Capítulo 1 Um Começo Inesperado

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CAPÍTULO 1

Um começo inesperado

Tudo começa no final do século XIX, em 1891, em uma terra longínqua de montanhas, vales e florestas chamada Danboll, mais precisamente em uma pequena cidade por nome Bonjardin que ficava a leste. Era possível ver bosques verdes, onde ouvia-se o chiar do vento entre as folhas. Lagoas de água cristalina. Cervos a passear pelo campo. Morros altos e verdes de onde alguém poderia observar toda a terra de Danboll. As flores dançavam ao som dos vento em harmonia com os pássaros. Tudo isto e um pouco mais fazia parte da paisagem que rodeava as singelas casas da cidadezinha. Ao longe podia se sentir o inebriante aroma dos pães assando na lenha, e fechando os olhos era possível até sentir o seu sabor. Lá moram pessoas humildes, de vestes simples e felizes com aquilo que possuem. Há apenas uma entrada e saída para a cidade. Uma pequena estrada de terra vermelha, todavia, são poucos os viajantes que por ela passam. Durante o pôr-do-sol é possível presenciar uma inefável visão do sol entre as colinas contrastando com o chão avermelhado sob o gorjear dos pássaros.

Ao se aproximar das humildes casas, uma destaca-se pelo som estridente do martelo sobre os pregos e o aroma arrebatador de um delicioso bolo que sai pela janela. Nela vive um jovem casal, o qual tem um lindo casal de filhos. Um menino de 7 anos, cabelo liso e olhos castanhos, chamado Christian, seu rosto trazia uma sinceridade e coragem que era vista em poucos. Era doce e muito inteligente. Sempre ajudava no que podia apesar de sua jovem idade. Também havia um menina de apenas 1 ano cujo nome era Carolline. Sua inocente face iluminava a vida daqueles que com ela conviviam e dava um pouco de felicidade aos aflitos corações que a olhavam. No dia em que nasceu sua mãe lhe disse uma frase que embora sem saber marcaria sua trajetória.

_ Não importa o caminho traçado, nem as pedras nele encontradas. Junte-as e com elas construa sua felicidade. _ Sua mãe dizia com os olhos cheios de lágrimas de alegria.

O pai, por nome John, tinha cabelos crespos e olhos castanhos. Era esforçado e batalhador. Sua família estava acima de qualquer coisa. Sempre otimista, mantem sua fé no seu bom Deus. Fabricava móveis em sua casa e com o pouco dinheiro que ganhava com seus serviços mantinha a casa. A jovem mãe, a qual se chamava Anna, em homenagem a sua avó, cuidava com imenso amor de sua simples casa e família. Tinha a pele branca com cabelos cor-de-mel e inesquecíveis olhos azuis. Gostava sempre de usar vestidos floridos, na verdade, era apaixonada por flores. Todas as tardes ia ao bosque apenas para sentir o doce aroma dos lírios que lá haviam. Juntos levam uma vida muito humilde como a maioria dos habitantes, mas há algo diferente neles. Seus olhos refletiam sonhos, amor, um carinho imensurável entre si, coragem e muita ousadia para lidar com as intempéries da vida. Assim viviam, assim sonhavam. Não sabiam tudo estava prestes a mudar.

Naquele ano, o inverno foi muito rigoroso, levando consigo o pouco de renda que a maioria dos moradores ganhara com a venda de suas frutas, verduras e cereais. Os serviços na marcenaria de John literalmente pararam. Ninguém tinha dinheiro para comprar móveis ou qualquer outra coisa a não ser que fosse de extrema importância. Neste período a pequena Carolline adoecera. Seus pequeno e frágil corpo quase não suportava o terrível inverno. Todas as madrugadas ouvia-se seu choro por conta da febre e fortes dores que afligiam seu corpo. Sua mãe não se continha e derramava-se em prantos com o coração em pedaços ao ver sua indefesa princesa sofrer tanto. Seu pai tentara de todas as formas conseguir recursos para comprar remédios, mas tudo em vão. A pequena venda de remédios que havia nas proximidades tinha fechado pois seu dono se mudara para a capital com sua esposa e três filhos. A cintilante cidade que outrora exalava alegria e paz havia se tornado fria e quase deserta. A maioria de seus moradores haviam fugido do inverno indo para a capital tentando unicamente sobreviver. Poucas pessoas ainda viviam em Bonjardin.

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