13: "Eu acho isso realmente impossível"

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Era muita informação para o meu pobre cérebro processar, e muitos choques para meu coração suportar. Meus olhos queimavam, eu sabia que estavam vermelhos e se eu piscasse alguma lágrima escaparia por eles. Minha boca estava aberta expressando toda a minha surpresa por causa das palavras de Niall, e minhas sobrancelhas quase se uniam.

Horan acabou de dizer que me amava?

Eu não sabia o que falar, minha garganta se negava a reproduzir qualquer som e meu cérebro estava cheio de perguntas. Eu queria falar mas não tinha essa capacidade no momento. Porém, pisco mais algumas vezes e me lembro exatamente das palavras de Niall naquele dia. Se ele me amava, por que disse aquilo? Por que me deixou?

- Eu não consigo acreditar que está chamando a mim de insensível! - exclamo assim que reúno forças. - Não fui eu quem foi embora sem mais nem menos e não foi você quem ficou sofrendo por cinco meses!

- Cinco meses? - Horan ri sarcástico, e tive vontade bater nele. - Você acha que cinco meses é muito tempo? - afirmo com a cabeça. - Bom, eu acho que ser torturado mentalmente por 24 meses é bem pior do que sofrer por cinco meses. - do que ele está falando?

Seus olhos estavam cristalinos e suas feições enviavam alguma emoção que não pude identificar, suas bochechas estavam mais vermelhas do que o comum e seus movimentos hiperativos entregavam seu estado interno.

- O quê? - formo uma expressão mista de confusão e incredulidade, e Niall nega com a cabeça.

- Eu estou cansado de ser taxado como o vilão e de você sempre ficar do lado do Luke. - ele não me responde e quando ia falar alguma coisa, sou interrompida. - Quer saber? - Niall estava com um tom de alerta, como se pudesse explodir a qualquer minuto. - Eu vou embora. - ele balança as mãos no ar, entrega a chave do Porsche para mim com agressividade e caminha de forma rápida e pesada até sua Mercedes.

Horan parecia realmente nervoso, antes de adentrar o carro, ele olhou em minha direção e depois socou a lataria do automóvel, fazendo-me dar um sobressalto de susto. Ver seu carro partindo foi a coisa que mais cortou meu coração, era a segunda vez que eu via essa cena e não fiz nada para impedir.

Ele acabou de dizer que me amava e eu simplesmente o deixei ir. Mas o que podia fazer? Niall estava claramente tentando dizer que Luke está envolvido sem provas concretas, só porque não disse que estava falando com o pai dele não quer dizer que seja um criminoso. Contudo não vejo motivos para Luke não contar que estava falando com o pai, e isso é algo que eu devo levar em consideração.

Encosto em meu carro, passo minhas mãos por meu rosto e olho para o céu nublado. Minha mente estava trabalhando tanto que nem me importei com a claridade, eu acho que todas dúvidas estavam na minha cabeça nesse momento e se elas tivessem peso, eu quebraria meu pescoço. Não seria uma má ideia.

(...)

As aulas da tarde se passaram de forma arrastada e sem proveito algum, minha cabeça ficava repetindo minha briga com Niall e me peguei sentindo meus olhos queimarem por mais de uma vez. Ele não apareceu na faculdade e quando cheguei, apressei-me a ir para a sala de aula para evitar de me encontrar com Hemmings.

Eu não estou pronta para ver nenhum dos dois, tudo o que eu quero é conversar com alguém. Pedir uma luz, um mísero feixe de luz, um guia, um manual de instruções da vida. Qualquer coisa. Eu estava dentro do carro, com a cabeça no volante e eu pretendia ficar assim pelo resto da vida até que me lembrei de alguém que poderia me ajudar.

intercambista; parte dois Onde histórias criam vida. Descubra agora