Capítulo 3

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Do jeito que estávamos, dormimos. Acordei no meio da noite sentindo o vento frio que vinha da janela, olho ao redor e vejo as cortinas se movimentando como se estivessem dançando. Tento levantar mas algo me impede, sinto seus braços me envolvendo com mais força, como se não quisesse que eu me movesse. Em seguida olho para o seu rosto, ele dormia tão calmo e relaxado. Continuo o observando, guardando cada detalhe de seu rosto, estava tão mudado e, ao mesmo tempo, continuava sendo o mesmo Vicente de sempre. O observo atentamente até que vejo um pequeno sorriso surgir em seus lábios, volto meu olhar para os seus olhos, que também estão me olhando, e sorrio. Beijo delicadamente a ponta do seu nariz e levanto-me, sentindo o piso frio embaixo de meus pés. Fecho a janela, enquanto o seu olhar acompanha meus movimentos, volto para cama e me aconchego novamente em seus braços sentindo um arrepio pelo toque de seus lábios no meu pescoço.
- Boa noite! - Ele sussurra no meu ouvido e eu apenas sorrio, voltando a dormir.
Acordo na manhã seguinte com a luz do sol no meu rosto, olho para o lado e recebo um lindo sorriso de bom dia.

- A sua mãe pediu para te avisar que o café está na mesa! - Ele fala calmamente.

- E por que você não me acordou? - Pergunto um tanto confusa.

- Você é tão fofa babando e roncando que não tive coragem de te acordar... - Ele fala rindo.

- Ei! - Falo o empurrando de leve. - Que horas são? Pergunto.

- Quase dez horas! - Ele responde.

- Meu Deus, eu estou atrasada! - Falo dando um pulo da cama.

- Hoje é sua folga, esqueceu? - Ele pergunta rindo da minha cara.

- Que susto! - Falo jogando um dos travesseiros nele.

- Vamos tomar café, sua maluca! - Ele fala deixando o travesseiro de lado e levantando da cama.

- Vamos! O que a mamãe preparou? - Pergunto pondo a mão na barriga.

- Senti cheiro de torradas, mas isso fazem umas duas horas! Vamos comer fora loirinha, aproveitamos para dar uma volta na cidade! - Ele fala piscando para mim.

- Ok! - Concordo.

Visto-me e descemos as escadas, dando de cara com uma sala vazia pois meus pais já haviam saido para trabalhar. Passamos em sua casa para que ele pudesse trocar de roupa e eu pude conversar com a Tia Ana, sua mãe.

- Oi Tia Ana, que saudade! - Falo dando um abraço apertado nela.

- Clara, querida! Como você cresceu! Está tão linda! - Ela fala retribuindo o abraço e em seguida me afastando, repousando as mãos em meus ombros.

- Obriada, posso dizer o mesmo da senhora, está ótima! - Falo sorrindo e ela retribui.

- Obrigada, querida! - Ela fala pegando em minhas mãos.

- Sei que não é um bom momento mas, Vicente me contou sobre o Tio Paul, eu sinto muito mesmo... - Falo apertando suas mãos e ela volta a me abraçar.

- Também sinto, querida! Mas estamos bem, a saudade sempre vai estar presente, mas as feridas vão cicatrizar. - Ela fala sorrindo de leve e eu retribuo.

Logo Vicente desce as escadas pronto para irmos, despeço-me de Ana e nós saímos.

- Tchau meus filhos, se divirtam! - Ela fala, despedindo-se de nós, que saímos pela porta abraçados.

-E ai, o que você quer fazer? Temos o dia todo e eu estou totalmente a seu dispor, princesa! -Ele fala gesticulando, palhaço.

- Você é quem me diz, Plebeu! Desde que tenha comida, por mim está ótimo! - Falo entrando na sua brincadeira.

E Se For Amor?Onde histórias criam vida. Descubra agora