais de Mary. Depois, fiquei benzendo os crucifixos e pedindo a Deus proteção.
A medida em que eu subia as escadas em direção ao quarto de Mary, o cheiro de coisa morta foi ficando mais forte. Ao abrir o quarto dela, deparei-me com ela acorrentada a cama. Os panos sobre o colchão estavam sujos de escremento e urina.
A Mary a minha frente não era a mesma que reconheci naquela foto.
Seu rosto estava cadavérico.
Seus olhos, mergulhados em suas órbitas e margeado por olheiras.
Seus lábios estavam rachados e secos.
A pele era pálida como este papel em que escrevo.
E seus cabelos, lindos outrora, estavam ensebados e emaranhados.
Fitando-a perplexo, comecei com um Pai-Nosso. Tentei me concentrar, mas eu não conseguia tirar os meus olhos dela.
Parecia que o demônio queria que eu visse aquilo tudo.
Logo após começar a interceder por ela, a coisa piorou.
De repente, Mary estava dando ataques epilépticos. Debatendo-se na cama enquanto pedia para que eu parasse com aquilo. Que eu a estava machucando.
Tentei fazer o máximo possível para não machucar ela, mas quando eu jogava água-benta sua pele queimava. Queimadoras de 3° grau surgiram em seus braços e pernas.
Foi uma coisa horrivel de se ver e ouvir.
Lembrar disso me dá uma raiva! Uma raiva de mim mesmo. De não ter progredido em nada hoje.
Mas eu irei orar para que amanhã eu consiga algo de bom para ela.
Ps:ACHO QUE A AMO!
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Diário de um Exorcista (revisão REMAKE)
Paranormal"Ao vasculhar a casa dele encontrei um diário. Ele estava coberto com manchas de sangue na capa e um pentagrama havia sido desenhado no verso. Tal desenho profano estava coberto com sangue. Me pergunto o que ocorreu a ele." Padre Alexander Norton...
