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"My neck, my back. Lick my pussy and my crack.
Lick it now, lick it good. Suck this pussy like you should."

  Depois de muito tempo a ouvir um som estranho a atormentar o meu sonho, apercebi-me de que esta música era o meu toque de telemóvel  e que alguém me estava a ligar.
   Lembrei-me de ter chegado a casa muito cansada ontem à noite e de ter ficado pelo sofá, não querendo subir as escadas que iam dar ao meu quarto.

  Levei o meu braço até à mesa de apoio ao sofá com o objetivo de alcançar o meu telemóvel que ainda tocava. Consegui tocar no objeto com a ponta dos meus dedos e estiquei-me mais um pouco, acabando por cair para o chão momentos depois de o agarrar. Resmunguei comigo mesma, atendendo a chamada enquanto me queixava de algumas dores de costas.

   – Sim... - Disse num suspiro, tentando voltar para onde estava anteriormente sem me levantar. Do outro lado da linha só conseguia ouvir berros atrás de berros obrigando-me a afastar o telemóvel da orelha para que a minha cabeça não latejasse ainda mais. – Que horas são? - Perguntei ainda dominada pelo sono. A resposta ao que questionei fez-me arregalar os olhos e dar um pulo do sofá o que me levou diretamente ao chão pela segunda vez hoje. – Merda.. - Murmurei para mim mesma enquanto massajava o rabo com a minha mão livre. – Não pode Caroline, eu pus despertador. - Assegurei, pondo-me em pé.– Não são nada dez e.. - Calo-me por uns segundos assim que vejo 10:47 AM marcado no relógio da box da minha televisão e engulo em seco. – Merda, são quase onze! - Gritei e no segundo a seguir o meu telemóvel encontrava-se a voar para cima do sofá, não me importando se a Caroline ficava a falar sozinha.

Cheguei ao meu quarto num ápice.  Despi a roupa do dia anterior que ainda cobria o meu corpo, deixando-a espalhada pelo chão e corri até à casa de banho. Tomei um duche de 5 minutos, só para tirar a sensação de sujidade por estar há quase 24 horas sem tomar banho e fui disparada até ao meu closet quase me desequilibrando por os meus pés estarem molhados.
Depois de ter vestido umas jeans brancas e uma camisola larga preta, calcei umas botas da mesma cor. Coloquei um dos meus colares preferidos na esperança de criar um outfit minimamente engraçado, maquilhando-me de seguida.

  Desci as escadas o mais rápido que as botas me permitiram, agarrei no meu telemóvel e na minha mala que estava caída ao lado do sofá e saí de casa.

  Fui até à garagem e entrei no meu carro, arrancando para a minha empresa que felizmente era perto de minha casa.
   O relógio indicava que eram 11:08 AM,  orgulhei-me de mim própria por me ter arranjado tão rapidamente.
    O meu telemóvel tocava uma e outra vez dentro da minha mala e não precisei de o tirar para saber que era a Caroline pela vigésima vez.

*

  O tempo que esperei até o elevador chegar ao 47º andar foi o suficiente para beber todo o meu café e ainda responder a algumas mensagens que tinha recebido ontem à noite.
Assim que as portas se abriram, dando-me visão para a expressão furiosa de Caroline. Naquele momento deu-me até vontade  de rezar um Pai Nosso e uma Avé Maria mesmo não sendo católica.

   – Já sei, já sei. Poupa-me o sermão. - Pedi antes de abrir a porta do meu gabinete e me deparar com o Dylan já sentado na sua secretária e Anitta a seu lado.  Assim que deram pela minha presença, afastaram-se um do outro, constrangidos.

    – Oh, bom dia chefe! Eu estava aqui a explicar algumas coisas ao Dylan. - Justificou-se.

   – Bom dia Anitta. Podes ir agora, eu dou conta do recado. Obrigada. - Ela assentiu desanimada e dirigiu-se à porta, segui-a com o meu olhar. – Anitta? - Chamei antes de ela sair e apontei para o meu peito, fazendo sinal com a cabeça para o seu.
Ela pareceu perceber que me referia ao seu decote porque as suas bochechas ganharam um tom rosado e ela virou as costas saindo. Não era de todo a minha intenção envergonhá-la, por isso é que não a repreendi verbalmente e sim de uma maneira mais discreta para que Dylan não se apercebesse.
Sabia muito bem que ela estava a tentar obter a atenção de Dylan noutro sentido. Mas isto é uma empresa conceituada, não o cabaret da coxa!

  – Mais uma vez, peço desculpa pelo meu atraso. Eu juro que não costumo ser assim. - A verdade é que não sei o que se tem andado a passar, eu não sou de chegar atrasada aos meus compromissos. Reparei que ainda tinha a embalagem vazia do café na mão, fiz então pontaria ao caixote do lixo que se encontrava a uma distância considerável de mim e atirei, conseguindo que entrasse à primeira. – Espero que poderes assistir aos meus maravilhosos cestos compense todo o meu atraso. - Brinquei, ouvindo uma gargalhada da parte dele.

      – Bom dia Serena! E sim, desta vez deixo passar mas para a próxima vou pedir que encestes de costas.

     – Não vai ser problema. - Sorri. Pousei o meu casaco na cadeira, afastando-me um pouco para observar o espaço. As secretárias estavam dispostas na diagonal em relação uma à outra. Apenas uma das pontas se tocavam, a sua cadeira estava virada para a janela e a minha para a porta. – Gostas?

Ele levantou-se para poder apreciar a decoração do nosso gabinete  e eu aproveitei para olhar para ele com "olhos de ver" ou seja absorver todos os seus detalhes.
Trazia vestido um simples polo azul e umas jeans de ganga que lhe assentavam na perfeição. O seu cabelo, ao contrário de ontem estava muito bem penteado ficando-lhe igualmente bem.

   – Muito. - Ele sorriu, encarando-me de seguida enquanto passava a língua pelos lábios.

Não olhes Serena. Concentra-te.

    – Bem, vamos ao trabalho. Vou-te explicar tudo. – Andei até onde ele estava, sentando-me na cadeira onde anteriormente estava Anitta. Olhou-me antes de se acomodar a meu lado. Algo no seu pescoço atraiu a minha atenção, um hematoma com um tom arroxeado preenchia a zona imediatamente abaixo da sua orelha. – Vou-te sugerir uma base mais tarde.

   – O quê? - Ele encarou-me confuso, erguendo as suas sobrancelhas.

– Não é de muito bom tom vir  trabalhar com evidências do que acontece na sua vida íntima num local tão visível  como o pescoço. - Tentei manter uma cara séria, enquanto via as suas bochechas a mudar de tom para vermelho malagueta.

   – P-Peço desculpa! - Ele desviou o seu olhar do meu nitidamente embaraçado.

  – Não tem problema, Dylan. Estava a meter-me contigo. -Gargalhei ligeiramente. – Tenta apenas evitar isso em dia de reuniões, cerimónias e afins. Mas agora vamos começar que temos muito que fazer.

   Ele assentiu aliviado e demos início ao trabalho.

hurricane,, dylan o'brienOnde histórias criam vida. Descubra agora