CAPÍTULO 19
Reencontro
É a primavera do ano de 1902. Faz seis longos anos que Carolline não vê seu irmão Christian. Naquele mês o orfanato organizou um passeio ao bosque que ficava próximo da Floresta Sem Fim. Carolline estava agora com doze anos e já não era a mesma menina indefesa de antes. Apesar da pouca idade, aprendera muito sobre diversos assuntos, inclusive sobre seu inimigo, com sua mentora Sr.ª Hens. A jovem agora entedia o porquê de algumas de suas dúvidas. Desde a batalha de Egnabel contra Nádria Carolline decidiu-se em tornar-se forte e sábia para enfrentar seu inimigo.
Já fazia algum tempo que Ferluk não tentava nada contra Carolline, mas isso não à deixava menos preocupada, pelo contrário, estava cada vez mais ansiosa com a certeza de que algo muito ruim estava sendo preparado contra ela ou seus amigos. Ela tinha razão. Sua maior preocupação era proteger seus amigos e as crianças do orfanato em que vivia. Talvez por esse motivo não contasse seus segredos para seus melhores amigos; Sam e Tom. O sentimento de Tom por Carolline havia se tornado mais forte e intenso, mas ele continuava o mesmo de sempre, sem ter coragem de ao menos tocar no assunto com sua amada. Da mesma forma, Sam deixou-se entregar ao que sentia por Tom.
Na floresta sem fim, o velho mago e seu aprendiz treinavam duro para um momento que ambos não sabiam se aconteceria. Christian, agora com dezoito anos, se tornara um guerreiro habilidoso e melhorava a cada dia. Além de suas visíveis habilidades físicas, ele era um jovem de exímio conhecimento nas artes místicas e feitiços. Aprendera com seu mestre que a pedra que carregava em seu anel lhe dava uma força descomunal, isso estava sendo muito útil no dia a dia na floresta e facilitava muito diversas tarefas. "Você se tornou grande! Grande em corpo, mente e coração!" dizia seu velho mestre.
Chegara o dia do passeio e todos estavam prontos. Entraram em um ônibus e foram para o belo bosque. Levaram frutas, instrumentos musicais, telas de pintura e várias outros acessórios para recreação. Tom não parava de olhar para Carolline apreciando qualquer traço ou movimento que ela fizesse. Sam já havia percebido os sentimentos de Tom por Carolline e dizia para si que isso não poderia ser culpa de sua amiga apesar de seu coração relutar contra esta ideia. Tudo estava aparentemente bem naquela manhã. A Sr.ª Hens sentia-se muito à vontade no bosque, por vezes parecia que estava conversando com alguns pequenos animais que cruzavam seu caminho. Carolline estava sempre ao seu lado. Em dado momento Sr.ª Hens sussurrou para a jovem.
_ Tem mais alguém aqui? _ Carolline entendera o que ela quis dizer.
_ Você sabe que ou quantos? _ perguntou a jovem.
_ Não sei quem são. Mas pelo cheiro posso lhe dizer que são muitos e um deles tem um cheiro que eu acredito já ter sentido há muito tempo. _ respondeu Hens.
_ A senhora consegue se lembrar?
_ Oh meu Deus! Isso é muito ruim! É um ogro. Temos que sair daqui! Ninguém consegue lutar contra um ogro. Eles são gigantescos e raramente têm consciência, a menos que alguém os esteja controlando, o que torna a situação pior ainda.
_ Se é tão ruim assim, o que vamos fazer? Não podemos dizer que tem um monte de criaturas das trevas nos cercando e que elas têm um monstro gigantesco do lado delas.
_ Sinceramente não sei. Mas não acredito que iriam atacar todos. Acho que vão esperar você se isolar dos outros. _ enquanto a Sr.ª Hens falava surgiram vários lobos negros das sombras. _ ou talvez não queiram esperar.
Todos entraram em pânico e começaram a correr sem direção alguma. A diretora parecia ser quem estava mais sob controle e pedia para todos ficarem quietos. Ao observar a situação, Carolline começou ficar com medo e neste momento surgiu Egnabel que logo chamou a atenção de todos e começou a lutar contra os lobos. Aproveitando que ninguém estava observando, Hens escondeu-se entre algumas árvores e em seguida surgiu a grande ursa.
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CAROLLINE
FantasiaEsta é minha primeira obra. No começo não sabia ao certo sobre o que escrever. Fantasia? Drama? Romance? Terror? Não sou defensor de um gênero específico mas sim de que a qualidade da obra é totalmente dependente da criatividade e capacidade do auto...