Corri ao encontro dos dois e não tive tempo suficiente para pensar no que iria dizer.
No entanto mesmo com a respiração ofegante e diante de todos os esforços para me locomover o mais rápido possível, tentei ainda assim analisar a situação.Duas pessoas como se fossem dois lados da mesma moeda.
De um lado alguém que embora tenha muitos defeitos e as vezes até me amedrontava, não deixava de ser meu amigo.
Alguém que fez tudo isso valer a pena, há uns tempos atrás era como tantos garotos da escola, comum, sem popularidade, não consigo acreditar que chegaria onde estou se não fosse Jeff.
Isso foi antes dele se tornar esse cara cheio de ódio, deve ter um motivo para tanto ódio e rancor.
Acredito que o assassinato dos pais dele tenha sido somente uma alavanca para disparar o gatilho que tinha dentro de si, deve haver uma explicação, não pode ser apenas isso.Do outro lado Ana Carla.
Queria saber as palavras certas para usar, não conseguia explicar tamanha doçura presente em seu sorriso.
Sua voz, tinha escutado apenas uma vez e aquele timbre permaneceu em minha mente como uma sintonia perfeita.
Não conseguia entender esse poder que tinha sobre mim, era algo descomunal, não, eu não estava conseguindo me conter.
Quando finalmente cheguei perto dos dois, minha respiração estava ofegante, meu cabelo recaía suavemente sobre meus olhos, dificultando um pouco minha visão e isso só aumentava ainda mais minha irritação, minhas mãos tremiam tanto que mal conseguia esconder meu nervosismo.
- Jeff, O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO ? - Perguntei, demonstrando tamanha irritação, passando minhas mãos sobre meu rosto sem saber ao certo o que fazer.
É incrível como naquela escola ninguém ligava pra nada, mesmo vendo Jeff a segurando pelo braço enquanto ela tentava insistentemente se livrar, ninguém fazia nada, todo mundo passava apenas olhando de lado, porém ninguém interferia, ninguém falava nada, bando de covardes.
Ana me olhou e nesse momento sua expressão era de alívio, como se acreditasse que poderia mesmo protegê-la.
Ela deixou um sorriso escapar como se em silêncio dissesse "Obrigado".
Aquela blusa longa cobrindo todo seu braço, um olhar inocente por trás das lentes em seu óculos só me encantava ainda mais.
Ainda que duvide que ela seja rebelde, sua calça desbotada e cheia de furos me passava a impressão de rebeldia, ainda mais quando combinados com os tênis baixos que geralmente costumava usar.
Era um estilo diferente e até isso me cativava muito.
Isso estava avançando rápido demais dentro do meu ser, uns dias atrás nada que fazia parte dela me encantava e agora tudo me balançava por inteiro.Jeff ainda a segura pelo braço, quando pela segunda vez gritei
- SOLTA ELA, QUE MERDA VOCÊ TEM NA CABEÇA? - Apontando o dedo em sua direção na intenção de intimidá - lo e fazer com que a solte.
Seu olhar era de desprezo e raiva, ele olhava para Ana dos pés à cabeça como se sentisse nojo de algo e em seguida me olhava de volta mantendo um sorriso sarcástico em seu rosto.
- Você a quer Reik? -Perguntou
- Não têm nada nela que interessa para você, é apenas uma garota esquisita como tantas outras nessa escola. Ou têm? - Ao terminar ele me olhava friamente e mais uma vez conseguia me intimidar.
Abaixei a cabeça e por um minuto tentei pensar em algo que justificasse e não deixasse dúvidas.
- Me responde, estou falando contigo - Exigindo uma resposta, dessa vez demonstrando tamanha irritação.
- Deixa ela ir - Surgirir, dessa vez com um timbre de voz baixo
Eu não conseguia pensar em nada, para ser bem sincero poderia abrir meu coração e dizer tudo que guardva em segredo, mas não queria arriscar, não aquela hora.
Rick chega correndo.
- Ei Reik! Você é doido cara? Pra quê correr desse tanto? Credo preciso tomar uma água. - Rick comenta, colocando a mão sobre seu peito
Rick percebe que os ânimos estão um tanto alterados e resolve perguntar
- Pessoal? O que esta acontecendo? - Pergunta, sem conseguir nenhuma resposta, coçando a cabeça com seu dedo indicador.
- Você a quer? - Jeff tornou a perguntar
- Apenas deixe ela ir - Proponho novamente
Ele me olhou outra vez e logo em seguida a empurrou em minha direção, ela veio caindo por cima de mim e com um pouco de esforço consegui ser rápido o bastante para que o empurrão não a machuca-se.
Ela é baixinha e seu corpo se encaixou perfeitamente dentro do meu abraço.
No entanto o segundo empurrão surgiu, nos levando ao chão.Consigo segurá - la, porém cai com as costas na calçada e Ana por cima de mim, seus lábios chegaram bem perto dos meus e meu coração naquele momento quase saiu pela boca.
Seus óculos se desprendeu do seu rosto caindo na calçada.
- Ana, você se machucou? - Perguntei, olhando para ela, tentando certificar que tudo estava bem.
- Reik, meus óculos! - Ana falou, demonstrando um pouco de desespero.
Ainda estávamos caídos
Jeff caminhava lentamente ao nosso encontro.
Enquanto bem de perto Rick observava toda aquela cena com uma expressão de seriedade.
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Estranho amor
Fiksi RemajaImagine um amor, daqueles de cinemas. Um amor tão puro e sincero de alguém que com simples palavras consegue encantar, cativar, apaixonar, fazer viajar e delirar. O tipo de amor que a maioria das pessoas querem viver, se você tivesse a oportunidade...