Capítulo V

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Assim que abri os olhos pela manhã, percebi que não estava sozinha, ele ainda estava comigo. Retirei o braço dele devagar de minha cintura e saí. Não podia deixar ele me ver descabelada e muito menos com bafo matinal, qualquer emoção sexual termina desse jeito.
Fui ao banheiro e fiz de tudo para não fazer barulho.
Liguei o chuveiro para disfarçar, não queria que ele ouvisse meus gases ao fazer o número dois, eu sei que todo mundo caga, mas eu nessas horas sou como bombas de São João. Como é difícil cagar em silêncio, o chuveiro ajuda a isolar os barulhos constrangedores. Assim que terminei, acionei a descarga com cuidado e tomei meu banho, passei hidratante e perfume, para que o banheiro ficasse cheiroso também.
Ainda nua, peguei o rimel e dei um realce nos olhos, alongando os meus volumosos cílios, passei um batom nude, depois de escovar os dentes e bochechar meu listerine, peguei uma escova nova e ainda embalada e deixei em cima da pia, para que ele pudesse usar.
Assim que abri a porta do banheiro, ouvi ele se mexer na cama, fui sorrateiramente até a cozinha, fiz café e coloquei a mesa, aí sim eu fiz barulho, ligando do meu celular para o telefone fixo. Agora que eu estava pronta e tomando café, ele podia acordar, e deu certo, alguns minutos depois ouvi o barulho do chuveiro e fiquei pensando " Será que ele também, está disfarçando?".
Meu celular tocou, tirando-me dos pensamentos. Olhei o número no visor, pensei em não atender, mas se eu não atendesse, poderiam vir até minha casa e seria um desastre completo, então atendi.
- Fala, chefe. - disse ironicamente.
- Espero que esteja com todas as respostas. – respondeu, sem cumprimentar-me, não era nada estranho vindo dele, que sempre ia direto ao ponto.
- Estou tentando, não me pressione. - alertei.
- Você ja foi melhor, dona Andressa. Quer que eu peça a outra jornalista? Pelo jeito você não está muito interessada.
- Você sabe o quanto é difícil falar com o cara? – Perguntei, tentando fazê-lo entender minha falta de respostas.
- A Luiza conseguiria muito mais que respostas ou se encontrar com o cara. Ela já estaria com ele na cama e você não consegue sequer encontrá-lo. O que está acontecendo com você garota? Ou você me trás respostas hoje, ou peço a Luiza, entendeu? – Disse, desligando na minha cara.
Não podia deixar que Luiza atacasse meu gostoso, ela adorava tirar o que eu gostava e foi assim desde que entrou no jornal, se eu demorava pra chegar eu a encontrava na sala do chefe de redação, para pegar minha pauta, imagine se ela soubesse que eu tinha essa delicia em minha cama, Deus me livre.
Ouvi a porta do banheiro abrir, tentei não olhar para o corredor, disfarcei cortando o pão. Ele então entrou na sala e eu olhei.
- Bom dia, gostosa. – disse, me fazendo delirar ao ver aquele homem só com a toalha envolvida abaixo da cintura, ele conseguia ficar ainda mais bonito de manhã.
- Bom dia gostoso – respondi, sorrindo - sente-se e tome café comigo.
Ele sorriu e puxou a cadeira. – Uau, que mesa linda! Você sempre toma café com essa fartura, ou só faz isso quando recebe visitas? – Perguntou, sentando-se a minha frente.
- Meu café da manhã é de rainha, como diz o ditado temos que tomar café de rei, almoço de príncipe e janta de mendigo. - citei o ditado que meu nutricionista sempre repetia.
- Interessante, acho que vou vir sempre após o jantar, que deve ser salada com pouco sal e ficar para o café da manhã. – respondeu, sorrindo e se servindo de café.
- Será bem vindo. – disse, colocando o açúcar e o adoçante para perto dele.
- Obrigado. – agradeceu, escolhendo o açúcar. - O que você quer me perguntar?
Parei de comer e o encarei - Como?
- Você foi à minha sala ontem, pode perguntar o que quiser. – concluiu, pegando presunto e mussarela para colocar no pão.
- Não quer comer primeiro? – Perguntei, morrendo de fome, sabia que se eu começasse a falar, não comeria direito, mas se eu comesse como costumava fazer eu o assustaria. A gula me acompanha pela manhã.
- Vamos aproveitar o café e falar. Pelo jeito seu chefe está bem interessado em meu cargo, não é isso?
- Sim. Ele quer saber se você conseguiu o cargo por articulação política. – respondi, tentando não engasgar com o pão na boca.
- Se você parar pra pensar, tudo é politicagem, o meio social que vivemos é político, mas não vou dizer que fui colocado no cargo por falta de merecimento. Estudei muito pra chegar aonde cheguei e não permitirei que alguém venha criticar minhas atitudes, sejam elas quais forem. Claro que, para que consigamos alguma coisa, na maioria das vezes somos auxiliados por quem tem mais conhecimento social que nós e isso não é crime. Troca de favores é outra coisa, não vou passar por cima de algo que ache certo para devolver o favor de uma indicação. - respondeu ponderadamente, mas senti sua honestidade.
- Pelo que entendi, você foi indicado por políticos então?
- Sim. Fui indicado por políticos, desembargadores e ministros que eu conheço, acho que isso não é crime nenhum, você não acha? – Perguntou, encarando-me enquanto arqueava a sobrancelha.
- Não é crime, desde que você não faça disso meios para que deixe provas sumirem ou serem arquivados para auxiliar quem o ajudou.
- Concordo com você e foi o que já disse, não vou devolver favores passando por cima da verdade. Se precisar julgar alguém, seja quem for, não vou aliviar – respondeu, mordendo o pão.
- Entendi.
- O que mais quer saber? – Perguntou, ainda mastigando.
- Quem o indicou?
- Você não acha que vou expor isso, acha? – Perguntou, debochando da pergunta.
- Porque não? Sabe que eu descobrirei, não sabe?
- Se você pode descobrir, porque eu tiraria sua emoção? Vai fundo, me investigue. – respondeu, dando de ombros.
- Você é um saco, sabia? Poderia amenizar meu trabalho e me poupar de ficar vasculhando sua rotina.
- Só de imaginar você me seguindo como uma caçadora já sinto meu pau latejar. Isso pode ser emocionante, mas muito cuidado com o que vai descobrir, não tire conclusões precipitadas.
- Então isso quer dizer que posso entender que você não é o que diz ser.
- Não disse nada, chega de perguntas, mocinha. Preciso ir embora, alguém precisa trabalhar nessa casa. – disse, sorrindo.
- Ah, eu não trabalho?! – Perguntei, fazendo careta.
- Não. Você faz fofoca e se mete onde não foi chamada. - usou o tom irônico para me jogar indireta.
- Você é um ridículo. – respondi, semicerrando os olhos.
Ele tirou a toalha e me olhou. - Viu só como você me deixa? Vem aqui sua intrometida gostosa. Preciso de um sexo matinal antes de trabalhar.
Levantei, tirei o roupão, ele me colocou de costas, beijou meu pescoço, levantou uma das minhas pernas e penetrou-me com suavidade, mas intensificou os movimentos. Enrolou meu cabelos em sua mão e puxou aproximando seus lábios de minha orelha.
- Quer saber meus podres, ordinária? - disse com a voz rouca, me deixando com mais tesão.
- Quero seu cretino, vou descobrir tudo que está aprontando, depois vou chantageá-lo.
- É mesmo. Você não presta Andressa e isso me deixa mais enlouquecido. Adoro uma mulher determinada. Vai, implora pra que eu meta mais forte. - sua voz me deixava de pernas bambas.
- Vai, cavalo, mais forte, soca, isso, assim... - minha voz era como sussurro, desesperado para sentir seu gozo.
Ele intensificou e sem conseguir mais segurar eu gozei, mas ele queria me castigar e vendo que eu tinha gozado, me virou e parou de penetrar, começou então a massagear meu clitóris. Senti dor e fraqueza, ele queria me fazer gozar novamente a qualquer custo.
Me deitou no tapete da sala, abriu minhas pernas e me chupou com força, ele sabia que eu delirava com movimentos mais doloridos. Sugou todo meu gozo e voltou a me penetrar bem forte, até gozar. Quando terminamos eu não conseguia levantar do chão, estava exausta e totalmente fraca.
Ele me olhou, sorrindo - Você é deliciosa. Quem diria que encontraria uma mulher como você em um bar.
Não respondi nada, só sorri, fechando os olhos e tentando me recuperar.
De repente ouvi o barulho do chuveiro novamente, quis acompanhá-lo no banho, mas não consegui levantar.
Fiquei ali, jogada no tapete. Alguns minutos depois ele se aproximou, já vestido, se ajoelhou perto de mim, passou a mão pelo meu corpo, apertando meu seio.
- Se eu pudesse, ficaria aqui só pra te comer de novo, mas preciso trabalhar, tenho uma reunião importante, mas me espere a noite, eu volto. - assim que terminou de falar me deu um tapa na perna e se levantou, saindo pela porta.
" Esse homem vai acabar comigo".

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