Capítulo II

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Acordei com um largo sorriso nos lábios ao relembrar minha noite de prazer. Apalpei o lugar direito da cama e não senti nada, mais um que sai de fininho - pensei.
Nós mulheres temos a besteira de cometermos erros com idiotas, sempre!

Erro 1 - Nunca durma com o cara no primeiro encontro.

Temos vários fatores que nos levam a pensar sobre isso. Eles podem sentir tesão e levar até os últimas consequências e são vistos como pegadores, já nós, mulheres, quando nos atrevemos a fazer o mesmo e deixar o desejo falar mais alto, somos taxadas de galinhas, mulher fácil, e na maioria das vezes somos deixadas sozinhas na cama, como eu hoje.
Levantei, tomei um banho e fui tomar café, peguei a bolsa e sai para meu trabalho.
Cheguei na repartição e fui chamada pelo editor chefe do jornal.
- Bom dia Vinicius. – disse, assim que entrei em sua sala.
- Bom dia Andressa, sente-se por favor. – respondeu, me indicando a cadeira a sua frente.
- Você me chamou? – Perguntei, tentando desviar meus pensamentos de sua boca.
Meu chefe é algo de outro mundo, um homem sedutoramente perigoso, tivemos alguns encontros ocasionais. Sabe aqueles caras que só de te olhar, você literalmente baba e sente algo em você pulsar? Ele é gostoso demais, moreno, olhos pretos, penetrantes e um sorriso que te faz pensar, porque não dar pra ele? Não é apaixonante, mas é usável demais.
- Chamei sim, estamos com um problema seríssimo. - disse me observando.
- Problema? – Perguntei, aflita. Só me falta perder o emprego!
- Sim. Preciso que faça uma entrevista e investigue o novo defensor público, recebemos informações de que ele costuma fazer negócios escusos. – explicou, me deixando aliviada.
- Sem problemas, sabe que adoro investigar, quem é o cara? - Perguntei curiosa.
- Aqui estão algumas informações sobre ele, seu nome é Otávio Fontana, não temos nenhuma imagem dele, ele assumiu há poucos meses e ninguém sabe nada sobre ele. - continuou explicando, enquanto eu lia o papel a minha frente.
- O que acha que vou encontrar? - Perguntei.
- Não sei, mas creio que esse cara não é flor que se cheire – disse, com certa raiva no voz.
- Do modo que está falando, parece mais coisa pessoal. - comentei, olhando para Vinicius com certa curiosidade.
- Quase isso, mas tenho certeza que se ele esconde algo, você é a única capaz de descobrir. - respondeu.
- O que foi, ele comeu sua noivinha? - Perguntei com desdém e fazendo-o ficar sério.
- Estou te dando uma ordem Andressa, não te chamei aqui para compartilhar minha vida com você e não pense besteiras, esse cara está cheirando vendas de jornais, algo ali vai nos fazer bater recordes de vendas e isso basta para que eu queira que você o investigue, mas antes disso, quero uma entrevista com ele, pode ser? – Perguntou, colocando as mãos em sua gravata, ajeitando-a.
- Sim, senhor! – respondi com a certeza de que era pessoal o que acontecia entre ele e esse doutorzinho.
Sai da sala de Vinicius e liguei no fórum.
- Fórum, bom dia! - disse uma voz feminina, assim que atenderam.
- Bom dia, por favor, gostaria de falar na Defensoria Pública.
- Só um minuto. - respondeu a moça, transferindo a ligação.
- Defensoria. - responderam.
- Bom dia. Gostaria de saber que horas eu encontro o doutor Otávio Fontana ai na defensoria? – Perguntei.
- O doutor Otávio está em uma reunião, mas ficará aqui até o meio dia senhora, quer marcar um horário? - Perguntou a secretária.
- Por favor, já estou indo ai. Pode marcar. Meu nome é Andressa Carvalho. – respondi, dizendo meu nome.
- Está marcado senhora, mas não posso garantir que ele não sairá antes. - avisou a secretaria.
- Pode ficar tranquila, em meia hora estarei ai. – respondi, desligando em seguida.
Tentei pegar alguns atalhos para chegar mais rápido, mas levei ainda mais tempo.
Cheguei ao prédio colocando os bofes pra fora, quase desmaiando. Odeio correr, meu rosto é muito branco e fica quase roxo.
- Bom dia, eu liguei agora a pouco marcando com o doutor Otávio Fontana.
- Sim, senhorita Andressa? - Ela perguntou, sorrindo.
- Eu mesma, ele ainda está ai? – Perguntei, rezando para não ter perdido meu tempo.
- Sim, ele irá recebê-la, já está aguardando por você. - Ela respondeu, apontando a porta que eu entraria.
Pensei em ir ao banheiro antes e borrifar um perfume, ou passar um pó naquele rosto vermelho, mas era um velho, o que eu queria aparentar?!
Bati na porta e entrei, tentando recuperar meu fôlego, mas quando o vi levei um susto tão grande que quase infartei.
- Você?! – Perguntei, franzindo a testa.
Ele sorriu e me olhou por inteira. - Eu! O que faz aqui senhorita Andressa? - Perguntou ele me despindo com o olhar.
- Na verdade, até esqueci. Você realmente me desfoca - falei em voz alta o que deveria somente ter pensado. Ele sorriu e se ajeitou na cadeira.
- Sente-se, quem sabe isso ajude a se lembrar. - ele então se levantou, pegou um copo de água e me entregou. - beba, pode ajudar.
- Obrigada, Otávio. – respondi, sem encará-lo e morrendo de vergonha.
Ele se sentou e ficou me observando por alguns momentos.
- Quer que eu vire a minha cadeira para não desfocar você? - Perguntou em tom de deboche.
- Não precisa, desculpe, vamos lá! Eu trabalho para um jornal de nível estadual e gostaria de fazer uma entrevista, ou melhor, fui designada a isso, mas não tinha ideia que se tratava de você. - Pigarreei e me corrigi. - Desculpe doutor.
- Entendi, mas não precisa me chamar de doutor, temos uma maior intimidade, não acha? – Perguntou, sorrindo, me fazendo ficar ainda mais vermelha.
- O que tivemos ficou lá na minha cama, de onde você saiu de fininho, sem sequer dizer algo. Aqui eu vim a trabalho doutor. – respondi, tentando ficar firme perto daquele desgraçado gostoso e debochado.
Ele se levantou, se aproximou de mim, encostando na mesa dele a minha frente, cruzou os braços e sorriu - Então comece, o que quer saber?
Eu não conseguia me concentrar, eu fechava os olhos e recordava as cenas dele me mordendo e me asfixiando, de seu rosto quando gozou. Meu Deus o que está acontecendo comigo? Minha perseguida reconheceu o cheiro dele e resolveu molhar. Se ele pudesse ver como estou inundada, ficaria ainda mais arrogante e se acharia ainda mais, preciso me concentrar.
- Podemos marcar para outro dia? Amanhã? – Perguntei, engolindo em seco, nitidamente nervosa.
- Pode sim, o que acha de um lugar onde você possa ficar mais a vontade e perder este nervosismo? – Perguntou, me encarando.
- O senhor quem sabe doutor, aqui está meu cartão, me avise, por favor. – respondi, colocando o cartão em cima da mesa e me levantando, o que nos fez ficarmos muito próximos e pude sentir seu membro rígido, encostar em mim. Tive dificuldade em respirar, tudo que eu queria naquele momento, era tê-lo dentro de mim. Ele percebeu meu desconforto e sorriu, tirou minha franja do rosto e lambeu minha boca. - Você fica ainda mais gostosa quando está descontrolada, quero muito foder você aqui. – disse lambendo-me até a orelha e me deixando de pernas bambas.
- Eu te ligo mais tarde gostosa, me aguarde. – continuou, se afastando aos poucos e me deixando com cara de boba.
Ele então abriu a porta da sala e eu saí.
"Esse homem vai me deixar louca, que furada, onde eu fui entrar, meu Deus?!"

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Como Amar Um IdiotaOnde histórias criam vida. Descubra agora