Capítulo 9

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Bella

Decido passar o domingo em casa devido ao cansaço da festa de ontem. Sem dúvidas foi a melhor. Estou tomando sol em frente a piscina, porque não aguentava ficar no meu quarto e ouvir os "sons" vindos do quarto da Mia.

Não sei quanto tempo faz que estou aqui, mas ficar sozinha as vezes é bom pra colocar os pensamentos em ordem. E todos meus pensamentos, estão relacionados a tristeza no rosto do Matt quando me viu beijando o Luke, não há nada melhor que o sabor da vingança.

- Bella... - Não sei se é a força do pensamento, mas juro que acabei de ouvir a voz dele. Continuo de olhos fechados, cobertos pelo óculos escuro e finjo que não ouvi nada.

- Bella... - chama mais uma vez e eu tiro os óculos pra ver o Matt na minha frente com um típico olhar de cafajeste.

- Se veio me chamar de vadia por ter beijado seu amigo, perdeu o seu tempo, eu já sei disso. - respondo e coloco o óculos novamente, assim posso encara-lo sem ele perceber. Acho que ele não acordou em um bom dia, há olheiras em baixo dos seus olhos e uma expressão de dor na sua face.

- Eu vim entregar seu presente que eu esqueci ontem. - Ele estende a mão com uma caixinha preta de camurça e eu fico curiosa pra saber o que é, mas continuo firme.

- Pode deixar aí, obrigada. - respondo seca e vejo ele desviar o olhar do meu rosto para o meu corpo.

- Fecha a boca senão a baba cai. - digo revirando os olhos, mesmo que ele não veja.

- Já vi coisa melhor. - fala na tentativa de me irritar, mas minha auto-estima é algo inabalável.

- As garotas que você pega não chegam nem a cutícula do meu pé, querido. - devolvo e me sento na espreguiçadeira, ele faz uma careta parecendo lembrar de algo e abre um sorriso em seguida.

- Você está certa. Elas não chegam mesmo aos seus pés. - Ele morde o lábio inferior de uma forma tão sexy que faz meu corpo aquecer de repente.

- Está esperando o que pra ir embora? - mudo de assunto porque eu já imagino como aquela conversa iria acabar, e não vou correr o risco dele querer se vingar também.

- Não tenho nada pra fazer em casa, vou ficar por aqui como nos velhos tempos. - Ele coloca a caixinha com cuidado no chão, tira a camisa e o short ficando apenas com uma cueca preta, analiso cada centímetro do seu corpo e vejo um volume considerável.

- Fecha a boca senão a baba cai. - usa as minhas palavras e eu volto a olhar para o seu rosto.

- Pode deixar ela cair ou... você pode impedir que ela caia. - mordo o lábio e por um segundo acho que ele vai entrar no meu joguinho, mas ele apenas ri e senta na espreguiçadeira ao meu lado.

- Eu não vim aqui na intenção de pegar você...

- Eu não reclamaria se tivesse vindo. - eu nunca disse que sou santa, é melhor passar o domingo de amassos com ele do que sozinha, as consequências a gente aguenta depois. Ele volta a olhar meu corpo e fecha os olhos alguns segundos, depois volta a falar.

- Eu não quero ser "só mais um" - diz entre aspas usando as palavras que eu usei ontem. - Eu vim porque quero voltar a ser seu amigo. - tá aí uma coisa que eu não esperava, tudo bem nós nos odiarmos e termos dado uns ótimos beijos ontem, mas eu não imaginaria que ele gostaria de voltar a ser meu amigo.

- Não dá, amigos não sentem vontade de agarrar o outro. - foi a melhor desculpa e a mais parecida comigo que eu encontrei. Eu poderia dizer "pra depois você me abandonar" mas não gosto de me fazer de coitada.

- Porra Bella! Você tá parecendo eu falando. - diz e se levanta irritado, eu levanto também só pra desafia-lo, mas falo com a voz super calma.

- Somos quase iguais Matt, a diferença entre nós dois, é que você tem tudo isso aí no meio das... - Ele não deixa eu terminar a frase e solta um palavrão me interrompendo.

- Que se dane os conselhos do Chris. - diz e em poucos segundos, seu braço está em volta da minha cintura e sua boca está colada na minha. Se os beijos de ontem tinham sido quentes, nem tenho palavras pra descrever esse. Suas mãos começam a passear pelo meu corpo e eu faço o mesmo, passando minhas mãos por seus braços e seu abdômen, enquanto uma das suas está perdida nos meus cabelos e a outra desliza por minhas costas até minha bunda. Mas não demora muito e ele se afasta.

- Eu não vou fazer isso pra daqui a alguns minutos você me odiar novamente. - fala com a respiração pesada mas não afasta o corpo do meu.

- Não há nada que você possa fazer pra eu deixar de te odiar, então cala a boca e continua o que começou. - Ele nega com a cabeça e afasta o seu corpo do meu, voltando a sentar na espreguiçadeira, me sinto frustrada mas faço o mesmo e fico olhando pra ele, depois de alguns segundo ele deixa de olhar pra baixo e olha pra mim.

- Desculpa. Eu sei que errei quando eu me afastei de você... - Ele começa a falar e meu coração acelera, é a primeira vez que ele comenta, com todas as letras, o que aconteceu. - Mas eu também tive meus motivos. - para de falar e olha para o céu, desviando o olhar do meu.

- Eu sei, eu era uma garota chata e sem graça e você preferiu as outras. Já superei isso. - dou de ombros e ele volta a me olhar.

- Não foi bem assim... Eu me afastei porque... Porque eu... Gostava de você. - Ele diz a última frase em um tom mais baixo e eu dou uma gargalhada forçada, assim como esse maldito de desculpas.

- É isso que as pessoas fazem quando gostam, não é? Elas se afastam. - falo sarcasticamente.

- Eu sei que fui um filho da puta, mas você era perfeita demais pra mim naquela época. Eu iria acabar te magoando se não me afastasse, você era doce demais pra um idiota como eu, e você merecia algo melhor. Por isso eu me afastei. - Ele para e seca uma lágrima que caiu do seu olho, automaticamente, eu lembro do dia que eu falei o meu ponto de vista dessa história e acabei chorando também. Pelo visto não doi apenas em mim falar sobre isso.

- Ontem eu tive um sonho de quando éramos menores. Nós estávamos brincando nessa piscina e acho que eu nunca mais sorri da forma como eu sorria naquela época. - meus pensamentos voam pra época que ele está falando e tenho que concordar, eu era mais feliz naquele tempo.

- É passado, Matt. Não somos aquelas mesmas pessoas. - tento soar fria, mas falho, minha voz sai carregada de tristeza.

- Eu sei, somos machucados demais pra isso. Mas eu queria tentar fazer as coisas diferentes dessa vez. - fala e seca outra lágrima que caiu. Eu deveria está me sentindo vitoriosa por ver ele sofrendo, mas não. Eu estou sofrendo também, embora eu não demonstre como ele.

- No primeiro ano que você se afastou, eu sonhava com o dia que você voltaria e ia se desculpar. Nos meus sonhos, eu te perdoaria e viveríamos felizes para sempre. Mas você nunca voltou. Eu sofria todos os dias quando via você chegar em casa tarde com alguma garota, e você nunca de preocupou em saber com eu estava. - pego meu óculos que foi parar no chão e coloco no rosto pra esconder as lágrimas que brotaram nos meus olhos. - Até que um dia, eu cansei. Então não me venha pedir desculpas, porque já é tarde demais pra isso. - levanto e saio dali irritada e magoada. Enquanto ele fica lá parado tentando processar tudo o que eu disse.

Apenas Um Casal Diferente (Spin-Off)Onde histórias criam vida. Descubra agora