O homem parou a poucos metros do meu corpo pálido e trêmulo, retirou algo do bolso, depois de poucos instantes percebi que era um celular, ele discou alguns números e eu ouvi o telefone da minha sala tocar insistentemente, quando caiu na secretária ele começou a falar...
- Sei que você vai ouvir meu recado, você esta correndo perigo, eu posso te ajudar.
Agora eu já sabia quem tinha ligado, isso me fez ficar mais amedrontada, com a esperança enfraquecida, as lagrimas começaram a percorrer minha face, e meu olhar de tristeza foi substituído por um olhar de raiva.Eu não poderia me render facilmente, decidi lutar pela minha vida.
Já estava completando oito anos trabalhando naquele prédio, conhecia cada parte dos três andares como a palma da minha mão, e já que eu não poderia contar com a ajuda de ninguém, eu mesma teria que encontrar uma saída.
Quando o homem saiu eu aumentei o volume do celular, a bateria estava nas últimas, não iria aguentar muito tempo, coloquei o celular no cantinho da geladeira, retirei minha blusa fina de frio e enrolei em uma garrafa, bati contra o chão com todo cuidado para não fazer barulho, até ela quebrar, fiz isso varias vezes até ter muitos cacos espalhados pelo chão.
O pior é que eu já sabia que machucar os pés daquele homem não daria certo, se as botas fossem resistentes da mesma forma que eram barulhentas, meu plano e esforços seriam em vão, mas eu precisava tentar.
Arranquei os fios do liquidificador industrial e amarrei as pontas na porta, talvez se ele viesse rápido, tropeçaria e o dano poderia ser maior.Sai com cuidado e corri até a caixa de energia para desligar toda a luz do prédio.
(Um estalo alto ecoou sobre o corredor quando desliguei a chave)
Entrei na sala da equipe de limpeza e liguei para o meu celular...
Consegui ouvir os passos do maldito pelo corredor, ele parecia um leão atrás da sua caça, quando ele passou em frente a sala que eu estava a ligação caiu, na certa a bateria tinha acabado de vez.
Ele continuou correndo e finalmente eu ouvi o barulho dos cacos, olhei pela pequena abertura da porta, tudo estava escuro, a não ser a lampada de emergência piscando no corredor.
O homem estava no chão se contorcendo em dor, meu plano deu certo e agora ele estava bem ferido.
Pensei em correr para as escadas e me esconder novamente até planejar algum outro plano, mas acabei fazendo o contrário, corri até a porta e o tranquei lá dentro, reforcei travando a porta com uma cadeira.
Ao perceber minha presença ele se levantou e bateu machado na porta fazendo a ponta atravessar para o meu lado.
-você não vai conseguir escapar, quanto mais longa a minha espera, mais lenta será sua morte.
Ouvi ele gritar enquanto corria pelo corredor a procura de outro esconderijo.

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Enfrentando O Medo
Mistério / SuspenseApós escrever muito sobre o amor, decidi me aventurar em outro tipo de escrita, uma breve história de suspense. Espero que este seja o aquecimento perfeito para novas obras.