Im not afraid of you

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Claire Blackwall P.O.V

Johnny e os caras contratados por ele, estavam encarregados de fazer a mudança da família Mignolys para a nova casa em Darksouth, uma cidade pequena que fica a mais ou menos três horas de onde a família morava. Enquanto Johnny descarregava a mudança na cidade e tentava arrumá-la, Kaila estava eu seu carro com o pequeno Ariel no banco de trás, e se sentia feliz por ter deixado os problemas para trás.

Eu estava tranquila por poder sentir o vento em meu rosto, pelo meu corpo e em cada pena de minhas asas. Após dois dias cuidando deles, eu precisava voar um pouco e me sentir livre; e esses eram os momentos em que eu podia ter essa sutil sensação percorrendo cada canto da minha alma e me deixando despreocupada.

O sol ainda brilhava, mas eu podia ver mais ao longe, as nuvens cinzas se formando.

Virando à direita na rodovia principal, Kaila resmungou algo ao ouvir o celular tocar e eu sorri, descendo aos poucos e pousando sobre o teto do carro, observando a enorme rua repleta de árvores que eram escondidas por uma névoa densa, e, quase no final da mesma, uma placa de madeira que presumo ter sido feita a mão. Nela havia o nome da cidade escrita em letras grandes e escuras.

Não sei definir a primeira sensação sobre a pacata cidade que estava entrando, mas ansiava por ajudar a família Mignolys a ter o desejado descanso depois de um início de casamento conturbado, por pais e parentes que adoram intervir nas decisões do casal.

- Oi Kai! Já está aonde? – John questionou ao telefone que deixou sua voz rouca e mais fina do que é.

- Não sei, mas acabei de entrar na cidade.

- Ah, então em alguns minutos estará aqui. – Ele disse e o sorriso no rosto dela esbanjava alegria e o coração dele pulsava mais rápido só de imagina-lo. – Os vizinhos são tão calmos e isso me causa arrepios.

- Não seja bobo e muito menos grosseiro com eles.

- Estou sendo bonzinho, juro. E além disso, a casa está organizada, só esperando seus toques femininos para ser perfeita.

- Vou ter que retirar tudo das caixas, não é? – Kai perguntou e ele riu, fazendo ela imaginar as caixas empilhadas pelos cantos da casa e torcer o nariz aborrecida. – Poderia ter feito ao menos isso Johnny.

- Me desculpe, mas conversei com um garoto boa parte da tarde e ele me distraiu e além disso, você iria mudar tudo de lugar por não gostar do meu jeito de organizar.

- Seu jeito de desorganizar no caso. Estarei aí em alguns minutos e então conversamos.

- Ok.

Kaila desligou o celular o jogando sobre o banco vazio ao seu lado. Passei do lado de fora, para o lado de dentro do carro e me sentei no banco ao lado de Ariel, que balançou os pequenos braços e sorriu, era sempre a mesma reação quando eu aparecia.

- O que foi Ariel? Animado para ver o papai de novo?

- SIM. – Ele gritou animado e gargalhou junto com a mãe.

Apesar de ter cinco anos, Ariel não é como as crianças da mesma idade, que corre o tempo todo e deixa tudo desorganizado. Ele foi bem-educado por Kai e John, mas em um curto período com os avós paternos, começou a quebrar um pouco essas regras.

Kai andou preocupada com o fato dele conversar "sozinho", então o deixou viajar com os avós para a casa de praia. Lá, teve algumas liberdades debaixo das asas dos senhores de idade que achavam que daquela forma, conseguiriam proximidade com o neto.

Sins Of An AngelOnde histórias criam vida. Descubra agora