Capítulo II - Things have changed for me and that's okay

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A prefeita Mills virava de um lado para o outro na cama tentando dormir, mas foi em vão. Ela não conseguia parar de pensar no encontro que acabara de ter com Emma. Ela estava tão diferente agora sendo a Senhora das Trevas com aqueles cabelos brancos muito bem penteados para trás, sua postura mais altiva e aquela roupa tão colada em seu corpo que definia melhor suas curvas. O que está acontecendo com você, Regina? A prefeita perguntou para si própria. Desde quando repara assim em Emma Swan?

Com esses pensamentos conturbados conseguiu pegar num sono profundo...

---45º dia na Floresta Encantada---

Regina estava no meio da floresta, sentada num tronco de árvore. Ouvia com clareza o delicado canto dos pássaros e sentia a pouca luz do sol que passava por entre as árvores. Pela roupa que ela usava não demorou muito para constatar que estava na Floresta Encantada, mas como foi parar ali não fazia a menor ideia.

-Regina, você ficar aí parada só gritando comigo não estar ajudando de nada. -Falava Emma exasperada.

Ela estava com uma aparência abatida e usava uma capa cinza grossa que ia da cabeça aos pés, seus cabelos pareciam que estavam perdendo a cor, assim como sua pele. Ela havia a poucos dias se tornado a Senhora das Trevas, mas ainda não tinha aceitado isso.

-Você só precisa se concentrar, Miss Swan. -Rebateu Regina rudemente. Regina adorava referir-se a Emma dessa forma, e por mais que Emma negasse, no fundo também adorava esse jeito provocativo de Regina em pronunciar seu sobrenome.

Emma virou-se de costas para ela e tentou novamente se teletransportar igual à Regina numa nuvem de fumaça, porém sem utilizar de sua magia das trevas. Até agora não havia obtido resultados, mas tentava bravamente conseguir.

-Swan? -A voz de Regina saiu mais calma dessa vez. -Swan? -Regina voltou a chamar, mas dessa vez com mais urgência.

Emma estava tão concentrada em sua magia que nem ouvia a mulher chamá-la.

-Emma! -Regina disse com mais veemência conseguindo finalmente chamar sua atenção.

-O que...? -Emma virou e encontrou Regina flutuando a alguns centímetros do tronco o qual estava sentada. -Regina? Como... como isso...? -Emma tentava formular uma pergunta decente para entender como ela conseguiu fazer Regina flutuar.

-Swan, me faça descer primeiro, por favor. -Regina tinha os olhos fechados bem apertados, com certeza estava morrendo de medo de cair e Emma reprimiu uma risada para não deixar Regina mais furiosa.

Emma deu alguns passos até ela e pegou-a pela cintura. Mesmo com Regina já no chão Emma continuou com os braços ao redor de sua cintura enquanto a mesma ainda mantinha os olhos fechados.

-Gina. -A voz de Emma saiu tão suave quanto o canto dos pássaros, o que fez Regina derreter-se em seus braços. Emma encostou a testa na de Regina e sorriu ao perceber que Regina também estava com um doce sorriso no canto dos lábios. -Você já sabe que pode abrir os olhos?

Regina confirmou sonoramente e dessa vez não resistiu e sorriu mais largamente. A loira achava tão adorável o sorriso da mulher à sua frente que não conseguiu se controlar e puxou-a mais contra si.

-Então por que não quer abri-los? -Insistiu. -Você sabe o quanto eu adoro os seus olhos? Sabe o efeito que eles causam em mim?

-Tenho medo...-Disse Regina meio acanhada e baixinho. -Disso não passar de só um sonho.

-Mas isso não é um sonho. -Emma levou as pontas dos dedos e delicadamente acariciou a bochecha da morena e depois traçou um caminho até os lábios e cicatriz bem acima do lábio superior de Regina. -Isso é real. Você merece um final feliz, assim como eu. E eu vou te provar que comigo você será muito feliz. -Regina sentia todos os efeitos das palavras de Emma, sentia um imenso alívio e felicidade. Sua boca ansiava pelos lábios de Emma e como se a loira lesse esse pensamento, atendeu.

A princípio foi um beijo suave, só o toque dos lábios, mas depois a necessidade de aprofundar o beijo ficou cada vez maior. Emma puxava Regina pela cintura com tanta força que provavelmente fundiria seu corpo ao dela. Regina correspondia a urgência da loira enrolando seus dedos nos cabelos de Emma e vez ou outra puxava mais forte para aprofundar o beijo.

Quando o ar se fez necessário, elas relutaram, mas por fim desgrudaram suas bocas. O coração de Regina batia tão rápido no peito que ela tinha quase certeza que Emma estava escutando. Não levaram mais que alguns segundos para grudar suas bocas novamente, era como se precisassem daquilo para viver.

-Regina! -Mary Margaret quase gritava tentando despertar a prefeita.

Regina deu um pulo da cama e acabou se enroscando no lençol, o que lhe proporcionou uma queda feia.

-Mary Margaret? O que faz aqui? -Disse ela se levantando aos poucos com a ajuda de Mary.

-Henry ficou preocupado com você e queria vir verificar se estava tudo bem, mas ele foi para escola, então eu mesma vim. -Regina arqueou uma sobrancelha como se perguntasse mesmo se o Henry teria ido para escola sem protestar. -É, eu sei. Ele relutou a princípio, mas o convenci que se ele não fosse você iria colocá-lo de castigo.

Regina se deu por convencida e se sentou na cama com Mary Margaret ao lado.

-Você está bem, Regina? -Perguntou Mary preocupada. Regina parecia estar distante, como se uma parte dela ainda quisesse continuar naquele sonho. -Quando eu cheguei aqui você estava suando frio e ofegante.

Na mesma hora Regina sentiu todo o rosto queimar de vergonha. Obviamente não podia contar para Mary Margaret o sonho... romântico? Que acabara de ter com a filha dela e o pior era que de fato não parecia um sonho, era tão real quanto se fosse... uma lembrança.

-Eu estou bem sim, não precisa se preocupar. -Regina lhe deu um sorriso fraco, porém Mary Margaret não foi tão fácil de ser convencida, sabia que tinha algo errado.

-Regina, eu sei que você não está bem. Está com essa cara de quem acabou de ver um fantasma e sei que está mentindo para mim. -Insistiu Mary Margaret.

-Está com o mesmo poder detector de mentira da sua filha? -Perguntou Regina ironicamente.

-Não, mas te conheço muito bem para saber quando tem algo errado. Então... pode começar me contando o sonho perturbador que estava tendo.

-Ãh... bem, não sei explicar. -Regina ia se atropelando nas próprias palavras, não sabia o quê e nem como dizer. -Na verdade, acho que não foi um sonho. Estava mais parecido com uma lembrança.

-Lembrança? Mas qual lembrança?

-Não sei bem, só sei que foi na Floresta Encantada e que Emma estava lá. -Regina encarou as próprias mãos, como se ao mesmo tempo em que a lembrança fosse agradável também doesse.

-Você se lembra de como foi parar lá?

-Esse é o problema, eu não lembro. -Regina ergueu os olhos para encarar Mary Margaret. -Mas isso é o que vamos descobrir.

Regina levou-se da cama determinada e antes de sair Mary Margaret perguntou:

-Onde você vai?

-Encontrar sua filha. Ela e eu precisamos ter uma conversinha urgente. -Regina praticamente soltava faísca. Estava furiosa por Emma não querer ser encontrada e mais furiosa ainda por não entender nada da lembrança que acabara de ter. Será que sua memória voltaria aos poucos? Porém ela já estava cansada de esperar por uma resposta.

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