Retrocesso - Lucifer's Daughter

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Lúcifer P.O.V

Hoje era um dos dias mais frios do inverno na França, mas nada me desviaria de ir ao baile de gala na casa de um dos homens mais poderosos da cidade. Todo ano, os mais ricos da cidade de reúnem para comemorar seus poderosos cargos, e como sempre, eu iria me aproveitaria das mais angelicais e belas moças.

Estava hospedado em uma casa simples, mas muito luxuosa em um dos melhores pontos da cidade além de ser próximo do local da festa. Lilith me disse que se fingíssemos ser ex moradores que apenas visitam a cidade todo ano, as pessoas suspeitariam menos de nós. Lilith sempre me acompanha nessas ocasiões, mas ela não gostava muita da parte em que eu a deixava para acompanhar as minhas vítimas. Posso até dizer que ela sentia um pouco de ciúmes.

Terminei de me arrumar e me olhei no espelho. Até que eu gostava da minha forma humana. Eu era um homem alto, de cabelos negros e olhos castanhos. Podia fazer qualquer uma cair em minha lábia, já que muitas diziam que eu era um cara desejável. Lilith já estava na porta à minha espera, entrelacei os nossos braços e fomos em direção ao baile em um carro luxuoso para a época em que vivíamos. Onde passávamos as pessoas soltavam bons comentários, como eu disse, não tinha quem não me desejava e nem quem não olharia para a bela mulher que me acompanhava.

Chegando ao baile, fiz questão de me afastar de Lilith, não queria que minhas vítimas se afastassem de mim pelo fato de estar acompanhado. Andei pelo enorme salão a procura de alguma jovem que cairia fácil em meus encantos e que fosse descartável. Rápido e sem deixar vestígios. Até que encontrei uma linda menina sentada ao lado da mesa de ponche. Era uma linda mulher, longos cabelos castanhos e lindos olhos verdes.

Ela olhava atentamente as pessoas dançando, parecia estar esperando alguém lhe convidar, e assim fiz. Me aproximei, sentando-me ao seu lado. Pude notar que ela me observou com o canto dos olhos, senti o corpo dela vibrar com minha proximidade e seus pensamentos questionarem várias vezes quem eu era.

- Me chamo Lucio, e você, bela moça? - Questionei fazendo-a franzir o cenho e me olhar, respondendo receosa.

- Adelaide Blackwall.

- Lindo nome... aceitaria ser a minha companhia para essa dança?

A mesma concordou. Me levantei e me curvei estendendo a mão à ela, indo para o meio das pessoas em seguida. Coloquei minhas mãos em sua cintura, e dançamos pelo enorme salão de acordo com aquele ritmo suave. Durante a dança pude conversar um pouco e conhecer a bela jovem que dançava comigo. Uma garota de 17 anos, noiva do filho do prefeito da cidade e nada contente em ter que se casar com alguém que não conhecia direito.

O baile já esteava chegando ao fim, mas não queria me despedir de Adelaide então a chamei para caminhar pelos arredores da casa. Andamos em silêncio pelo campo florido, ela não pensava nada apenas tocava em rosas e olhava para o céu, achando lindo todas aquelas estrelas, já eu apenas podia sentir meu inimigo me observar.

- Deve estar desconfortável estando sozinha com um homem desconhecido, e longe dos seus pais.

- Não estou muito desconfortável, mas meus pais ficariam se me vissem por aqui com você. Depois dariam sermões, dizendo histórias fictícias sobre criaturas sombrias.

- E você acredita nessas criaturas?

- Se existe uma força divina que nos protege, por que não existiria uma obscura?

- Você tem medo de Lúcifer? - Questiono e ela parou de caminhar para pegar uma das flores e de virou para mim.

- Por quê? Ele não fez nada para mim. Sabe, quando nascemos, os adultos nos ensinam que a escuridão está ligada a algo ruim, algo oculto, mas não acho que tudo que venha da escuridão seja algo ruim.

Eu fiquei admirado pelas suas palavras. Ela não parecia temer nada e nem ninguém. Me aproximei dela e selei nossos lábios, de começo ela estranhou, mas logo após, corou e deu um lindo sorriso.

- Você está disposta a conhecer toda escuridão que tem nesse mundo? Conhecer a pessoa que tem mais pecados desse mundo?

- O que quer dizer com isso?

- Apenas me encontre aqui todos os dias, em algum momento favorável.- levantei e dei um beijo em sua testa. - Preciso deixar você ir, estão te procurando.

Antes de voltar para casa, olhei para a moça que me encantou com facilidade e pude vê-la sorrir.

[...]

Noves meses se passaram, eu e Adelaide nos aproximamos bastante. Ela me encontrava todo dia na praça e passávamos horas conversando. Mostrei a ela minha verdadeira forma, ela só se assustou no início, pois logo depois me encheu de pergunta e me fez prometer que a levaria para o submundo.

Nesses meses, descobrimos que ela estava grávida, achamos que é um menino, então o nome seria Matheus. Lilith surtou quando descobriu, e desde então vem tentando mudar minha decisão.

Estava deitado em minha cama com a Adelaide ao meu lado, ela reclama de fortes dores e eu dizia que era algo normal da gravidez.

- Eu acho que esse quarto está com sérios problemas de goteira - Olhem para o teto pra conferir e não havia nada pingando.

Adelaide me olhou assustava e levantou os lençóis, me mostrando a grande poça que estava em sua volta. Levantai rapidamente da cama, me posicionando ao seu lado

- O que eu faço?

- Chame a parteira! Ela mora aqui em frente - Disse com um pouco de dificuldade.

Corri até a casa da frente e chamei a senhora que morava lá, a mesma me atendeu com pressa e entendeu o que estava acontecendo. Levei ela até meu quarto e ela me explicou o que eu devia fazer. Voltei a ficar do lado de Adelaide e segurei sua mão, enquanto tentava transmitir calma para ela.

- Faça o máximo de força que conseguir querida, falta pouco para a crianças sair - Disse com ternura em sua voz.

Adelaide vez todo o esforço que conseguiu, passou uns segundos e ouvimos um choro fino e calmo. Pude ver que era uma menina. Ela não parecia ser minha filha. Ela aparentava ter a alma pura e a mais doce que já conheci. Mas também pude sentir a sua força, a força que nunca senti de nenhum demônio.

Rosa, a moça que fez o parto, levou o pequeno bebe para ser limpo e vestido. Olhei para baixo para dizer a minha amada o quão bonita era nossa filha, mas não conseguir dizer nada ao ver que Adelaide estava pálida e aparentava estar fraca. Eu sabia o que aquilo queria dizer, mas não a deixaria ir tão fácil.

Me agachei e abracei o frágil corpo de minha mulher, seu corpo estava ficando gélido e a palidez só estava piorando.

- Cuide bem do nosso bebe - deu um sorriso fraco- Ela será o seu tesouro, ela será sua lembrança de mim....

Uma solitária lagrima desceu dos meus olhos, ela estava morta. Não havia mais o mesmo brilho em seus olhos.

- Deus, eu lhe peço. Cuide bem da minha amada. Leve-a ao paraíso e a deixa ser a sua maior riqueza. Te peço do fundo da minha alma imunda, cuide da única mulher que me ensinou o que é amar e ser amado.

Rosa voltou com a criança em seu colo, ela se assustou ao ver o corpo sem vida que estava em minha cama. Dei um último beijo na testa de Adelaide e caminhei em direção a minha filha, pegando a no colo e observando cada detalhe de seu rostinho fino. Ela parecia com a mãe, menos seu coração que estava com uma pequena parte, dominada pela minha maldade.

- Você, pequena, se chamara Aurora... pois você será aquela que ilumina o dia das pessoas. Aqueles que estão em momento difícil, se alegraram ao ver você, pois você será aquela que renasce a felicidade das pessoas. Você será o meu bem maior.

Aurora pareceu sorrir e então fechou os olhinhos parecendo dormir, mas em seguida começou a se remexer em meus braços e chorar. Parando em seguida quando o som de algumas coisas caindo no chão.

- Ela deve morrer Lúcifer. - Lilith disse se levantando perto da porta.

- Fique longe de Aurora, Lilith.

Sins Of An AngelOnde histórias criam vida. Descubra agora