001-Passagem de ida

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Há uns dois anos mamãe conheceu um estrangeiro chamado Jonh, ela estava trabalhando em um caso importante da empresa de advocacia, esse Jonh era o advogado de acusação e ela, a de defesa... pensa só! Se apaixonaram.

Agora era a minha vez de entrar na história!

O México era um lugar bem acolhedor, as melhores raves eram lá! Mas minha mãe insistiu em querer morar com o tal do estrangeiro. Em Londres!

-Violeta, Vem cá! Preciso que me ajude com essa bolsa aqui, ta muito pesada.- minha mãe gritou do andar de baixo

-Mãe! Ja pedi pra não me chamar assim! Agora é Viola, você sabe que eu não gosto de Violeta.- falei brava enquanto descia as escadas, ela me olhou brava- ja to indo, dona Amélia

O caminho até o aeroporto era longo, estava no começo da tarde e o calor era de matar, o problema era a calça jeans e a blusa de mangas compridas, pois fazia frio pra onde íamos.

Pegamos um taxi e pagamos uma fortuna pro taxista sem coração que cobrou um pouco mais do que devia, só porque tínhamos muitas malas. Ladrão!

Apesar de sermos nacionalmente mexicanas, mamãe e eu moramos em Londres por cinco anos, voltamos pro México quando papai foi pra Amazônia.

Querendo ou não, eu iria pra qualquer lugar que meus pais fossem, agora eu iria pro lugar que mamãe fosse.

O aeroporto estava cheio, era começo de ano, todos voltando das férias, estava um caos. Mal conseguíamos andar entre as cadeiras, encostamos em uma pilastra e logo depois o alto-falante ligou.

-Passageiros do voo 0221 embarquem no portão B.

-Mãe, é o nosso, vamos.

Pegamos nossas bolsas de mão e embarcamos. Entrei no avião com um certo pingo de esperança e um certo medo de fazer merda quando chegasse na casa nova.

Prendi meus cabelos em uma trança frouxa e me sentei na poltrona, mamãe colocou nossas bolsas no compartimento e se sentou ao meu lado com um sorriso enorme estampado no rosto. Era completamente visível a semelhança física que eu tinha com ela, os cabelos louros, os olhos cor de mel, até mesmo a estrutura corporal, mas quando era sobre personalidade, eu conseguia ser o completo oposto de dona Amélia Roberts.

Fiquei pensando sobre família, eu iria "ganhar" uma irmã, o nome dela era Melissa, mas nunca havia visto a garota pessoalmente, só por fotos que Jonh mostrava quando nos visitava em suas viagens a trabalho.

Dentre tudo que passava pela minha cabeça durante aquele voo que parecia não acabar, havia uma única coisa que me incomodava nisso tudo: eu não fazia ideia de como seria quando chegasse e nós duas só tínhamos passagens de ida.

Entre janelas e telhadosOnde histórias criam vida. Descubra agora