Capítulo 8 A Fuga

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CAPÍTULO 8

A fuga

Depois de alguns dias na Reclusão, Christian decidiu que iria fugir do orfanato. Mas antes que fizesse isso existiam algumas perguntas dentro de si a serem respondidas. Como, para onde ir, quem cuidaria de sua irmã e como sobreviver sem seus doces que pegava da cozinha do orfanato. Na verdade, ele sabia que se fosse embora, Sam cuidaria de Carolline e que cuidar não significava necessariamente estar por perto. Então começou a pensar em qual momento era mais viável uma fuga.

Os dias foram passando e Christian não encontrava nenhuma oportunidade para fugir e nem havia previsão da mesma. Certo dia, enquanto almoçava no refeitório, ele ouviu as cozinheiras comentarem que teriam que fazer uma comida especial pois o prefeito de Prinscou iria visitar o orfanato. "Essa vai ser a minha chance" pensou Christian. "Preciso descobrir em que dia ele vem".

Uma semana se passou e o dia em fim chegou. Tudo estava preparado. Christian iria fugir enquanto todos estivessem no auditório durante o discurso do prefeito. Ele havia escrito uma carta para Carolline, não teria coragem de se despedir pessoalmente e além disso a sua irmã não entenderia seus motivos. Ele sabia que ali no orfanato nada de mal iria acontecer com Caroline e que Sam era uma boa amiga. A qualquer momento ele poderia visita-la e sempre saberia onde ela está.

_ Atenção! O prefeito chegou! _ anunciou o vigilante que sempre ficava no portão do orfanato.

Logo entraram pelo portão vários homens fortes e bem trajados e no meio deles havia um senhor, menos robusto e de cabelos grisalhos, era o prefeito. Todos se reuniram na entrada do orfanato para dar boas-vindas ao ilustre visitante. Funcionários, crianças, professores e a Sr.ª Clair estavam lá o homenageando. A diretora o recebeu com um aperto de mãos e lhe deu um respeitoso "Seja bem-vindo senhor prefeito". Ambos caminhavam pelas dependências do orfanato enquanto a Sr.ª Clair lhe apresentava as estruturas do mesmo. Todos os seguiam como uma grande procissão, inclusive Christian.

Após alguns minutos de caminhada todos se dirigiam para o auditório onde seria feito o discurso. Neste momento, Christian começou a se distanciar aos poucos sem ninguém notar. Chegando próximo do portão, percebeu que havia um dos guardas que vieram com o prefeito. "Pensei que todos estariam no discurso" sussurrou Christian.

_ Senhor! O prefeito pediu para que senhor fosse até o auditório pois há muita gente e ele precisa dos seus serviços. _ mentiu Christian.

O guarda prontamente foi ao auditório. Ele jamais pensaria que aquele menino estivesse mentindo, além disso, que mal poderia acontecer? Foi nesse exato momento que Christian pegou sua trouxa que deixara escondida em um arbusto próximo a entrada do orfanato. Olhou para trás como quem diz adeus e disse "Até a próxima vez irmãzinha. Não estou quebrando minha promessa. Sempre cuidarei de você". Virou-se e partiu em direção a Estrada Vermelha.

É de conhecimento de todos que pouquíssimas pessoas passavam pela Estrada vermelha, por esse motivo Christian optara por ela. Ele sabia que até que percebessem sua falta e começassem a procura-lo ele já estaria longe ou pelo menos bem escondido.

Ele caminhou por algumas horas até sentar-se à beira da estrada e comer um pouco. Havia pegado um pouco de comida na cozinha do orfanato durante a noite passada. A noite chegou e Christian estava no meio do nada. Só havia a estrada e mata para todo lado. Ele entrou uns poucos metros mata a dentro e ali dormiu um pouco. Apesar de não ter o mínimo de conforto, ele dormiu um pesado sono e acordou revigorado na manhã seguinte.

Quando amanheceu ele voltou para a estrada e continuou sua caminhada. Atravessou um lindo bosque e atravessou uma ponte. Mais à frente ouviu um forte barulho de água que vinha do interior de uma grande floresta. Ele pensou "Estou morrendo de sede" e entrou na floresta na tentativa de encontrar água. Caminhou até encontrar uma linda cachoeira.

CAROLLINEOnde histórias criam vida. Descubra agora