Capítulo 1

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Durante toda viagem meu avô continuava a falar o quanto que aquela merda toda era boa:

"Passar uns meses com seu pai filho vai ser muito bom pra você e sua irmã"

Ele repetiu isso as duas horas inteiras de viagem e só pude colocar meu rock no máximo e ignorar aquela porra toda. Alice simplesmente continuava a ouvi-lo e assentir, minha irmã permanecia cheia de orelhas e olhos inchados sabia que não havia dormido nada porque depois da morte de nossa mãe dias depois sua insônia começou ela vive me perguntando porque eu nunca cheguei a chorar em dois meses não chorei desde que minha mãe morreu, e eu honestamente não sabia o motivo também, mas só sabia que a vida depois da morte dela era muito pior do que já havia sido.

Minha avó quase teve um infarto quando apareci com a primeira tatuagem em casa toda semana aparecia com uma diferente e ela simplesmente aprendeu a fingir não estar surpresa, já meu avô me criticou por mais tempo que eu podia contar e minha irmã, bem, Alice apenas disse que gostara do número 17 no meu dedo, minha idade.

Mas como se não bastasse viver com meus avós puxa sacos e críticos eu ainda recebi a pior notícia de todas,  o filho da puta do meu pai havia ganhado nossa custódia.

Caralho eu nunca havia ficado tão puto, quando meu avô me disse que meu pai havia conseguido nossa custódia com a intenção de compensar o tempo perdido e é ser o pai que ele não foi, o que não fazia o menos sentindo!

Meu pai sempre foi um merda, vivíamos na miséria e meu pai era um merda viciado em drogas, minha mãe ralava para cuidar de nós e ainda trabalhar e ele só fazia cheirar aquela porra toda. Ele foi embora dois anos depois do nascimento de Alice e desde então era apenas eu, minha irmã, minha mãe e meus avós, bem até ela morrer de câncer e sermos arrastados a viver com ele.

-Filho levanta aí-meu avô abriu a porta do carro me encarando me fazendo dirigir o olhar para aquela enorme casa enfrente a praia.

-Se tá de brincadeira-falei saindo do carro me deparando com uma mansão, uma não, várias, a porra do bairro inteiro-O filho da puta ficou rico? Caralho-meu avô bateu na minha cabeça.

-Para de falar com essa merda de vocabulário chulo-falou meu avô bravo.

-Bem foi você quem me ensinou a falar desse jeito-murmurei e meu avô bateu na minha cabeça de novo-Para porra!

-Então me respeite seu moleque-falou bravo-Alice! Alice! Pra onde você tá indo menina!-gritou meu avô correndo em direção a ela que estava correndo em direção à praia com um sorriso doce no rosto, por mais triste que estivesse por conta de nossa mãe, mamãe e ela sempre amaram à praia, e eu sabia que isso podia pelo menos fazê-la feliz por alguns segundos.

Olhei para a vizinhança com jardineiros ajeitando os jardins dos mauricinhos e algumas empregadas limpando as janelas e bem enfrente a suposta casa do meu pai risadas altas vindas da frente da casa onde duas garotas e mais dois garotos faziam guerra de água e sabão enquanto lavavam um carro antigo e provavelmente caro.

Uma garota em particular me chamou mais atenção, longos cabelos ruivos, sim, ruivos aquela coisa impossível se se ver, cabelos laranja claro longos e molhados cheio de sabão, um sorriso divertido e encantador e gritos agudos vindo de sua boca, ela usava um short muito mais curto do que estava habituado a ver uma blusa preta curta de botões e alças que deixavam muito a mostrar de seus seios fardos ela parecia muito mais uma americana do que uma brasileira normal.

-Rodrigo?-me virei ao ouvir meu nome me deparando com ele, o pai do ano.

-Marcos-fechei a porta com força fazendo os adolescentes irritantes pararem de brincar e rir e perceberem a minha presença.

A garota me observou dos pés à cabeça e aparentava muito mais bonita agora me olhando, dava para ver muito melhor agora que além da blusa estar molhada estava com dois botões abertos, é ela realmente era muito gostosa.

-Não vai entrar, filho?-nunca vi um "filho" soar tão estranho na boca de um pai, mas ele não era meu pai para soar normal.

-Não é como se eu tivesse escolha-falei batendo contra seu ombro e entrando na casa sentindo o olhar da ruivinha ainda vir as minhas costas.

Uma ruiva irresistível Onde histórias criam vida. Descubra agora