– Merda, Finnick! – Ajoelhei-me à sua frente, vendo o seu rosto cheio de marcas arroxeadas das quais escorria sangue. Ele olhou para mim com alguma dificuldade enquanto tremia sem parar e eu senti algumas lágrimas a formarem-se nos meus olhos. – Vamos levantar-te para irmos para casa. – Coloquei o seu braço à volta do meu pescoço e fiz toda a força que tinha para o conseguir levantar com alguma ajuda da sua parte. Caminhámos lentamente até ao meu carro, ouvindo-o queixar-se.
Ajudei-o a sentar-se no lugar do pendura. Corri até ao porta-bagagens e tirei uns comprimidos do meu kit de primeiros-socorros e uma manta. Tapei o meu irmão, para tentar pô-lo o mais confortável dentro dos possíveis até chegarmos a casa e abri-lhe a boca colocando dois analgésicos e um calmante na língua. Peguei numa garrafa de água caída ao pé dos bancos traseiros e ajudei-o a beber. Fechei a porta e contornei o carro num ápice, sentando-me no lugar do condutor. Coloquei o cinto e fiz marcha-atrás até sair daquela rua. Assim que estávamos longe daquele sitio liguei o ar condicionado para o quente e olhei para Finnick que ainda tremia e respirava com dificuldade. Eu sabia que ele estava a ter um ataque de pânico e como se não bastasse essa aflição ainda estava coberto de feridas mas naquele momento o mais importante era chegar a casa porque lá eu conseguia resolver a situação.
Em menos de 5 minutos já havíamos chegado, estacionei o carro e ajudei o Finnick a sair do mesmo. Abri a porta, fechando-a com o pé depois de entrarmos e encaminhei-o para o sofá.– Finn, olha para mim por favor. - Sentei-me ao seu lado, fazendo com que ele olhasse para mim. – Está tudo bem, eu estou aqui. – Algumas lágrimas caíram do seu rosto e ele agarrou a minha mão apertando-a com força. – Eu estou aqui, ok? Eu estou aqui. Eu não vou deixar que nada te aconteça. Eu estou aqui. – Repeti olhando-o nos olhos e envolvi o seu tronco nos meus braços, puxando-o para mim e apertando-o tendo cuidado para não o aleijar ainda mais. Ele desviou o meu cabelo dos meus ombros e pousou a cabeça no mesmo enquanto chorava compulsivamente.
– Eles... eu... eu estava a beber uma merda qualquer no bar do Jack e depois vi-os a arrastarem uma gaja para as traseiras. Eu sabia o que eles iam fazer com ela e eu não podia deixar que isso acontecesse. - Ele olhou-me nos olhos, agarrando as minhas mãos. – Então eu fui lá. E foda-se ela era tão parecida contigo Serena, não sei se era por causa das merdas que ele me põe nas bebidas ou se não mas o que interessa é que eu impedi que eles a magoassem. Ela fugiu e eles viraram-se todos contra mim. – Falou com alguma dificuldade, mas ainda assim continuou. – Um deles tinha uma seringa e eu não sei que merda era aquela mas heroína não era de certeza, devia ser uma daquelas merdas que usam nos assaltos para contaminar pessoas. Ele ia injetar-me com aquilo mas um deles teve uma ideia e foi buscar um boião de gasolina. Eles iam... - Fungou, passando os dedos pelo nariz molhado. - Eles iam... - Parou por uns momentos para engolir a seco antes de continuar.- Até que o Jack os chamou porque tinham uma encomenda e eles deixaram-me ali mas disseram que iam terminar o que começaram mais tarde. Se não fosses tu... eu ia morrer Serena. – Falou tentando não gaguejar. Abracei-o mais uma vez, enquanto chorava. – Eu ia morrer.. – Repetiu em choque; dezenas de lágrimas a escorrerem pelo seu rosto ensanguentado.
– Shh, não digas mais nada. Está tudo bem agora e eu não vou deixar que eles se aproximem de ti nem que eu cubra esta merda toda com guarda-costas, Finnick. Eu não vou deixar que nada te aconteça. – Assegurei.
*
Estávamos agora deitados na minha cama, já tinha desinfetado as suas feridas e estávamos ambos exaustos.
Pousei a minha cabeça no seu peito e fechei os meus olhos.
– Eu estou tão grato por te ter como minha irmã e estou feliz por termos ultrapassado todas as merdas do passado porque eu não estaria aqui se não fosses tu, Serena. – Agarrei a sua mão, observando os nossos dedos unidos.
– Nunca pensei que nos viéssemos a dar tão bem, sua peste que deu os meus peixes como sobremesa aos gatos. – Ele gargalhou ligeiramente.
– Eu amo-te muito maninha. –Arregalei os olhos e olhei para ele.
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hurricane,, dylan o'brien
Fanfictionalguma vez pensaram no porquê de os furacões terem nomes de pessoas?