There's always a second chance

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Claire Blackwall P.O.V

Já faziam dias que eu voava por um céu infinito, sem pensar em nada, sem comer nada e sem pousar em nenhum momento. Minhas asas estavam doloridas, mas eu não queria descer novamente. A cena da morte de Justin se repetia em minha mente, trazendo-me uma angústia pelo que fiz.

Depois de alguns minutos senti meu corpo se esgotar, assim como minhas asas. A exaustão era tanta que apenas fechei os olhos e fui de encontro ao chão seco do deserto que eu estava sobrevoando.

Após o impacto contra o chão, só podia sentir algumas camadas de poeira cobrirem minha pele como um manto de sujeira, enquanto alguns ferimentos causados pela queda sangravam deixando minhas penas brancas sujas.

[...]

Abri meus olhos com dificuldade, recolhendo minhas asas enquanto me sentava no chão. Estava deitada no meio de uma estrada, em algum deserto. O calor no local era grande e me deixava mais fraca.

Me levantei com calma e notei a lateral da minha perna direita sangrando. Havia me machucado quando meu corpo caiu no chão e deslizou pelo asfalto. Além do ferimento, deveria ter fraturado e a dificuldade para caminhar seria grande.

Eu precisava de algo para me curar, e mesmo longe, podia sentir almas humanas, não estavam tão distantes, mas levaria um bom tempo para chegar lá, estava sem forças até mesmo para me teletransportar até o local. Caminhei lentamente pela estrada por mais de 40 minutos, até ver ao longe um bar ou cafeteria. Havia umas sete pessoas naquele espaço; o suficiente para me curar e me dar energia para continuar minha viagem até Lúcifer.

Antes mesmo de entrar na porta de vidro que aquele local possuía, as pessoas lá dentro me olhavam curiosas por estar toda machucada.

- Oh, meu Deus! - Uma mulher morena, atendente do local, se aproximou de mim assim que entrei pela porta e segurou meu braço para que não fosse ao chão. - O que aconteceu com você?

- Eu vou chamar a polícia! - Lancei um olhar furioso para um idoso atrás do balcão, que segurava o telefone em sua mão, mas ficou imóvel assim que seus olhos se fixaram nos meus.

Sorri deixando com que minhas presas ficassem expostas para todos ali presente, o que fez com que a mulher ao meu lado soltasse um grito fino fazendo todos nos olhar. Mesmo com meu poder fraco, fiz as portas metálicas do local descerem rapidamente, deixando o local em um escuro total, dando-me a oportunidade de agarrar a mulher ao meu lado e morder seu pescoço e perfurando sua jugular. Senti o gosto não muito saboroso do seu sangue em meus lábios e alguns respingos em meu rosto.

Bebi pouco do sangue da mulher, partindo para outra que se debatia contra a porta de metal em desespero para sair da zona de perigo que se encontrava. A agarrei pelos cabelos e cravei minhas garras em seu ombro, puxando ambos, fazendo-a rasgar ao meio. Parecia uma simples folha de papel.

Dois homens foram meus próximos alvos, enquanto apertava o pescoço de um com fúria, fazendo-o sufocar em meio aos meus dedos, eu mordia a cabeça de outro como se fosse o meu mais belo café da manhã depois de séculos sem comer.

Após devorar as vísceras dos dois homens, saltei sobre o balcão de atendimento e grunhi baixo procurando o homem idoso que ali estava. O som de disparo me fez virar e ver que o homem idoso segurava uma arma e o disparo estava vindo em minha direção, mas apenas levantei minha mão e a bala retornou pelo mesmo caminho que veio, atravessando o peito do homem que caiu no chão em seguida.

Eu iria ataca-lo, devora-lo e não deixar um único resto mortal dele, mas o choro baixinho e inocente que soou no local me chamou mais atenção. Me abaixei no balcão apoiando-me em meu calcanhar e grunhindo baixo, farejando o local de onde vinha o cheirinho de alma de uma pobre criança que faria os meus poderes serem renovados, no entanto, uma força maior me bloqueava, impedia-me de uma ação.

Sins Of An AngelOnde histórias criam vida. Descubra agora