Capítulo 14

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Uma semana se passou desde minha mudança. E me sinto completamente adaptada. Meus pais se surpreenderam com a facilidade que eu tive para me adaptar. Quando fui pra Torente levou meses para que eu me sentisse em casa, mas mesmo assim não me senti completamente em casa, pois sabia que minha casa era aqui. E quando voltei, foi como se eu tivesse ido viajar. Eu me sentir como se tivesse voltado pra casa depois de uma longa viagem. É meio estranho no começo para se acostumar com a rotina, mas bem rápido me acostumo.

Essa semana minha mãe começou a trabalhar. E pelo jeito a empolgação dela por termos voltado pra cá não durou muito. A casa ainda esta uma bagunça. Os únicos cômodos que estão completos são a cozinha e o banheiro. A sala devia estar nessa lista, mas ainda tem muita caixa espalhada. Meu quarto só o arrumei mesmo no dia em que a Alana veio aqui pela primeira vez. Depois disso só toco nas caixas se alguma coisa que eu queira estão dentro delas e depois que uso guardo no lugar certo.

Em pleno sábado de manhã ela me acorda.

- Que foi? - Falou meio grogue.

- Eu estou indo resolver algumas coisas no centro e de lá vou para o trabalho. Não se esqueça das coisas que tem que fazer.

Assinto com a cabeça ainda com os olhos fechados.

- Volto às 23:00h.

- Urum. - Respondo.

Ela me da um beijo e sai. E eu volto a dormir.

Antes de nos mudarmos minha mãe era cozinheira em uma lanchonete. Ela era tão boa que o chefe dela dizia que era um desperdício de talento e aconselhou ela a investir nisso. Então ela fez um curso de gastronomia e quando conseguiu completar o curso e iria começar a trabalhar em um restaurante, tivemos que nos mudar. Por incrível que pareça quando voltamos ela conseguiu o mesmo emprego, no mesmo restaurante que ela iria começar. Ela entra às três da tarde e sai às dez e meia da noite de terça a sábado.

- Wake up! - A Alana grita batendo em uma panela. E logo atrás meu pai com uma filmadora gravando tudo e rindo.

- Qual é o seu problema? - Resmungo depois de jogar o travesseiro nela. - Ah não creio, pai, você está gravando?

- Desculpa filha, mas não resistir. - Ele disse desligando a filmadora. - E faz anos que não usamos a filmadora.

- A ideia foi sua né Alana? - Me sento na cama.

- Foi. Vai levanta logo precisamos sair.

- Desculpa, mas ao contrario de você eu tenho coisas pra fazer.

- Não se preocupe com isso. - Meu pai diz. - Eu faço suas coisas.

- Sério?

- Não diga isso, senão ele volta atrás. - A Alana sussurra pra mim.

- Hum, obrigado.

Me levanto, dou dois passos, tropeço no meu pé e caio.

- Aqui. - Alana me entrega meus óculos e se segura para não rir. - Não sabia que você é tão cega assim.

- Rárá, muito engraçado.

Pego meus óculos da mão dela e vou pro banheiro.

Uma hora depois saímos de casa.

- Então. Aonde vamos? - Pergunto.

- Qualquer lugar.

- Qualquer lugar?

Você se lembra de mim?Onde histórias criam vida. Descubra agora