Capítulo VIII

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    Aproveitei a manhã. Logo depois do café, João e eu nos despedimos com um beijo. Fui deitar novamente, ja que não faria nada o dia todo.
Descansei um pouco, mas meu celular tocou próximo ao meio dia.
- Alô! - Falei sonolenta, sem me preocupar de olhar o visor do celular.
- Senhorita Andressa Carvalho? - Perguntou uma voz feminina do outro lado da linha.
- Sim. Sou eu. - Respondi ainda atordoada.
- Sou Leda Copauski, do setor de RH do grupo Sincler. Recebemos seu currículo e gostaria de marcar uma entrevista com a senhorita. - Ouvia o que ela dizia, mas ainda não acreditava. Uma das maiores multinacionais estava ligando para marcar uma entrevista. Eu tinha enviado meu currículo, mas jamais imaginei que eles realmente ligariam.
- Claro. Quando poderemos marcar? Retruquei empolgada.
- A senhorita pode vir as duas da tarde? Nosso escritório fica na Avenida Paulista 1324. O RH fica no sexto andar, sala 603. - Ela falava pausadamente, para que eu pudesse marcar.
- Ok. Eu marquei aqui. As duas em ponto eu estarei ai Leda. Agradeço desde ja a disponibilidade de vocês em receber-me para a entrevista. - Agradeci como manda o figurino e em seguida desliguei.
Levantei rapidamente, olhei no relógio e percebi que ainda eram onze e quinze da manhã. Claro que não teria tanto tempo assim, ja que precisava sair de casa até a uma e quinze, para dar tempo de chegar ja que, neste horário de almoço a paulista fica intransitável.
Procurei no guarda roupas, um dos terninhos menos usados e de cor neutra, ou seja, cinza. Um par de scarpins pretos, com salto médio e completei o modelito com meus acessórios de sempre. Corrente de ouro amarelo, com pingente de madre pérola, brincos de pérola, bem pequenos, pulseira do mesmo conjunto da corrente e meus anéis de família. Um chuveiro que ganhei aos quinze anos e um anel escrava que ganhei aos dezoito e meu anel de formatura.
Tomei um banho, sequei meu cabelo rapidamente, usando somente os dedos e secador, passei um pouco de rímel e gloss, coloquei a roupa e uma hora em ponto liguei o carro.
Certifiquei-me que tudo estava no carro, inclusive o currículo, caso ela pedisse algo. E segui rumo ao grupo Sincler.
O grupo Sincler era responsável pelas maiores revistas de economia mundial. Além de serem sócias-proprietarias de canais de TV em todo o mundo.
Ali eu só tunha a crescer. Assim que cheguei no escritório deles aqui no Brasil. Olhei o imenso prédio com mais de trinta andares e fiquei sorrindo de orelha a orelha, como se eu ja tivesse passado na entrevista.
Entrei no hall de entrada e fui ate a recepção.
- Boa tarde. Meu nome é Andressa Carvalho e vim para uma entrevista com a senhora Leda Copauski. - Expliquei a uma moça simpática que atendeu-me sorrindo.
- Pois não senhorita. Só um momento por gentileza. - Pediu educadamenre que eu aguardasse.
Alguns minutos depois, ela entregou-me um crachá de visitante, para que eu passasse pela catraca automática mais a frente e explicou-me novamente onde eu deveria ir.
Fingi que não lembrava e segui meu caminho. Passei pela catraca e entrei no elevador, dizendo ao ascensorista onde iria. Ele mesmo apertou o número seis e muito gentilmente avisou-me por onde ir para encontrar a sala.
Fui reto pelo corredor e virei a direita, onde avistei uma recepcionista.
- Boa tarde. Vim falar com a senhora Leda Copauski. - Disse a moça loira que olhou-me de cima a baixo.
- Senhorita Andressa Carvalho? - Perguntou-me.
- Exatamente. - Respondi com um sorriso discreto.
- Ela ja está aguardando a senhorita. Por favor, me acompanhe. - Pediu levantando-se e indo em direção a uma grande porta dupla fume.
Ela abriu a porta com um controle e deu a passagem para que eu entrasse.
Então assim que passei pela porta, uma mulher alta, loira de mais ou menos trinta e poucos anos e muito bonita, veio de encontro a mim.
- Andressa como vai? Seja bem vinda. Me acompanhe, por favor.- Cumprimentou-me estendendo a mão e sorrindo.
- Obrigada - Agradeci apertando-lhe a mão e sentando-me na cadeira apontada por ela.
- Pelo que vejo em seu currículo, você trabalhou na Folha de São Paulo, desde que se formou há sete anos. - Repetiu o que lia em meu currículo, como se estivesse impressionada.
- Sim. - Respondi sem extender a resposta.
- Por quê decidiu sair? - Perguntou-me como se quisesse entender o que faz alguém que tem um bom emprego, jogar tudo para o ar. Estando estabilizada.
- Creio que quando não temos mais como evoluir no lugar, precisamos alçar novos vôos. E exatamente por isso, enviei meu currículo para o grupo Sincler. Sei que aqui, tenho como crescer e evoluir como profissional. - Respondi como se advinhasse sua proxima pergunta.
Ela fechou as mãos em cima da mesa e respirou fundo.
- Estamos com uma vaga no setor de televisão, não sei se interessa a você? E na parte de redação. - Explicou.
- Será um desafio para mim, mas eu adoro um desafio. Se tiver alguém que me ensine o serviço, eu prometo que aprendo rápido e me comprometerei em fazer o serviço da melhor maneira possível. - Disse eufórica com a oportunidade. Precisava trabalhar. E só de estar entre os funcionários da Sincler, ja sentia-me importante.
- Vou pedir ao Vitor que a auxilie, mas tome cuidado. O que ele tem de bonito tem de imprestável. - Alertou-me.
Se ela soubesse que de homem imprestável eu ja estava cheia.
- Fique tranquila. Sei reconhecer o que não presta a distância. - Respondi sorrindo.
Ela pegou o telefone e ligou no ramal 214.
- Vitor, pode vir até o RH? Preciso de você aqui o mais rápido possível. - Disse ao fulano.
Em poucos minutos entra um homem absurdamente bonito. Poucas vezes em minha vida, presenciei uma beleza daquela. Barba serrada, sorriso largo e dentes perfeitos. Moreno bem claro, olhos azuis bem claros, alto, musculoso. Sobrancelha bem marcada, nariz fino e no tamanho ideal para o rosto. O cara era tão bonito, que não consegui tirar os olhos dele. E quando abriu a boca pra falar, quase tive um troço. Uma voz sedutoramente máscula. Qualquer mulher gozaria de ouvi-lo falar em seu ouvido.
- Vitor acompanhe Andressa até a redação e explique o serviço a ela. A contratei para ficar no lugar da Stephanie. - Falou como se quisesse cutuca-lo.
Ele sorriu para mim e estendeu-me a mão. Que mão macia e grande!
- Seja bem vinda Andressa. Sou Vitor e estarei a sua inteira disposição, para qualquer coisa.
Quase completei a frase dele dizendo "me come" então.    

Como Amar Um IdiotaOnde histórias criam vida. Descubra agora