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Eram 2 horas da tarde quando a Caroline nos veio avisar que estava na hora do almoço.  Quando finalmente acabei de explicar a Dylan o que este precisava de saber, levanto-me para ir buscar o meu casaco. Depois de o vestir, dirigimo-nos até ao elevador.

   – Então? Onde vais almoçar? - Pergunto-lhe enquanto dava um jeito no meu cabelo, que estava um pouco despenteado.

    – Não sei, talvez no café mais  perto. – Ele suspirou, encolhendo os ombros.

   – Que tal vires almoçar comigo? - Convido e vejo-o sorrir através do espelho.

   – Parece-me tentador. - Provocou. 

   – Vamos no meu carro. - Informo assim que as portas se abrem.

   – E posso saber onde vamos? - Questiona enquanto caminhamos lado a lado até à saída do edifício.

   – Bom almoço menina Jones! - Alguns dos funcionários desejam.

   – Muito obrigada e igualmente! - Retribuo a boa educação com um sorriso nos lábios. – Logo vês.

  – Uhh, mistério. – Pisquei-lhe o olho na brincadeira, continuando a andar.

Assim que  avistei o meu carro, destranquei a porta com a ajuda do comando portátil. Dylan olhava em volta com uma expressão confusa.

   – Passa-se alguma coisa? - Olhei-o.
   – Onde é que está o teu carro?

   – À tua frente, Dylan. - Ri baixinho.

   – Não me digas que.. - Assenti, divertida com a sua reação.

   – Tu és dona deste lindo camaro? - Ele perguntou incrédulo.

   – Entra e cala-te. - Abanei a cabeça negativamente enquanto me ria, aproveitando para abrir a porta do meu carro. Assustei-me ao ver o Dylan saltar para a minha frente, fechando a porta. – O que é que estás a fazer? – Olhei para ele, a nossa diferença de alturas era notável mesmo eu estando com botas.

   – Serena.. deixa-me conduzir. -  Gargalhei assim que ouvi o seu pedido.

  – Nem penses. - Neguei. O meu olhar centrou-se nos seus lábios que faziam um beicinho irresistível. – Não vai acontecer. - Empurrei-o para trás pelo peito, abrindo a porta novamente. Olhei para ele que continuava com a  mesma  expressão no rosto como um cachorrinho abandonado.  – Não me olhes assim, não vais conduzir agora e se não te fores sentar imediatamente, nunca irás. - Ameacei. Ouvi o seu suspiro e ele foi de imediato para o lugar de pendura. Sorri vitoriosamente e uma vez já dentro do carro, com o cinto posto, arranquei.

  – Não imaginas a sorte que tens. - Ele falou acariciando o banco revestido por pele sintética no qual estava sentado.

  – Se vir um fio de baba no meu carro, estás despedido. – Declarei num tom sério para parecer o mais intimidadora possível.

  – Eu sei que estás a brincar. - Olhei-o pelo canto do olho, vendo-o sorrir. –  Fala-me de ti, Serena. - Pediu, deixando-me surpreendida com a rapidez com que mudou de assunto.

  – O que queres que eu te diga? - Perguntei, olhando para os dois lados do cruzamento para ver se vinha alguém.
   – Tudo.
   – Há muita coisa sobre mim que ninguém sabe, não vais ser tu a exceção. - Admiti num tom suave, não querendo parecer arrogante.

  – Porque não posso ser? - Senti o seu olhar em mim.
   – Pergunta o que quiseres  saber, é mais fácil assim. - Decidi ignorar a sua questão. Ele assentiu, concordando.

  – Coca-cola ou Pepsi?
   – Desde quando é que isso é relevante? - Perguntei confusa.
   – É muito importante.

  – Nenhum. Detesto refrigerantes com gás. - Os seus olhos arregalam-se e ele olhou para mim surpreso. Revirei os olhos.
   – Qual é a tua cor favorita? - Atirei, mudando de assunto.
   – Roxo. E a tua?
   – Preto, azul e roxo.
   – Boa escolha. Preferes ficar em casa ou ir sair? - Sorri com o tipo de perguntas que ele me colocava.
   – Ficar em casa definitivamente. E tu?
   – Também. Eu não troco estar no conforto de minha casa, ver filmes e séries, com a possibilidade de poder fazer o que quiser por nada deste mundo. - Concordei, quem me dera poder fazê-lo todos os dias.

  – Então e qual é a tua série preferida?

  – Friends, obviamente. A Jennifer Aniston... -Olho para ele por uns segundos  e observo-o a fechar os olhos e abri-los pouco tempo depois.- Acaba comigo. - Sorri, voltando a tomar atenção à estrada. – E a tua?

    – Não te sei responder a isso, tenho imensas séries na minha lista de eleição, falamos sobre isso noutro dia. - Ri um pouco.

    – É justo. - Ele ri comigo. – Cães ou gatos? Espera não respondas.  – Parei o carro num sinal vermelho e ele aproveitou a situação para segurar no meu queixo e fazer-me olhar para ele. – Deixa-me ver.. Tens cara de.. – Ele levantou um pouco o meu rosto, forçando um ar pensador.

  – Estás a tentar ver se eu tenho macacos?  - Ele gargalhou, negando. Assim que o sinal mudou para verde continuei o meu percurso.
   – Não, estava a ver se tinhas mais cara de gatos ou cães. Mas já que falas nisso.. acho que vi aí um a querer escapar das  tuas narinas. - Gargalhou.
   – Estás a falar a sério? - Perguntei, receosa das figuras que podia estar a fazer.
   – Sim. - Afirmou. Aproveitei o facto de a estrada estar deserta para encostar à direita e peguei no meu telemóvel apercebendo-me rapidamente de que ele estava a mentir. Olhei-o furiosa, dando-lhe ainda mais razões para continuar a rir.

  – Parvo! - Resmungo, dando-lhe um soco no braço. Ouço-o queixar-se por entre as suas gargalhadas.
   – Acho que és uma pessoa de gatos. - Disse depois de se ter cansado de tanto rir.

– Verdade, mas também gosto muito de cães. E tu, deixa-me pensar.. - Pensei por uns segundos. – Cães.
   – Correto! Apesar de ter vivido a minha vida toda com gatos e de gostar imenso de todos os animais, a minha panca são os cães de grande porte.
   – Tens medo de algum animal? -  Interroguei, curiosa.

  – Louva-a-Deus, apenas. E tu?
   – Baratas e aranhas, principalmente. Em relação às baratas sinto mais nojo que outra coisa mas fazem-me entrar em pânico de qualquer das formas. - Esclareci.

   – Lembro-me perfeitamente de uma das aulas de ciências do 7º ano em que a minha professora de ciências nos contou a história dos Louva-a-Deus e durante algum tempo depois disso não conseguia estar rodeado por natureza. Inclusivamente tinha pesadelos porque sonhava com um daqueles bichos  a comer-me a cabeça. – Contou, estremecendo com a memória que eu achei super engraçada.

   – Chegámos! – Informei, estacionando num dos lugares mais próximos da porta, já que não me estava a apetecer andar muito.  Ambos saímos do veículo e eu tranquei as portas, caminhando com Dylan para a entrada do restaurante.

– Provavelmente já devia ter perguntado isto, mas gostas de sushi? - Ele olhou-me enquanto franzia o nariz.

– Sushi é a coisa mais nojenta que já comi em toda a minha vida. - Parei de andar e fiquei a olhar para ele.

– Dylan, este restaurante só vende sushi.. - Informei, arrependendo-me imediatamente da ideia de o ter trazido aqui.

– Oh não.. - Ele murmurou, olhando para baixo.

  – Não te preocupes, vamos a outro sítio, anda! - Voltei para trás. Senti o meu pulso a ser agarrado, fazendo-me virar para ele e encarar os seus belos olhos.

  – Espero que não tenhas fome porque eu vou comer o sushi todo! -  Correu para o interior do estabelecimento enquanto gargalhava. Cheguei à conclusão de que ele tinha estado a gozar comigo e eu mais uma vez tinha acreditado. Fuzilei-o com o olhar.

   – Dylan O'Brien! Nem sabes o que te espera!

hurricane,, dylan o'brienOnde histórias criam vida. Descubra agora