Sophia 06

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Inglaterra, Devon, 13 de Maio de 1818...

Querido Sir Tomas, como estamos a tocar em um assunto pessoal e delicado, espero que possa chamá -lo assim.
Lamento muito o meu descuido, confesso que suas palavras me tocaram profundamente e gostaria que soubesse que eu nunca contei a ninguém os meus motivos, nem mesmo aos meus pais, mas não passou pela minha cabeça, nem por um segundo, que o senhor não merecia saber.
É somente que eu não gosto de falar sobre os motivos, porque, na verdade, eles... não existem.
Sim... Eu sei que o senhor deve estar furioso ao ler isso, me desculpe mais uma vez, mas esta é a verdade.
Talvez tenha sido por medo ou insegurança... E também admito que a noite de núpcias me assustava.
O que era totalmente aceitável para mim, porque eu tinha apenas dezessete anos, mas agora com vinte e um eu continuo igualmente assustada.
Começo a pensar agora que talvez o problema não seja nada além de mim mesma.
Mas isso não muda o fato de eu tê-lo culpado pelos meus medos, no passado.
Via a frieza sempre estampada em seus olhos quando os olhava, tentei dizer a mim mesma que era coisa da minha cabeça, mas a sua postura rija enquanto dançavamos ou quando estavamos sozinhos me convenceram de que eu estava certa.
Mas ao ler sua carta percebi que realmente não tentei conhecê -lo como deveria ter feito. E se eu não lhe dei uma chance, então por que o senhor deveria me dar, não é? Eu o entendo.
Por favor, não pense que eu não me importo com você, porque eu me importo... e muito.
Quero resolver esse impasse entre nós para que possamos seguir com nossas vidas, mas eu sinto que você não quer seguir e muito menos que eu o faça.
Sinto também que tampouco deseja que eu seja feliz, mas isso não me impede de desejar que você o seja.

Ass: Sophia Mackenzie.

Para o meu ex-noivo, com amor.Onde histórias criam vida. Descubra agora